“Nossa participação no Regional está ameaçada”

Sem disputar uma partida oficial desde novembro de 2019, o Taquariense não sabe se poderá entrar em campo em 2021. Primeiro, por não saber se haverá a volta da Copa Zanc e, segundo, por ver ameaçada a sua participação no Regional Certel/Sicredi, da Associação de Ligas do Vale do Taquari (Aslivata), programada para o segundo semestre deste ano.

De acordo com o presidente do Taquariense, Volmir Roberto Donida, o Chico, o principal motivo de a direção ver ameaçada essa participação é a crise no comércio local, potencializada pela pandemia do coronavírus. “O que sustenta o nosso futebol e os clubes em qualquer campeonato que seja é o nosso comércio. E vamos ser coerentes, o nosso comércio foi levado à falência. Não estamos aqui para julgar nem apontar o dedo, mas só foram impostas regras e não foi colocada uma solução. Só foram impondo decretos em cima de decretos, sem nunca apontar uma solução para o comércio, que é quem nos sustenta e mantém os demais clubes. Então, neste momento, por todo este contexto, eu vejo ameaçada a nossa participação no Regional, caso este venha a ser disputado ainda neste ano, pois sem o apoio do comércio não temos como disputar nada.”
Sem entrarem verbas de patrocínio, inclusive, contas fixas do clube podem ter que ser pagas com dinheiro dos dirigentes. “Começaríamos, em março, a fazer um galeto por mês para pagar contas, mas o primeiro tivemos que adiar. Usaríamos esse dinheiro para pagar as contas de água e luz, porque já está no ponto de tirarmos dinheiro do bolso para pagá-las. Se a situação não mudar nos próximos meses, é isso que vai acontecer.”
Outro ponto que Chico abordou foi a falta de apoio de torcedores e simpatizantes. “Temos ainda a limpeza do estádio Marques da Cunha, que custa caro para nós. Fizemos campanhas para os torcedores nos ajudarem, mas poucos se apresentam. Até compramos uma máquina para cortar a grama, nova, fizemos uma dívida sem poder, contando com o apoio de pessoas que vão para as redes sociais criticar e, até agora, ninguém se ofereceu para ajudar.”
Quanto ao futuro, Chico disse que o momento do futebol amador é muito delicado. “Tá difícil de manter, imagina fazer coisas novas. Tínhamos muitos planos para 2020, que eram a reforma da sede, a troca da tela ao redor do gramado, achávamos que poderíamos retomá-los em 2021. Mas pelo que estamos vendo vamos ter que deixar para 2022. Então, por tudo isso, nossa participação no Regional já está ameaçada. Não descartada, porque achamos importante esta competição, vamos fazer de tudo para jogar, mas, no momento, nossa presença não é certa.”