O Fato Taquari Jornal On-Line
A população mundial está em alerta desde que centenas de casos do novo coronavírus foram registrados na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China, no início de janeiro. O vírus causa doença respiratória com sintomas semelhantes a um resfriado (febre, tosse, dificuldade em respirar), podendo ocorrer também pneumonia. Até a manhã de ontem, na China, eram 24.363 casos confirmados e 491 mortes. Taquarienses que residem na China e em Hong Kong acompanham a situação com precaução.
O representante comercial Márcio Wienandts, 48 anos, reside em Dongguan, localizada na província de Guangdong, na China, situada a cerca de mil quilômetros ao sul do epicentro do coronavírus, Wuhan, está preocupado com a situação. “Estamos de quarentena em casa desde o dia 23 de janeiro. A ordem do governo é para que todos evitem circular na rua e, quando sair para comprar alimentos, é obrigatório o uso de máscara, em diversos pontos da cidade, inclusive nos condomínios residenciais. Em pedágios nas estradas, agentes de saúde ficam 24horas verificando a temperatura das pessoas”, conta Márcio. Ele ainda não sabe quando o comércio e as indústrias retornarão à atividade normal. A previsão inicial seria a partir do dia 17 de fevereiro. “O governo proibiu aglomeração com mais de 20 pessoas. Por isto, somente alguns mercados pequenos estão funcionando, mas com fornecimento reduzido. Porém, não está faltando nada aqui, nas farmácias, hospitais e postos de gasolina.” Na região onde reside, apenas um caso foi registrado até o momento. “Esta doença é mais contagiosa , mas é menos perigosa comparada com as anteriores – Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS/H1N1 – Gripe A). Pelos relatórios, pessoas mais velhas e menos imunes estão sendo as mais prejudicadas. Também nota-se que poucos estrangeiros foram contaminados. Quase todos são chineses”, destaca Márcio, que mora há 23 anos na China. Ele está com viagem ao Brasil marcada para o final deste mês e espera que consiga vir.
Morando em Hong Kong -território autônomo no sudeste da China, hà 27 anos, Luciane Espinoza Lee, 46 anos, diz que o clima é de precaução, com o comércio fechado para evitar a propagação e em decorrência do feriado do ano novo chinês, que foi prorrogado. “Andamos de máscara, lavamos sempre as mãos, evitando os espaços públicos”, conta. Para ela, o coronavírus não é tão grave quanto o da Gripe A. “Não está tanto como comentam. Esse vírus não é tão poderoso como era o SARS que, independente da tua imunidade, tu pegavas e tinha 95% de risco de vida. Este (coronavírus) consegue tratamento”, avalia. Para ela, as medidas para evitar a propagação também buscam evitar a mutação do vírus. “Entrou um pouco mais de Estado de Emergência pelo medo de o vírus propagar e virar outro vírus”, aponta. Um problema enfrentado pelos moradores de Hong Kong é a falta de alguns itens nos supermercados, como arroz, papel higiênico e pão. Álcool em gel e máscaras também estão escassos. “O único problema é que a turma do período da guerra tem medo de ficar sem mantimento. Alimento perecível não está conseguindo. Mas o governo avisou, nesta semana, que tem em estoque”, conta. Em Hong Kong a fronteira foi fechada na segunda-feira e após a morte de um homem. “Ele foi no foco, veio pra cá e transmitiu. A mãe dele está em estado crítico. São 18 casos confirmados e 112 em observação. O governo está se precavendo bem”, afirma.
Situação no Brasil
O Ministério da Saúde divulgou na quarta-feira, 5, números sobre a situação dos casos suspeitos do novo coronavírus no Brasil. O Centro de Operações de Emergência (COE) registrou diminuição de dois casos suspeitos em relação ao informe do dia anterior. Agora, nove casos se enquadram na atual definição de caso suspeito para nCoV-2019, mas segue sem casos confirmados. Os casos suspeitos estão sendo monitorados pelo Ministério da Saúde nos estados do Rio de Janeiro (1), Minas Gerais (1) São Paulo (3), Santa Catarina(1) e Rio Grande do Sul (3).
