O Fato Taquari Jornal On-Line
As aulas começaram há mais de um mês, mas boa parte dos alunos da rede estadual em Taquari ainda não teve todas as disciplinas. Isso porque faltam professores na maioria das escolas mantidas pelo Governo do Estado. Conforme levantamento feito, nesta semana, pelo jornal junto às instituições, faltavam profissionais para 320 horas-aula na rede estadual. Enquanto o quadro não é suprido, os alunos estão sendo dispensados ou têm aula com professores de outras disciplinas.
A escola mais atingida pelo problema é o Instituto Pereira Coruja. Com educação infantil, ensino fundamental, médio é técnico, o educandário precisa de profissionais para 240 horas-aula nas áreas de história, biologia, filosofia, além de professores para o curso técnico em Meio Ambiente. No educandário, estudam mais de 1000 alunos.
Outra escola com grande déficit no quadro de professores é a Menezes Costa. No local, faltam 8 horas de matemática, 15 horas de história e 15 horas de geografia. Na disciplina de história, também falta professor para três turmas da Ana Job, já que a titular deixou o educandário na semana passada, e, na disciplina de geografia, para 4 horas-aula na Antônio Leite Costa. Já na disciplina de inglês, faltam professores na Barão de Antonina, para 9 horas-aula, e na Barão de Ibicuí, para 25 horas. Os dois educandários juntos têm mais de 1000 alunos.
Apenas as escolas estaduais Júlio de Castilhos, Nardy de Farias Alvim e Nossa Senhora da Assunção estão com o quadro de professores completo.
Famílias preocupadas
O pai de uma aluna da rede estadual, que preferiu não se identificar, contou que está preocupado com a situação da falta de professores. Segundo ele, há dias em que sua filha tem apenas uma ou duas horas-aula durante a manhã. A jovem, que utiliza transporte escolar, precisa acordar antes das 7h para se deslocar até o educandário e só retorna ao meio-dia. “Às vezes, ela passa mais tempo na escola, sem aula, do que estudando”, contou. Para ele, o problema ocorre por falta de organização. “A gente tem que mandar o filho para a escola para não perder conteúdo, para não ter muitas faltas, a gente se preocupa com os filhos, eles precisam estar na escola, não em casa. Isto é uma falta de respeito com o aluno e com os pais dos alunos”, considerou. O pai também está preocupado com a recuperação das aulas. Para ele, provavelmente os alunos perderão as férias de inverno ou terão que estender o ano letivo no mês de dezembro para conseguir recuperar o conteúdo.
O que diz o Governo do Estado
Na tarde de ontem, a 3ª Coordenadoria Regional de Educação, responsável pelas escolas do município, enviou nota sobre o assunto. Segue, na íntegra. “Estamos com quase todas as demandas sendo analisadas no dia de hoje (quinta-feira, 21 de março) lá na secretaria de Educação. Pode-se visualizar, através do sistema interno, que foram atendidas as solicitações para as disciplinas de hstória, química, filosofia e biologia. A Escola Ana Job não tem necessidade de contrato novo de professor aberto no sistema, nem a Escola Barão de Ibicuí. A Leite Costa está sendo analisada na Seduc. A Escola Menezes Costa já foi atendida na vaga de geografia e acreditamos que matemática também será liberada até amanhã. Na Escola Barão de Antonina, há falta de 9h na disciplina de inglês. Esta falta de professores se dá por várias razões, dentre elas podemos citar os contratos emergenciais dispensados, pois eles são por prazo determinado, aí o processo para chamar o novo candidato, às vezes, se torna demorado: ele é contatado, entra no processo de admissão e, em alguns casos, ele dispensa em virtude de assumir alguma nomeação referente a algum concurso prestado e, com isso, volta-se ao ponto de partida inicial de todo o processo novamente. Houve uma licença saúde e revogação de convocação. Assim que a Seduc liberar estas solicitações, a CRE entra imediatamente em contato com a escola para formalizar o processo de admissão”, informou a 3ª Coordenadoria Regional de Educação.
