Sem filas para mamografia

No mês da campanha Outubro Rosa, que é dedicada à conscientização sobre exames preventivos ao câncer de mama, o município de Taquari tem zerada a fila de espera para realização de mamografia. Segundo a secretaria municipal de Saúde, há convênio para realização de até 95 exames mensais, mas a maior demanda de 2021 foi de 92 mamografias. A espera para o exame já foi problema em Taquari em anos anteriores.

“Sabemos que, diante da pandemia, a maioria dos recursos estavam focados e destinados ao combate e tratamento do vírus, mas não podemos esquecer que outras doenças continuam existindo em paralelo. Por esse motivo, seguimos investindo na nossa atenção básica e na realização de exames. Exemplo disso é que hoje não temos fila de espera por mamografias”, declarou o prefeito André Brito.
Desde janeiro deste ano, foram 519 exames realizados através da secretaria municipal de Saúde. Para conseguir o encaminhamento, é necessário consultar no posto de saúde de seu bairro.

A vida no tratamento

Em 2018, O Fato entrevistou três taquarienses que estavam iniciando o tratamento contra o câncer de mama. Nesta semana, o jornal conversou novamente com o trio, que falou sobre o tratamento e a expectativa da alta médica. A entrevista com Monalize Pacheco, Priscila Bizarro Maciel e Cristina Vargas pode ser acompanhada nas redes sociais do jornal O Fato, no programa Mistura Fina On-line da manhã da quinta-feira, 7 de outubro.
A personal trainer Monalize Pacheco, de 31 anos, foi diagnosticada em junho de 2018, passou por sessões de quimioterapia branca e de radioterapia. Desde 2019, está na segunda etapa do tratamento, que consiste em medicação. “Cada mulher que recebe o diagnóstico fica sem chão, o medo nos domina, mas não podemos perder a fé. Somos guerreiras, pois sentimos cada sintoma, cada crise.Apesar de tudo que passei e passo a cada dia, procuro levar minha vida do jeito mais leve possível, aproveito cada minuto, cada momento com pessoas que amo. Deus não me deu um fardo maior do que eu podia carregar, foi difícil, mas a cada dia que passa me considero uma vitoriosa. Sejamos fortes e corajosas, temos que ter fé, acreditar que tudo vai ficar bem. Se você estiver passando pelo C.A de mama, se precisar, conte comigo, será um prazer ajudá-la”, relatou Monalize.
A secretária executiva, Priscila Bizarro Maciel, 42 anos, também foi diagnosticada em 2018, passou por quimioterapia, radioterapia, mastectomia e três cirurgias de reconstrução mamária. Ela continua o tratamento com remédios até 2024. “O caminho é longo, mas precisamos seguir. Eu vivo um dia de cada vez, antes queria fazer tudo na mesma hora e aprendi, com muita fé em Deus, a ser paciente e também menos “braba”. Na vida tudo passa, as coisas boas e as coisas ruins. Foque em tudo que há de bom nesta vida, nas pessoas que venceram a luta. Entregue sua vida totalmente a Jesus e tenha em mente que Deus pode tudo. Me coloco à disposição de todas que estão passando por este momento, pois muitas vezes precisamos fazer perguntas”, falou Priscila.
A administradora Cristina Vargas, 44 anos, recebeu o diagnóstico no final de 2017 e, atualmente, segue tomando medicação e realizando acompanhamento semestral. “Este mês, por coincidência, vou fazer a manutenção, que é a mamografia das duas mamas, eco total abdominal e raio X. Depois, vou na consulta com a cirurgiã e o oncologista. Faço isso de seis em seis meses, tudo pelo SUS”, contou.
Para Cristina, o diagnóstico mudou seu olhar em relação à vida. “Dou mais valor a cada segundo, às pequenas coisas do dia a dia, como um dia de trabalho, de levar o filho na escola, abrir os laços de amizade, rir à toa, elogiar as pessoas próximas, ou seja, viver. E não precisamos suportar tudo sozinhos. Quando dividimos nosso fardo com alguém, ele vai ficando cada vez mais leve e as coisas mais fáceis de resolver e suportar. Para mim, deu certo, deu leveza para enfrentar a luta, pois a caminhada de certa forma é longa. Siga o tratamento, não desista, tenha pensamentos positivos. Eu sei bem que não é fácil, mas não deixe os pensamentos negativos a afetarem e tenha sempre força, foco e fé”, disse.

O diagnóstico

A designer Paula Santos da Rosa, 25 anos, recebeu o diagnóstico em 23 de agosto deste ano. Jovem, não imaginava que, assim como ela, muitas outras mulheres desta faixa etária passam pela mesma situação. “No início é tudo muito assustador, afinal esse é um diagnóstico que ninguém quer receber. Nunca imaginei que poderia estar passando por isso assim tão jovem. Não costumava fazer o autoexame com frequência e, no dia que senti o nódulo pela primeira vez, foi por pura casualidade. Mesmo achando que não seria nada demais, marquei consulta e iniciei a investigação o quanto antes”, relata.
Já em tratamento, a jovem tem encontrado apoio com família, amigos e outras pessoas que enfrentam a situação. Mesmo sem costumar compartilhar muitos fatos de sua vida nas redes sociais, recentemente, ela fez uma postagem sobre o assunto que ganhou repercussão na comunidade. “Conforme fui abrindo o meu diagnóstico, fui recebendo cada vez mais mensagens de apoio, orações, boas energias e até mesmo conhecendo a história de vitoriosas que já tinham passado por tudo isso com sucesso. A partir daí, percebi que a minha história também poderia ajudar alguém. Hoje, fico feliz em ver que despertei o autocuidado em amigas que ainda não tinham esse hábito. Fui diagnosticada e existem coisas que não podem ser mudadas, pois fogem do nosso controle, mas hoje agradeço por ter ativado o alerta quando senti o nódulo e não ter deixado para depois. A nossa saúde merece todo o tempo do mundo”, fala Paula.