A Escola Estadual Francisca Calçada, na Beira do Rio, foi criada em 1958 e teve atividades encerradas em 2005. O colégio estava situado em uma área de cinco mil metros quadrados,onde, além da sala de aula, havia pracinha, pomar, horta e um grande campo. Quinze anos depois da cessão das atividades, a área de terras da escola desapareceu.
As árvores foram derrubadas e a maior parte do local está sendo utilizada para o plantio de arroz. Dos cinco mil metros quadrados, sobrou apenas um espaço de cerca de 800m², onde estão os destroços do prédio, pedaços de pracinha e uma valeta relacionada à lavoura de arroz.
O jornal esteve no local e conversou com uma moradora da Beira do Rio. Ela contou que há cerca de dez anos plantadores de arroz estão se apropriando das terras do colégio. “Tinha muita laranja, muita árvore. Estão desmatando tudo”, relatou. Os brinquedos da pracinha também foram furtados. Para a moradora, o local poderia ter sido transformado em uma área de lazer na comunidade.
A 3ª Coordenadoria Regional de Educação, ligada ao Governo do Estado, informou que, ao tomar ciência da suposta irregularidade, encaminhou equipe ao local para vistoria e levantamento de informações. “No mesmo sentido, está reunindo os documentos necessários para abertura de processo administrativo objetivando a reintegração de posse”, informou a CRE.
A mesma escola, no passado, já foi alvo de ocupação. Entre 2009 e 2011, uma mãe e quatro filhos usaram, como moradia, o prédio que não contava com luz ou água potável. Na época, o Governo do Estado não solicitou a reintegração de posse do local, tendo em vista que, no momento, a família não tinha outro lugar para ficar.