O fechamento da Empresa Jornalística e de Radiodifusão Açoriana (Ejora) foi aprovado durante sessão da Câmara de Vereadores na noite da quinta-feira, 5 de setembro. O projeto, enviado pela Prefeitura, teve cinco votos favoráveis e três contrários.
Foram a favor do projeto Ademir Fagundes (PDT), Clóvis Bavaresco (PP), Leandro Mariante (PT), Ramon (PT) e José Harry (PDT). Votaram contra a medida Marquinho (PSDB), Pastora Mara (PSDB) e Tio Nei (PSDB). Como não restou empatada a votação, o presidente da Câmara Vânius Nogueira (PDT) não precisou dar seu voto de Minerva.
Em justificativa apresentada no projeto, o prefeito Maneco relatou que, nos últimos dez anos, foram repassados R$ 2,3 milhões para manutenção das atividades da rádio e R$ 3 milhões para pagamento de ações trabalhistas, além de R$ 230 mil em dívidas de impostos, geradas entre os anos de 2009 e 2012, e R$ 370 mil de outros processos em fase de execução judicial.
José Harry (PDT) disse que era favorável a rádio ser destinada à iniciativa privada. “Muitas vezes a gente não tem recursos pra aplicar na cidade, principalmente na área da saúde, enquanto a Rádio Açoriana, infelizmente, era provida por precatórios gigantescos. A Rádio Açoriana como serviço público deu prejuízo, mas tem esse lado clamoroso, amoroso nosso em relação à Rádio Açoriana, todos nós temos um sentimento muito lúdico com a Rádio Açoriana”, disse o vereador, relatando que buscaria se informar se o canal da rádio ainda ficará disponível para o município e se é possível que uma empresa privada o pegue.
O verereador Ramon (PT) relatou fatos que considerou significativos para o fechamento da Rádio Açoriana. Segundo ele, em 2010, teve acesso a diversas ações trabalhistas movidas por funcionários da Ejora. Em muitas, sequer havia defesa por parte da direção da empresa. Em outras, a prefeitura não compareceu para se defender. “Coisas absurdas de 20, 30 anos atrás, que a gente não sabe o que aconteceu, se foi combinado, se foi desleixo ou se foi incompetência. Em determinado momento, o funcionário alegou que trabalhou 24 horas fazendo a cobertura da rádio no Motocross. A direção da rádio, naquela época, vem nos autos e diz que é verdade as alegações do autor. E naquele ano não teve Motocross”, relatou o vereador. Para Ramon, a rádio fez um trabalho social incrível, “só que muita coisa aconteceu e ninguém ficou sabendo”.
Marquinho (PSDB) disse que, apesar das alegações do colega, votaria contra a extinção da empresa. “Só por causa do pessoal do interior, porque tem muita gente no interior que não tem nem telefone mais sofisticado. Várias reclamações eu ouvi nessa semana sobre o fechamento da rádio, então só por isso eu vou votar contra. Sei que deu prejuízo, mas vai fazer falta pra muita gente do interior”, considerou. Além de Marquinho, a bancada do PSDB, também formada por Mara e Tio Nei, votou contra o projeto.
Gordo do Posto é homenageado com nome de rua
A rua TK 35, que inicia na Francisco Bittencourt e termina na TK 32, recebe o nome de Antônio Carlos Marques Pereira, o Gordo do Posto. A via, situada no Rincão São José, passa atrás da Escola Menezes Costa. O projeto, apresentado pela vereadora Pastora Mara, foi aprovado por unanimidade. Com a plateia repleta de familiares do homenageado, Mara falou sobre o projeto. “Eu quero agradecer a Deus por essa oportunidade de fazer uma homenagem a essa pessoa muito especial para nós, que foi o Gordo do Posto. A minha vida foi marcada por este vereador. As primeiras vezes que ouvi falar de política foi através deste vereador. Eu era de família bastante pobre e naquela época a minha mãe não tinha condições de comprar caderno e eu ganhava um kit escolar do vereador Gordo do Posto. Na verdade, eu acho que eu nem conhecia ele, mas eu ouvia falar, e aquele caderno era muito especial para mim, aqueles lápis, todo aquele material, eu economizava até o final do ano”, destacou a autora do projeto.
Outros projetos aprovados
Os vereadores autorizaram a Prefeitura a celebrar termo de parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Taquari. O convênio, com validade de 12 meses, corresponde a R$ 31.101,74 mensais. O valor é para custeio de 11 professores com carga horária de 22 horas semanais, uma professora por 10h semanais e uma servente 40 horas semanais.
Também foram aprovados projetos de abertura de crédito suplementar na prefeitura. Um no valor de R$ 200 mil, para recebimento de emenda parlamentar para a atenção básica em saúde. Outro no valor de R$ 165 mil que serão utilizados para vencimentos e vantagens fixas e auxílio a estudantes do 3º grau da secretaria de Administração e Recursos Humanos e para serviços de terceiros na secretaria da Saúde. Os recursos são provenientes das mesmas pastas, mas estavam destinados à principal dívida do contrato.
Outro projeto aprovado foi a instituição do direito de preempção de dois imóveis no município. Os dois terrenos em questão estão situados na rua Marechal Deodoro e passam a ter preferência de compra pela Prefeitura, pois podem ser utilizados para futuras ampliações do Hospital São José.