As notas fiscais emitidas através do talão de produtor totalizaram R$ 89.025.400,80 no ano de 2020, conforme informações da Prefeitura de Taquari. O valor é 19,2% superior ao faturamento de 2019, que foi de R$ 74.626.854,99. As maiores produções continuam sendo lenha e madeira, arroz, aves e bovinos.
Em 2020, 34% da produção primária local foi de lenha e madeira, que somaram R$ 24,9 milhões. A venda do arroz em casca ficou na segunda colocação, com R$ 23,2 milhões. Aves registrou a terceira maior produção, R$ 13,1 milhões, e bovinos é a quarta, com R$ 5 milhões. Embora o faturamento total dos setores possa variar anualmente, conforme a produtividade, condições climáticas, preço de venda, entre outros fatores, a representatividade dos produtos no setor rural de Taquari se mantém a mesma do ano anterior. Em 2019, lenha e madeira foi a principal produção, com R$ 29,6 milhões, o arroz movimentou R$ 18 milhões; aves, R$ 11,7 milhões e bovinos, R$ 4,4 milhões.
Em 2020, a tabela de maiores faturamentos traz uma nova quinta posição. O mel movimentou mais de R$ 2,2 milhões, sendo a maior produção depois dos bovinos. Em 2019, a quinta colocação havia sido do tabaco, com R$ 2 milhões. A produção de tabaco, em 2020 foi de R$ 1,6 milhões e ficou na sétima colocação.
Outra mudança na tabela das principais movimentações do setor rural foi a queda da representatividade da produção de ovos e suínos, sexta e sétima posição de 2019, com R$ 1,7 milhões cada uma. Os dois produtos não aparecem mais na lista das sete maiores movimentações econômicas do setor, fornecida pela administração municipal. De acordo com a Prefeitura, em 2020, a movimentação econômica relacionada aos suínos foi de R$ 1.636.082,78, pouco menor que a de tabaco, que aparece na sétima posição atualmente. Já nos ovos, o faturamento foi de R$ 1.338.901,75 em 2020. Os dois produtos representaram 2,2% e 2,02% da produção primária de 2020, respectivamente.
A secretaria municipal da Agricultura também informou que, atualmente, o município tem 1.510 produtores rurais com inscrição ativa e 140 pescadores. “O setor rural é fundamental para nossa gestão, tanto o pequeno como o grande agricultor. Através de um trabalho de atender as necessidades dos nossos produtores, temos realizado melhorias nos acessos para escoamento da produção, e buscando trabalhar lado a lado do trabalhador rural. Temos, também, o incentivo ao empreendedor do campo, que já começamos a colher frutos, com os aviários no município. Investimentos que geraram renda, emprego e retorno para Taquari”, disse o prefeito André Brito.
Mel em ascensão
O mel dobrou sua representatividade diante da produção primária em Taquari. Em 2019, as vendas do produto totalizaram R$ 1 milhão, o que correspondia a 1,46% do faturamento rural no município e deixava o mel na oitava colocação em representatividade. Já em 2020, o produto passou para a quinta posição, com R$ 2,2 milhões emitidos em notas, representando 3% da produção primária de Taquari.
A família Lopes, que trabalha com apicultura desde 1965, registrou o aumento na produção de 2019 para 2020. De acordo com Mateus de Souza Lopes, de 26 anos, um dos fatores que influenciou foi o clima. “Em 2019, as flores não deram néctar como em 2020, então não deu muito mel. No ano passado, a safra veio a ser bem melhor e, para nós, mais ainda, porque fizemos investimentos, aumentamos a quantidade de material, e não foi só eu, outros primos e mais gente da área fizeram ampliação”, relatou Mateus. De acordo com o produtor, com condições climáticas e de floração favoráveis, a média de produção é de 35 quilos por colmeia.
Atualmente, mais de 10 pessoas da família trabalham com apicultura. Mateus tem produção em Taquari, Tabaí, Paverama, Montenegro e na região da serra de Santa Catarina, em que trabalha junto ao primo Gabriel de Freitas Lopes, mais trabalhadores temporários na época de safra. A extração ocorre na localidade de Porto Grande, no interior de Taquari, e a venda é feita para o mercado interno brasileiro e para empresas de exportação. O trabalho dos Lopes na apicultura iniciou há mais de 50 anos, através de Ângelo Lopes, que cultivava abelhas em caixas de sabão, como um hobby. “Aos poucos o hobby foi se tornando lucrativo e virou profissão, passada de pai para filho. Eu já sou a terceira geração de Lopes que está na apicultura profissionalmente”, relatou Mateus. O mel extraído em Taquari leva a marca Terroá.