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Trabalhar no comércio pode ter sido uma vocação herdada pelo empresário Marcos Vilanova Nonnenmacker, 54 anos, proprietário do Restaurante Dom Grill, localizado na Rua Sete de Setembro, no Centro. “Me criei no comércio, meu pai Wolney e meu avô Eugênio tiveram a Loja Renner, que durou quase meio século, em Taquari. Gosto de atender e lidar com o público”, lembra. Depois que a loja fechou, entre 1992 e 1996, no mesmo local, ele atuou no K’Beças Bar, um barzinho com laches e música ao vivo à noite. Antes disso, tinha trabalhado com vendas no ramo de alimentos.
Em 2006, ao lado da esposa, Nelsi Satiq de Souza, 53 anos, abriu, a Lancheria K’Beças, em um prédio centenário, localizado na Rua Osvaldo Aranha. Eles locaram o espaço onde já funcionava um bar e incluiram à venda de lanches, com mesa de sinuca e bebidas.
No final de 2007, decidiram colocar em prática o sonho de ter um restaurante e fizeram os investimentos necessários. Em novembro daquele ano abriram o restaurante. Nos três primeiros anos, funcionava todos os dias, de segunda a domingo, ao meio-dia. Tempo depois, por necessidade de melhorias no prédio e sem muita opção para fazê-las, decidiram trocar de endereço. “Tinha um problema sanitário muito sério lá”, comenta. O restaurante passou para a Rua 7 de Setembro, com o nome de Dom Grill. Porém, cinco meses depois, cansados da rotina, decidiram vender o empreendimento. Em um prédio próprio no Bairro Colônia 20, eles abriram uma lancheria. Ele também foi trabalhar como motorista de ônibus, uma atividade que tinha desenvolvido antes de dedicar-se ao comércio, e Nelsi, manteve a atividade cabeleireira.
Após cinco anos conciliando as atividades, surgiu a oportunidade de ter o restaurante de volta, e assim, e depois de cinco meses, mudou para um prédio ao lado, de 470 metros quadrados, onde permanece até hoje.
Para ele, o comércio é possibilidade de estar em contato com as pessoas. “Trabalhei durante cinco anos no Unibanco e não quis mais”, conta.
Quando iniciaram as atividades no restaurante, eram sete pessoas atuando, contando ele e Nelsi. Atualmente, são 12, incluíndo os garçons. “É importante ter uma equipe que abraça junto. É um ramo de atividade diferente de muitos. A empresa depende muito dos funcionários. Se eles não trabalharem corretamente como tem que ser, coloca tudo a perder”, comenta, completando que conta sempre com o trabalho da esposa, que é seu braço-direito.
Marcos diz que 30% dos clientes são de pessoas que não moram em Taquari, muitas chegam no restaurante por indicação. “Aprendi com meu pai que não existe preço baixo e qualidade. Se quiser uma coisa boa vai pagar mais caro, uma roupa melhor é mais cara, um carro bom é mais caro. Taquari é uma cidade com 27 mil habitantes, nosso preço não é o mais baixo, e graças a Deus, temos um movimento bom. E assim mesmo, quando vem pessoas de fora, não consideram alto pela qualidade da comida”, salienta.
Recordando a história do empreendimento, ele lembra que teve uma ocasião, no ano de 2008, no feriado de 4 de julho – aniversário do município – que o movimento foi tão intenso, que foi necessário sair ao meio-dia para repor os alimentos da dispensa. “Naquele dia teve encontro de motos e chegou num ponto que o pessoal da cozinha me disse: ‘esvasiamos todos os freezeres, o que tem tá aí em cima’ e a fila tava grande. Deixei um no caixa e saí atrás, consegui e damos conta de quase 400 almoços”, recorda. A quantia era o dobro da média diária do restaurante.
O empresário gostaria de explorar mais o prédio onde está. “Pra mim é o melhor local para o ramo da alimentação. É um prédio que eu poderia aproveitar à noite, e como está muito difícil para trabalhar à noite, o melhor é tentar inovar aqui dentro, equipar melhor e tentar mais novidades, aumentando o cardápio. Agora está meio difícil. Dá receio (em investir) porque a economia está instável”, diz, completando que o sonho maior é ter o prédio próprio.
