FAZENDA VILANOVA: Secretária da Educação fala sobre o turno integral

Atendendo ao convite da Câmara de Vereadores, a secretária Municipal da Educação de Fazenda Vilanova, Solange Diedrich, esteve no Legislativo, na noite da segunda-feira, 18 de outubro, para prestar esclarecimentos sobre o turno integral.

Há duas semanas, o assunto vem sendo debatido pelos vereadores, depois que foi divulgado, pela administração, que os estudantes não terão atividades no turno inverso ao de aula porque não há disponibilidade de pessoal para trabalhar, nem tempo hábil para a realização de um processo seletivo simplificado, uma vez que faltam pouco mais de dois meses para o final do ano letivo.
Conforme Solange, a secretaria teve dificuldade para preencher o quadro de profissionais nas duas escolas que oferecem o turno integral, José Victor Mairesse, na localidade de Matutu, e EMEF Santana, pela desistência de alguns e pela falta de disponibilidade de pessoas nos processos seletivos realizados.
Quando é disponibilizado o atendimento no turno inverso ao de aula, o serviço fica disponível para todos os 80 alunos matriculados na José Victor Mairesse e, para os da Santana, aos estudantes do Pré-B ao 5º ano. Neste ano, segundo a secretária, 55 pais manifestaram interesse, conforme levantamento feito pela direção do educandário, pelo turno inverso, dos 94 matriculados atualmente. Ela afirmou ainda que é dado atendimento de reforço escolar pelo menos uma vez por semana. Para os alunos dos anos finais, o reforço é nas disciplinas de português e matemática. “A gente sabe o quanto é importante o turno integral, sim, as famílias precisam e para os pais que trabalham fora, sabemos muito bem como é. Mas precisamos fazer o atendimento seguro das crianças na escola”, destacou. Ela reafirmou que, para este ano, não há mais possibilidade, porque para abrir um processo seletivo vamos levar mais uns 15 dias para chamar. Hoje estamos organizando o ano de 2022, porque é nisto que temos que focar.”

Vereadores questionaram a decisão

A vereadora Ângela Bilhar (Progressista) questionou se havia possibilidade de monitoras concursadas trabalharem no turno inverso e disse que algumas delas se colocaram à disposição.
A secretária explicou que o problema está em completar o tempo. “Com quatro horas de atendimento das monitoras, eu não consigo atender o turno integral. Quem vai ficar com eles ao meio-dia? Neste ponto fica difícil.”
O vereador João Fernandes (Progressista) abordou o tempo que ainda falta para o final do ano. “Hoje existe uma discrepância muito grande entre aqueles alunos que já tinham mais dificuldades para aqueles que tinham mais facilidade de ter aula. Acho que nestes três meses nós teríamos que fazer o possível e o impossível para retomar, pelo menos para colocar essas crianças com maior dificuldade para que recuperem um pouco do que perderam”, disse Fernandes.
Ela explicou que, entre as turmas de 1º e 3º ano, há uma monitora que passa nas salas para auxiliar os professores no atendimento aos alunos com mais dificuldade. “Estamos preocupados com isso, sim, porque há diferença na sala de aula, muitas vezes têm três níveis diferentes num grupo de alunos.”
O vereador Sérgio Cenci (Progressista) disse que, em 2019, foram atendidos mais de 80 alunos da escola Victor Mairesse com 15 colaboradores, sendo quatro estagiários para atender o turno único. Atualmente, segundo o vereador, há na escola também 15 colaboradores. “Com o mesmo número de pessoas não deu para fazer o turno integral?”, questionou. A secretária diz que não há o mesmo número de profissionais. “Hoje temos dois monitores, um atendendo reforço escolar e outro, a turma que está sem professor e está sendo chamado. Temos uma secretária, que se desligou, na semana passada, e no lugar dela, uma das monitora vai ficar. Temos duas pessoas na limpeza porque temos um espaço maior, são duas salas a mais, a parte externa da escola e em função da pandemia, a limpeza mais frequente, mantemos essas duas pessoas; na merenda também são duas pessoas”, explicou a secretária.
O presidente do Legislativo, Paulo Délcio de Souza (Republicamos) pediu que a decisão da secretaria seja revista. “Reavalie essa questão da contratação e do porquê que estes professores estão desistindo. Se mais do que um foi chamado em outros locais e aceitou, é porque alguma coisa está acontecendo”, afirmou.
O vereador Leo Mota (PDT), em seu pronunciamento, disse que é necessário preparo dos profissionais que vão atuar e, ainda, acredita que as desistências estão ocorrendo pela falta de valorização dos profissionais da área e defasagem salarial. “A gente vê que não é desinteresse do Executivo para estar colocando este turno integral (…). Para receber o piso salarial, a maioria dos professores teve que entrar na Justiça”, afirmou Mota.
Álvaro Brandão (PDT) também falou sobre a necessidade de rever a falta de transporte de professores para a escola José Victor Mairesse, na localidade de Matutu, no interior. “Para o ano que vem, temos que ver um jeito de levar os professores até lá porque, se é para ir de carro próprio, ganhando o salário que o professor ganha, quase que não vale a pena e, por isso, muitos desistiram”, disse.

Aprovado projeto de suplementação

Durante a sessão, foi aprovado o projeto de lei de 076/2021, que autoriza o Executivo a suplementar recursos no orçamento em vigor, no valor de R$ 971.000,00, para atender a diversas secretarias e o Gabinete do Prefeito.
Nesta semana, a Câmara de Vereadores recebeu a exposição “Rosas da Fazenda”, alusiva ao Outubro Rosa, com fotografias de mulheres vilanovenses que enfrentaram o câncer de mama.