O Fato Taquari Jornal On-Line
Taquari viveu um dia chocante com o assassinato de Luís Guilherme de Brito, de 26 anos, no último sábado, na rua da Paz, no bairro Prado, em plena luz do dia. O homem foi morto, segundo a Brigada Militar, com vários disparos de arma de fogo na região da cabeça. Conforme a Polícia Civil, a vítima possuía antecedentes criminais, entre outros, por tráfico.
De acordo com a Brigada Militar e a Polícia Civil, ele foi assassinado por volta das 12h30min, por dois homens, que tripulavam uma motocicleta, em frente a uma oficina mecânica, na rua da Paz, local onde, segundo a delegada Betina Martins Caumo, a vítima estava residindo.
Ainda de acordo com a delegada, os criminosos teriam chamado pelo nome de outra pessoa, mas não se pode afirmar que a vítima foi morta por engano. “Procede a informação de que teriam chamado por outra pessoa. Quanto à morte ser por engano, não há nenhum elemento que indique tal situação.”
A delegada Betina Martins Caumo disse, ainda, que a arma utilizada no crime foi uma pistola e que já há algumas linhas de investigação, “sendo prematuro informar à imprensa qualquer uma delas.” Sobre indícios de quem seriam os autores do assassinato, a delegada afirmou que não há até o momento.
Luís Guilherme era filho de Gilberto de Brito e Roselei Fraga da Silva. De acordo com a mãe, ele era um ótimo filho e estava desempregado. Sobre o assassinato, Roselei afirmou que quer justiça. “Eu não espero mais nada, porque o meu filho já se foi. Eu só quero justiça, o resto não me interessa.”
Luís Guilherme, segundo a mãe, era solteiro e não deixa filhos.
Taquari registrou 28 homicídios nos últimos 10 anos
Além do assassinato do último sábado, conforme números da secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, desde 2011, foram registrados outros 27 homicídios em Taquari, o que dá uma média de 2,8 assassinatos por ano. No Rio Grande do Sul, nos últimos 10 anos, ainda de acordo com números da secretaria de Segurança Pública, foram registrados 21.953 homicídios no estado. Dividindo esse número pelas 497 cidades do Rio Grande do Sul, chega-se a uma média de 44 mortes com violência, por município. Esse número, no decorrer de 10 anos, chega a uma média de 4,4 assassinatos por ano, por município gaúcho.
Em relação a outras cidades com população aproximada, Taquari tem o mesmo número de homicídios que São Jerônimo, mais do que Teutônia e menos do que Triunfo.
Teutônia, que tem em torno de 27 mil habitantes, desde 2011, registrou 16 assassinatos, uma média de 1,6 por ano. Já São Jerônimo, que possui em torno de 24 mil habitantes, na última década, registrou também 28 mortes com violência, o que dá uma média de 2,8 mortes por ano. Em Triunfo, que tem cerca de 29 mil habitantes, foram 51 homicídios nos últimos 10 anos, o que dá uma média de 5,1 mortes por ano.
Nesses 10 anos, no Rio Grande do Sul, o ano em que mais houve homicídios foi em 2017, quando foram 2.706 registros. Coincidentemente, em Taquari, também foi em 2017 que aconteceram mais assassinatos, cinco ao todo. Os anos em que Taquari registrou menor número de homicídios na última década foram em 2011, 2012 e 2013, com uma morte por ano.
Delegada considera números aceitáveis
De acordo com a delegada Betina Martins Caumo, a média de homicídios em Taquari é aceitável. “São números bastante cabíveis. Sabemos da importância de cada vida perdida mas, se considerarmos a localização de Taquari, a investida das facções criminosas para o interior, o fato de boa parte dos homicídios estarem ligados a dívidas oriundas da aquisição e ou venda de entorpecentes e à disputa de território, a cidade está mantendo uma média aceitável de crimes consumados contra a vida.”
