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A escolinha do interior em que estudaram dois futuros prefeitos

As eleições municipais na região revelaram uma feliz coincidência. Os prefeitos eleitos, Amarildo Luís da Silva (PDT), de Fazenda Vilanova, e Fabiano Merence Brandão (PSB), de Paverama, além de morarem na mesma rua, na divisa entre os dois municípios, estudaram na mesma escolinha, hoje extinta, na localidade de Três Irmãos.
O pequeno educandário, de cerca de 60 metros quadrados, tinha turmas de primeira a quarta série. Dois quadros-negros eram utilizados para as quatro turmas, sendo um para a 1ª e 2ª séries e o outros, para a 3ª e 4ª séries, todos no mesmo turno de aula, onde estudavam alunos de Bom Retiro do Sul, Paverama, Taquari e Fazenda Vilanova. Havia um pequeno salão junto à escola, que era usado pela comunidade e, por um período, como sala de aula. Era a mesma professora para todos os alunos.
Na época de Amarildo, até 1982, Lery Bilhar da Costa lecionava na escola, além de cuidar de todas as outras atividades. Já na turma de Fabiano, até 1996, Eni da Silva era a responsável por dar as aulas, fazer a merenda e organizar a limpeza do prédio.
A pedido de O Fato, os ex-alunos se encontraram – pela primeira vez após a eleição – na manhã da terça-feira, no antigo colégio, um lugar importante na formação escolar e no coração dos futuros prefeitos de Fazenda Vilanova e Paverama. “São muitas as lembranças, especialmente da professora dedicada que dava aula para quatro séries, fazia a merenda, era responsável pela faxina, pela coordenação. A dedicação do profissional da educação é especial, tem que ter muito amor pra ser professor”, destaca Amarildo, que estudou no local entre 1979 e 1982. Fabiano, que frequentou a turmas de terceira e quarta série entre 1995 e 1996, tem boas lembranças do tempo em Três Irmãos. “Era uma turma de amigos que a gente tinha, em torno de 20 a 25 alunos. Todas as turmas juntas, o prédio tinha uma parte que era madeira, mudou um pouco. Eu lembro que tinha uma cruz aqui na frente também”, recordou.
Hoje formados no ensino superior e eleitos prefeitos municipais, os ex-alunos não consideram coincidência terem, no currículo, a passagem pela escolinha de Três Irmãos. “ Foram os ensinamentos como humildade, respeito, carinho e gratidão. Eu chamava Tia Lery, até hoje tenho essa lembrança, e dos valores como trabalho e seriedade”, disse Amarildo. Para Fabiano, a integração que havia entre escola e família também era fundamental. “Aqui teve muita essência de luta e garra. Não foi por acaso que daqui saíram muitas pessoas lutadoras e boas, bem sucedidas, não só na política, pessoas respeitadas na sociedade, em suas profissões. Acho que foi uma grande base de aprendizado, professora, alunos e famílias; a escola era uma referência na comunidade”, contou Fabiano.
A escola acabou extinta a partir da redução do número de alunos, assim como outras pelo interior de Paverama. Desde 2003, o prédio é mantido em boas condições, mas está destinado a uma Capela Mortuária.
Amarildo e Fabiano acreditam que a extinção do educandário, assim como outros no interior, foi um caminho natural na evolução da educação, com a centralização dos alunos em escolas referências, que pudessem dar mais oportunidades. “Esse processo não tem como retornar. Hoje, se tem um professor para cada série, as condições para os profissionais e para os alunos são melhores. Na época, tudo era batalhado, claro que isso, em contrapartida, também nos formou para a vida, porque nada veio de forma fácil, tudo teve que ser buscado, conquistado, mas eu vejo que hoje as crianças têm muito mais oportunidades e não tem como a gente retornar à situação anterior”, considerou Amarildo. O prefeito eleito em Paverama concordou. “Foi muito bom em outras épocas, mas hoje a realidade é completamente diferente. Temos que priorizar um atendimento escolar com vínculo família e escola, explicando a função da família também. Mas, em Paverama, temos muitos colégios do interior que a gente sabe que alguns ainda são viáveis, mas esta viabilidade não vai ser por muito tempo, justamente pelo número de alunos. Hoje temos colégio com dez alunos, com perspectiva de que nos próximos anos esteja com cinco. Quando nós estudávamos aqui, tinha 25, 30 alunos. Então precisamos priorizar uma boa qualidade de educação nos colégios que a gente possa referenciar”, relatou Fabiano.

O caminho de Fabiano

Fabiano Merence Brandão, 36 anos, eleito prefeito de Paverama no pleito de novembro, mora desde criança na localidade de Cantagalo, em Paverama, na rua da divisa com o município de Fazenda Vilanova. Ele iniciou os estudos na escola de Santana, mais próxima à sua casa. “Caminhava uns quatro quilômetros todo dia para ir até a escola”, lembrou. O educandário pertencia ao município de Fazenda Vilanova e, quando Fabiano iria para a terceira série, a Prefeitura de Paverama passou a oferecer transporte aos alunos. Como era morador de Paverama, ele passou a utilizar o transporte que o levava até a escola mais próxima que pertencesse ao município, no caso, o colégio de Três Irmãos, onde estudou até a quarta série. Concluiu o ensino fundamental na Gonçalina Pinto Vilanova, localizada no bairro Cidade Baixa, e o ensino médio, na Escola Estadual Paverama, no Centro.
Decidido a buscar formação superior, Fabiano trabalhou como industriário em diversas fábricas da região para custear sua graduação em enfermagem. Ele trabalhava de noite, visando a ganhar um pouco mais e poder estudar de dia, que era mais barato. Na época, o curso de enfermagem custava 30% a menos no diurno. “No sábado, eu fazia o dia inteiro que daí era 30% de manhã e 30% de tarde. Eu fui pegando meus direitos trabalhistas quando saía das empresas e pagando mais cadeiras. Consegui me formar e fui trabalhar no hospital de Montenegro e no posto de saúde de Fazenda Vilanova. Era 2008, eu tinha a minha carteira assinada com salário de R$ 450, que era mais ou menos o mínimo na época, e dois meses depois, eu estava com dez vezes mais, porque eu consegui trabalho em dois locais como enfermeiro e passei a receber R$ 4,5 mil”, contou.

A trajetória de Amarildo

O futuro prefeito de Fazenda Vilanova, Amarildo Luís da Silva, 50 anos, iniciou a vida estudantil na Escola Tiradentes, onde permaneceu até a 4ª série. “Era uma escola da comunidade com uma professora, Lery Bilhar da Costa, que o acompanhou na maior parte do tempo que estudou na escola.
Depois que concluiu os estudos na Tiradentes, Amarildo cursou até a 8ª série na Escola Estadual Júlio de Castilhos, distante sete quilômetros de sua residência, cujo percurso fazia a pé. Uma parte do ensino médio ele cursou em Estrela, mas concluiu em Canoas, quando trabalhou no Corpo de Bombeiros. Em 2011 colou grau em Direito pela Univates, de Lajeado. “É importante dizer que vale a pena trabalhar, vale a pena estudar. A transformação só vem a partir da educação, essa é a realidade. Com trabalho a gente consegue superar os obstáculos. Só tenho a agradecer a todos os meus mestres, as pessoas que ajudaram a construir a minha formação como ser humano, desde as séries iniciais até a universidade.”

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