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De 32 imóveis do patrimônio histórico, cinco mantêm arquitetura original

Ruas do Centro, Praia e Caieira guardam memórias da colonização açoriana em Taquari. Em inventário feito pela Prefeitura em 2021, 32 imóveis do patrimônio histórico foram registrados nesses bairros. A maior parte deles tem arquitetura heterogênea, que apresenta substituição de alguns elementos. Dois foram descaracterizados e um demolido. Apenas cinco mantêm as características originais, mas não há proteção legal sobre eles. Um está em péssimo estado de conservação.

É o prédio da antiga Prefeitura de Taquari, em frente à Praça Matriz, que apresenta apenas as quatro paredes externas. O telhado ruiu e necessita de reforma e reconstrução do interior. A administração municipal informou que o projeto para a obra está pronto e aguarda captação de recursos. Quando concluída a reforma, também será possível realizar melhorias na estrutura da Casa do Artesão, que fica ao lado do prédio e foi interditada por risco de queda da estrutura histórica. A casa, embora não esteja inventariada na arquitetura histórica, também possui características de construção antiga.
Outro imóvel que mantém arquitetura original é a residência entre o Banco do Brasil e a Prefeitura de Taquari. No inventário feito pela administração, consta que o local tinha uso original de espaços comerciais e residência. A casa é considerada em estado regular de conservação. O prédio do Conselho Tutelar, em frente à Praça Matriz, também é considerado homogêneo e está em boas condições de conservação.
O prédio da Striatus é outro original. Situado na rua Margarida Ribeiro, no Centro, o imóvel está em bom estado de conservação e mantém o mesmo uso desde sua construção, espaço comercial.
O quinto imóvel de arquitetura homogênea é uma casa na rua Jacob Arnt, usada desde o início para residência familiar. A edificação encontra-se em bom estado de conservação.
Não há registro sobre a data de construção desses e dos outros imóveis no inventário da Prefeitura.

Péssimo estado

Além da antiga Prefeitura de Taquari e Museu Casa Costa e Silva, outros quatro imóveis do inventário estão em péssimo estado de conservação e precisam de reforma. Dois deles estão em obras, sendo a parte fronteira ao Rio Taquari do antigo seminário seráfico (agora fundos da empresa Zanc, que custeia a reforma) e um prédio na rua Jacob Arnt, esquina com a Navegantes (no acesso à barca), que está sendo revitalizado pelo proprietário. Outros dois prédios, ambos de arquitetura heterogênea, situados na avenida Getúlio Vargas, bairro Praia, estão em péssimo estado de conservação. São residências familiares que necessitam de reforma.

Descaracterizados

Dois imóveis estão descaracterizados, ou seja, tiveram a substituição de muitos elementos arquitetônicos. Um fica na rua Osvaldo Aranha, em frente à Lagoa Armênia, e é utilizado como residência familiar. O outro fica na rua Sete de Setembro, próximo à Casa Paroquial, destinado a uso comercial.

Demolido

Um dos imóveis que consta no inventário da Prefeitura foi demolido em 2020. O prédio ficava na rua Sete de Setembro, em frente ao Theatro São João, e foi destruído para instalação de container adaptado para restaurante.

ARQUITETURA

Homogênea (original) – 5
Heterogênea (substituição de alguns elementos) – 24
Descaracterizada (muitos elementos substituídos) – 2
Demolido – 1

CONSERVAÇÃO

Boa – 18
Regular – 7
Péssima – 6
Demolido – 1

Casa Costa e Silva, único prédio tombado, também está em estado ruim

O único prédio com proteção legal, que não pode ser demolido, é o Museu Casa Costa e Silva, que pertence ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ligado ao Ministério da Cultura, do governo Federal. O imóvel é cedido à Prefeitura de Taquari, mas mesmo com proteção legal, está em mau estado de conservação. São necessários reparos na cobertura, pisos, aberturas, incluindo vidros. A arquitetura é considerada heterogênea, quando alguns elementos originais foram substituídos.
A administração municipal disse que já realizou projeto para reforma do local, que o anteprojeto foi aprovado pelo Iphan e agora aguarda liberação do instituto para a obra. “O próximo passo será a contratação de profissional especializado em reformas de prédios históricos, para catalogar todos os itens que serão reformados ou substituídos no espaço interno ou externo da Casa Costa e Silva e, na sequência, a execução da obra para deixar em condições de abrir o museu para visitação”, disse a Prefeitura, sem informar os custos da reforma.
Os demais imóveis que constam no inventário da Prefeitura não são tombados e não há processos em andamento visando à proteção legal.

Proprietários de imóveis históricos investem para manter a arquitetura

Embora muitos prédios históricos tenham sido demolidos ou descaracterizados em Taquari, há proprietários que investem para manter a arquitetura original. Existem 18 imóveis inventariados que se encontram em bom estado de conservação, pouco mais da metade dos prédios que constam no levantamento feito pela Prefeitura.

Um deles é o do jornal O Fato, situado na rua Cônego Cordeiro, em frente à Praça Matriz São José. O imóvel, considerado de arquitetura heterogênea, foi construído por volta da metade do século 19, sendo que há registro de imagens do local em 1884. Edificado para residência familiar, ao longo do tempo acabou utilizado para diversos fins, como o Cartório Municipal. Por muitos anos, as estruturas estiveram precárias, mas, após reforma, foi reinaugurado em 2013 como sede do jornal O Fato. Proprietário do imóvel, o advogado Paulo de Araújo Costa destaca a importância da preservação. “É uma das medidas de registro de nossa memória, da história de nossa cidade. Não se trata de uma simples constatação, mas de uma necessidade. Cada cidade tem uma arquitetura que a identifica, que registra a formação de sua história, e isso é um patrimônio muito rico”, salienta.
Além do imóvel no Centro, o advogado também investiu na compra de uma residência no bairro Praia, que se encontrava em péssimo estado de conservação. O local passa por reforma e manterá todas as características arquitetônicas que resistiram ao tempo. Paulo relata que nunca pensou em demolir um prédio histórico para construção de estrutura moderna, pois acredita que isso descaracterizaria totalmente a cidade, retirando a identidade de uma das pioneiras na formação do estado do Rio Grande do Sul. “Temos bastante espaço em Taquari. Quem quiser construir um prédio novo não precisa demolir um que registra a nossa história. Há quem pense que isso não é importante, mas a preservação do patrimônio não lhes acarretará nenhuma perda, ao passo que, se não houver preservação, toda a sociedade perderá”, relata. Para o proprietário dos imóveis, há descaso das administrações municipais com a preservação de prédios históricos e, se ainda existem alguns, é pela lucidez dos proprietários que reconhecem a importância da preservação.

Casa está na família há cinco gerações

O imóvel da esquina entre as ruas Sete de Setembro e Margarida Ribeiro, em frente ao Bar Gaúcho, pertence a Homero Canabarro Cunha Neto. Ele faz parte da quinta geração da família na casa, construída em 1863 pelo casal Margarida e Leandro Ribeiro. “Decidi manter as características por questões de tradição familiar. Procuro manter a casa como era, na medida do possível”, relata.
Segundo Homero, os custos para manter o imóvel são altos e também há dificuldade para achar materiais semelhantes aos utilizados no passado. No momento, é necessária reforma em partes do telhado, mas o proprietário não encontra telhas parecidas com as utilizadas na época. “Eu invisto constantemente em troca de madeiras, telhado, descupinização, troca de parte elétrica, hidrossanitária”, conta. Como forma de preservação do patrimônio, Homero acredita que deveria haver alguma forma de incentivo público para que se possa manter a arquitetura existente.
A casa da família, originalmente, foi construída para ser, além de residência, a escola fundamental Margarida Ribeiro. “O prédio foi construído todo com essa concepção. Originalmente tinha um sótão grande, onde ficavam alguns quartos, que abrigavam professores e alunos. Conta-se que era uma escola extremamente importante, afamada, vinha gente inclusive da fronteira para estudar ali”, relatou. O casal Margarida e Leopoldo Ribeiro são os trisavós de Homero Canabarro Cunha Neto, que adquiriu a casa do restante dos herdeiros em 1998. O local atualmente é destinado a espaço comercial.

Theatro São João revitalizado

Em maio de 2021, foi inaugurada a revitalização do Theatro São João. O prédio foi construído em 1893, tendo 128 anos de existência. A reforma foi feita com custeio da Lei de Incentivo à Cultura, do governo do Estado, através da qual empresas podem realizar doações e descontar os valores do pagamento de ICMS. O presidente da associação Theatro São João é Homero Canabarro Cunha Neto, o mesmo proprietário do imóvel histórico na rua Margarida Ribeiro. Ele destaca a relevância da revitalização do prédio. “Não só pelo prédio e características históricas, que são importantes, mas muito por dar condições que lá se desenvolvam atividades culturais em geral. Taquari passa a contar, novamente, depois de muitos e muitos anos, com um local apropriado e com condições de desenvolver as atividades de teatro, dança, música”, relata.

MP tem expedientes investigativos sobre o patrimônio histórico

O promotor de justiça André Prediger, titular da Comarca de Taquari, manifestou-se acerca do patrimônio histórico do município. O Ministério Público tem, entre várias outras, a atribuição de zelar pelo patrimônio histórico, artístico e paisagístico. Sempre que há afronta ou lesão, é instaurado expediente investigativo, onde são averiguados os fatos, documentos e realizadas vistorias. Isso pode resultar em desde a não constatação do valor histórico, artístico ou paisagístico atribuído ao bem, quanto a acordo por meio de Termo de Ajuste de Conduta (TAC) ou proposição de uma Ação Civil Pública (ACP) frente ao Poder Judiciário. “Porém, não é apenas o Ministério Público o legitimado a zelar por estes bens. A administração pública possui instrumentos como o tombamento ou mesmo a desapropriação, que visam a proteger tais bens da destruição ou modificação, exigindo obras de melhoria e conservação. Nesta mesma esteira, há a Ação Popular, também com sede constitucional, na qual todo e qualquer cidadão tem a legitimação ativa para acionar o Poder Judiciário visando à proteção imediata de tais bens”, informou o promotor.
De acordo com o titular da Promotoria de Justiça de Taquari, há expedientes investigativos em andamento com a finalidade de averiguar o valor histórico de determinados bens e, sendo constatado, protegê-los.

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