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APAE completa meio século de história

O clima é de festa na sede da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Taquari. Na próxima quarta-feira, 20 de novembro, a instituição, que atende mais de 100 pessoas com deficiência intelectual ou deficiência múltipla, completa 50 anos de atividade.

A data será marcada com uma programação entre os dias 20 de novembro e 1º de dezembro, quando será realizado um almoço no Ginásio do Esporte Clube Pinheiros, em Taquari. No decorrer das semanas, serão realizadas palestra, eleição de diretoria, abertura à visitação de escolas e empresas, entre outros.
A entidade, fundada em 1969, passou por muitos desafios até se consolidar da forma como está hoje. Além das conquistas de infraestrutura, com prédio próprio, há mais motivos para comemorar as cinco décadas de trabalho em prol das pessoas com deficiência intelectual ou múltipla. “Hoje a visão da pessoa com deficiência é totalmente diferente de quando  me formei e comecei a trabalhar, atualmente pensasse muito além do simplesmente cuidar, tem um potencial latente a ser desenvolvido. Desde cedo, às famílias são orientadas a  lutar pelos direitos deles, direito de se desenvolverem e serem parte efetiva da  sociedade”, destaca a diretora Nilvana Lazzarini Machado, que está na instituição há 24 anos. O atendimento, que era focado no assistencialismo, hoje busca o protagonismo. “A nossa luta diária é para que sejam vistos como cidadãos com direitos e deveres. Não vamos dizer que está totalmente consolidada, mas ao longo dos anos, cada vez mais, vem essa concepção de que é uma pessoa com déficit, mas com muitas potencialidades a serem desenvolvidas, que não é uma vítima da sociedade, mas um cidadão que pode contribuir com a mesma”, completa a diretora.
Para ela, as conquistas acompanharam as mudanças da sociedade que voltaram o olhar para as minorias. “Elas (mudanças) acompanham uma política dos últimos anos em relação às minorias, sejam raciais, de gênero e a pessoa com deficiência veio neste leque de ganhar espaço e visibilidade”, acrescenta.

Mais de 200 atendimentos clínicos no mês

Para desenvolver o trabalho, a APAE conta com recursos governamentais, doações da comunidade e profissionais cedidos pela administração municipal. “Se hoje as Apaes não pudessem mais se manter, diria que seria o caos do atendimento da pessoa com deficiência no Brasil. Prestamos um serviço de relevância, principalmente para o governo, que não oferece dentro dos programas dele algo tão forte e estruturado quanto são as Apaes. Não existe nenhuma política pública tão forte ou de ONGs quanto o movimento Apaeano”, explica. A APAE de Taquari possui a Escola de Educação Especial São Raphael e a clínica Adroaldo Mesquita da Costa, com atendimentos de profissionais como fonoaudióloga, estimuladora precoce, educadores especiais, fisioterapia, psicologia e assistente social. Por mês, são cerca de 230 atendimentos clínicos. Em número de alunos, são 126 pessoas, sendo duas de Tabaí. Dessas, 77 são da escola e as demais do atendimento clínico, com idades até 62 anos (idade da aluna mais velha da instituição). Quando chegam à fase adulta, eles têm a oficina de trabalhos manuais, com artesanato.
Um dos símbolos da conquista da entidade nestes 50 anos são os 10 alunos que estão trabalhando na empresa Calçados Beira Rio, em Teutônia, há dois anos. Eles participaram da etapa de formação e foram efetivados no quadro de funcionários da empresa. “São colaboradores efetivos como qualquer outro funcionário. Quem realmente se mantém na Beira Rio é um trabalhador nota 10, pela organização que tem que ter, porque acordam cedo, viajam, passam o dia em outra cidade e retornam. Tem que ser uma rotina muito organizada”.
A professora Denise Machado Lopes, que acompanha o trabalho na instituição há quase três décadas, compara as alterações ocorridas nos últimos anos. “Hoje mudou a visão da água para o vinho. A ideia é construir conhecimento para a vida, não estamos aqui como professora para alfabetizar, estamos aqui para eles saberem que a farmácia é de comprar o remédio, o mercado é de comida, para terem autonomia e se gerenciarem daqui a algum tempo. Evoluiu muito! Estamos mais ligados nas potencialidades deles e em cima disso, vamos criando conhecimento para a vida, para eles se determinarem”.

Aluna está na instituição desde a primeira turma

Integrando a primeira turma de alunos da APAE, Maria de Fátima dos Santos, está com 62 anos, mas chegou na entidade aos 15, quando a sede funcionava na Rua Othelo Rosa. Ela lembra de muitos momentos da história, como os que plantavam para comer o que colhiam e quando ajudava a cuidar dos colegas mais novos. Para Maria, estar no APAE representa momentos de ocupação e alegria. Questionada se gosta de estar no entidade, é enfática: “Gosto”, e cita: “Trabalhar, fazer alguma coisa, pinturas como do cartaz dos 50 anos da APAE, desenho, brincando, conversando, tomando chimarrão”.

De uma sala no antigo Amparo para a sede no Leo Alvim Faller

A professora Denise Machado Lopes, que atua na entidade há mais de 30 anos, está fazendo uma pesquisa sobre a história da APAE. Ela apurou até o momento que a primeira sede da entidade funcionou em uma sala do antigo Amparo (hoje, Lar São José). Segundo ela, o psicólogo Leopoldo Leães Pinho identificou a necessidade de dar atenção às crianças com deficiência. “Começou no Amparo com Leopoldo Leães Pinho, que encontrou no Pereira Coruja um aluno com deficiência. Ele tinha conhecimento porque participava de um grupo de estudos em Porto Alegre”, conta Denise. A primeira professora foi Maria Edília Alves da Silva, que também buscou alunos na comunidade. Pouco tempo depois, os pais dos alunos alugaram uma casa na rua Othelo Rosa (em frente ao Mercado Hirt) para ser a sede da APAE. “As famílias mantiveram o aluguel da casa e pagavam uma senhora que fazia parte do grupo de Porto Alegre, tinha o conhecimento e ajudava a professora cedida pelo município”, conta Denise.
Na década de 1980, o ex-deputado Federal Adroaldo Mesquita da Costa doou o terreno para a construção da sede da APAE, no bairro Leo Alvim Faller, concluída em 1985, para onde a entidade mudou-se e segue até hoje. O prédio foi erguido com a colaboração da comunidade e do Rotary Club. Nesse período, a escola tinha cerca de 25 alunos. Os recursos provinham da Legião Brasileira de Assistência (LBA) e da ajuda da comunidade. “Vivia mais da força das pessoas da comunidade, especialmente, Renato Baptista dos Santos, falecido em 2015, e esposa Nair Reis dos Santos, que foram os pais da APAE. Eles eram aqueles que pagavam a luz e a água que eram cortadas, faziam rifas”, destaca Denise.
Vivendo situação muito precária e dependendo do poder público, o atendimento ocorria apenas num turno. O único ventilador era dividido pelas professoras: uma usava até o recreio e a outra, depois. Os ingredientes para a merenda eram doados pelas famílias dos funcionários. A equipe técnica tinha muito atraso no pagamento. “Era uma luta. Temos dificuldades ainda porque aumentou muito o número e segue aumentando, mas nem se compara com aquela época. Estamos no paraíso”, diz Denise. Ela lembra ainda do tempo em que a Apae dependia dos políticos. “Eles brigavam com a diretoria de noite, no outro dia de manhã nós não estávamos mais aqui. Daí eu tinha que ir lá para o La Salle e outra para o Emilio Schenk. Não havia estabilidade. Hoje temos todos os professores cedidos pelo Município e há um comprometimento muito maior”, afirma.

PROGRAMAÇÃO DO ANIVERSÁRIO

Dia 20, abertura da Semana Comemorativa aos 50 anos da Apae, às 9h30min, na APAE.

Dia 21, transmissão da Rádio Taquari FM 98.1, na APAE.

Dia 22, Festa das cores – Atividade especial para os alunos da APAE.

Dia 25, APAE de portas abertas (visitas das escolas).

Dia 26, APAE de portas abertas (Entidades e empresas locais); às 19horas, sessão na Câmara, alusiva aos 50 anos da Apae/Taquari.

Dia 27, eleição Diretoria gestão 2020-2022, às 17h30min, na APAE; às 18horas, conversa com a psicóloga Sara Krombauer para pais e funcionários, na APAE.

Dia 28, apresentação do grupo de dança “Raridade”, no evento da Nota Fiscal Gaúcha, às 10h30min, no Saguão da Prefeitura Municipal de Taquari.

Dia 1º de dezembro, almoço festivo, no Ginásio de Esportes Pinheiros, às 11horas.

Hino marca
o jubileu

Para marcar os 50 anos da APAE de Taquari foi criando um hino. O lançamento ocorreu no Encontro Regional das APAES, em agosto. A canção tem a composição de Denise Machado Lopes, música de Ênio Araújo e foi gravada por Adão José, Augusto Becker e Ênio Araújo.

Hino da Apae

Oh, Apae eu te saúdo
Por tua santa missão
Por levar a quem precisa
Tua especial atenção

Viva…viva…
Sempre viva nossa
Apae Tk
Muito…muito obrigada!
Para sempre há de existir

Para quem não tem
horizonte
Fazer um lindo sol nascer
Para quem não
tem esperança
O futuro florescer

Na luta do dia-a-dia
Vencendo dificuldades
A família apaeana
Constrói a felicidade

Nosso agradecimento
Ao saudoso fundador
Lá se vão 50 anos
De uma inclusão de amor

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