Conforme o vereador Darci da Silva, o Gaiteiro, ele esteve recentemente no Posto de Saúde Central e foi mal atendido. Ele conta que estava com os olhos inchados, passou por uma consulta e não recebeu o atestado que solicitou. “Tive que ir no médico particular, pagando a consulta, para ter o atestado”, diz Darci.
O vereador também conta que, recentemente, teve que levar um homem para Montenegro porque ele não recebeu atendimento na cidade. Outra reclamação de Darci é quanto ao uso de máscara no posto de saúde. “Pessoas que trabalham lá dentro estavam sem máscara, está uma bagunça total, não dá para aguentar mais.”
Para o vereador Anderson Vargas, a saúde do município está deixando a desejar no seu entendimento. “Com a pandemia e entes da pandemia, os munícipes vêm me relatar uma insatisfação nos atendimentos no posto de saúde. Há falta de médicos para atender toda a demanda do município. Não podemos em uma unidade Básica de Saúde não ter agendamentos de consultas com médico da família.”
Segundo o vereador, que também é enfermeiro, dentro da Estratégia de Saúde da Família são essenciais os agendamentos para os médicos acompanharem a saúde da família. “Aqui no município, as pessoas são atendidas com um número limitado de fichas, isso não pode acontecer. Isso é falta de conhecimento do gestor municipal, o prefeito.”
Na opinião de Anderson, a equipe médica e de enfermagem deve ser melhor remunerada. “Se compararmos com outros municípios, Tabaí é o que paga menos aos profissionais. Devem ser contratados mais médicos para atender a demanda e não deixar a população desassistida. Mas o prefeito prefere pagar 40 mil de juros/ mês de empréstimos que fez ao invés de investir em saúde do nosso município.”
O vereador diz que pode trazer o exemplo de Fazenda Vilanova, “onde as pessoas não são atendidas por ficha, tem médico das 8h da manhã até às 21 horas e agendamentos com duas médicas da família. Trago esse exemplo, pois sou funcionário público da área da saúde há 8 anos no município de Fazenda Vilanova e sou presidente do Conselho de Municipal de Saúde há 4 anos.”
Para o vereador Marcelo Machado, o posto de saúde possui um ótimo atendimento aos munícipes. “Estamos carentes de médicos que queiram vir trabalhar em nosso município, havendo assim a falta de atendimento. Já foi solicitado junto ao prefeito e à secretária de Saúde a busca e contratação dos mesmos.”
Batatinha elogia
Já para o vereador Batatinha, a saúde de Tabaí sempre prestou um bom atendimento e procura melhorias com os recursos que possui. “O objetivo principal da Saúde de Tabaí é oferecer atendimento qualificado para os munícipes, atendendo livre demanda.Hoje contamos com especialidades, três clínicos gerais, dois pediatras, um psicoterapeuta, um ginecologista e obstetra, dois dentistas (noite e dia), um fonoaudiólogo, um nutricionista, dois psicólogos, um psicopedagogo, uma terapeuta holística, um farmacêutico, sendo que a média mensal é de 2.100 consultas. Contamos também com convênio do Hospital de Montenegro 100% SUS, atendendo urgências e emergências. Em breve teremos uma ampliação e reforma no posto no valor R$ 296.476,00 para o conforto e melhoria para os munícipes”, relatou o vereador
O que diz a secretária
O jornal O Fato procurou a secretária de Saúde, Kelli Beatriz da Silva, e expôs as críticas dos vereadores. Kelli respondeu com a seguinte nota.
“Sempre deixei claro minha postura de diálogo e esclarecimentos para qualquer pessoa que me procura para tal. Então me surpreendi quando fui procurada pelo jornal para fazer um contraponto a dois vereadores (Kelli diz que se refere a Anderson e Darci, pois com Marcelo ela já havia falado). Esses apresentaram opiniões embasadas em “achismos” e que, por conseqüência, passam longe da realidade. Sendo assim, trago algumas informações relevantes:
- O SUS sugere de 2-3 consultas por habitante/ano.
- Nossa média é de 4,2 consultas por habitante/ano.
- Temos 7 médicos.
- Realizamos em média 1.684 consultas médicas mensais.
- Por ano são realizadas em média 20.208 consultas médicas.
Chama a atenção que seja possível alguém considerar que o valor de R$ 17.000,00 por mês possa ser má remuneração. Este é o valor ofertado pelo município para médico clínico geral. Eu me sentiria envergonhada de pensar que 15 vezes o valor do salário mínimo é pouco, que dirá declarar publicamente.
Para encerrar, afirmo que, dentro do posto de saúde, todos os funcionários fazem uso de máscara seguindo as orientações estaduais vigentes e que a emissão de atestado médico é realizada somente quando existem motivos clínicos e amparados por critérios técnicos.”
O prefeito Arsênio Cardoso também foi procurado, mas não comentou a questão.