Taquari tem caso suspeito de dengue

O último boletim epidemiológico da dengue, divulgado pela 16ª coordenadoria regional de Saúde, mostra que Taquari tem caso suspeito de dengue. O paciente, segundo a Prefeitura, é um morador do bairro Caieira que teria se contaminado no estado do Paraná, onde trabalha, e realizado exame em que houve o diagnóstico da doença. A secretaria municipal de Saúde realizou novo exame no homem e aguarda o resultado. Embora o caso suspeito de Taquari seja considerado importado, o alto número de contaminações na região tem deixado os municípios do Vale em alerta.

Conforme dados atualizados até o último sábado, 24 de abril, nas cidades da 16ª coordenadoria regional de Saúde, houve 219 confirmações de dengue. Destas, 205 são autóctone (que se contaminaram na região), duas são consideradas importadas de outros municípios e 12 têm indefinida a localização do contágio. A maioria das contaminações na região são de Bom Retiro do Sul. O município vizinho a Taquari registra 198 casos e uma morte por dengue hemorrágica. Estrela tem outros quatro casos confirmados, e Lajeado, três.
Além do taquariense, há suspeita de dengue em moradores de Cruzeiro do Sul, Encantado, Fazenda Vilanova, Progresso e Teutônia. Segundo informações da Prefeitura de Taquari, o paciente suspeito no município está em casa, sendo monitorado pela equipe de vigilância epidemiológica. Ele teria retornado a Taquari no último final de semana, após ser liberado do trabalho para o tratamento contra a dengue. O homem informou que realizou teste no Paraná, que deu resultado positivo para a doença. Um novo teste foi feito em Taquari e encaminhado para análise do Estado. O resultado ainda não foi informado à administração municipal.
O aumento dos casos de dengue na região tem deixado as equipes de saúde e vigilância epidemiológica em alerta. No ano de 2020, os municípios da 16ª coordenadoria regional de Saúde haviam registrado apenas três casos confirmados de dengue, todos importados de outros estados, sendo dois do Paraná e um de São Paulo. Todos os pacientes eram residentes de Lajeado.
Embora sem registros anteriores de contaminação local, 29 cidades da região são consideradas infestadas por Aedes Aegypti. Taquari está nesta condição desde 2016, quando foram encontrados diversos focos do mosquito em diferentes bairros.
O setor municipal de vigilância epidemiológica, coordenado pela chefe de vigilância sanitária, Maria Izabel Appel, realiza vistorias rotineiras para detecção do mosquito e larvas. Segundo a agente de endemias, Cláudia Helena da Silva, que realiza o trabalho a campo, em 2021, foi encontrado apenas um foco do Aedes Aegypti em Taquari, no bairro União. “Estava em um vaso em um local no bairro Santo Antônio, um dos pontos estratégicos que visitamos quinzenalmente. Nós visitamos 42 locais, como borracharias, cemitérios, reciclagens. Caso seja encontrado o mosquito, nós solicitamos a limpeza do local e, se não for cumprido, a fiscalização atua. Mas, felizmente, não costumamos ter problemas em Taquari”, informou Cláudia.
O setor de vigilância epidemiológica também realiza periodicamente, conforme calendário estadual, o Levantamento de Índice Rápido para o Aedes Aegypti (LIRA), onde são visitadas centenas de residências para coleta de amostras de larvas. O último ocorreu entre 7 e 11 de dezembro de 2020, onde foram visitados 1700 lugares e coletadas 54 amostras. Nenhuma delas registrou a presença do Aedes Aegypti. O próximo LIRA ocorrerá em maio de 2021. O setor também recebe denúncias presencialmente no Departamento de Meio Ambiente ou pelo site da Prefeitura na parte da ouvidoria.