O Fato Taquari Jornal On-Line
Durante sessão do Legislativo na noite da última segunda-feira, os vereadores debateram a drogadição em Taquari. Vânius Nogueira (PDT) puxou o assunto na tribuna. Para ele, os vereadores precisam organizar um movimento para buscar tratamento para os dependentes químicos do município.
“Nesse frio, eles estão sem casaco, só de camiseta, pedindo dinheiro na rua. É chocante”, considerou. Para o pedetista, é necessário reunir poder público e setor empresarial para buscar uma solução para o problema. “Cabe a nós, políticos, fazermos algum movimento em torno disso aí. É ruim para eles, é ruim para as famílias, é ruim para nós todos”, disse o vereador.
Ademir Fagundes (PDT) concordou com o colega. Para ele, deve ser procurado um tratamento adequado para os usuários de crack. “Só 21 dias no nosso hospital não é suficiente, não está adiantando. Precisa ser um local fechado”, opinou Ademir.
Clóvis Bavaresco (PP) questionou os colegas sobre os meios de internação e se é necessário que o dependente químico previamente concorde com o tratamento. Zé Harry (PDT) disse que é preciso conversar com o pessoal do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) para averiguar as possibilidades de tratamento por meio do sistema público de sáude e relatou que há meios de realizar a internação compulsória dos dependentes, se for a vontade da família. Para ele, depois da internação, é extremamente importante que os pacientes continuem o tratamento junto ao Caps, no entanto, a maioria deles abandona a rede.
O vereador Leandro Mariante (PT) também debateu o assunto, relatando que trabalhou durante alguns anos na ala de saúde mental do Hospital São José. Ele disse que a maioria dos pacientes do local não são dependentes químicos, pois são atendidas muitas pessoas com depressão e outras doenças não relacionadas ao uso de entorpecentes. “O município tem como arcar com tudo? Não tem”, salientou. Para ele, é preciso realizar uma reunião para debater as políticas a serem adotadas acerca da questão. Mariante acredita que a associação de pastores do município deve ser chamada para a conversa, já que as igrejas evangélicas têm muita força dentro do tratamento de dependentes químicos. “Temos que tentar criar um sistema que atenda um pouco melhor”, falou Mariante.
A vereadora Pastora Mara (PSDB) também subiu à tribuna para tratar do assunto. Ela disse que a associação Casa de Davi, que atua em Triunfo no tratamento de dependentes químicos, tem interesse em desenvolver seu trabalho em Taquari. O grupo estaria em tratativas com o Prefeito Maneco para a instalação da unidade em uma aréa de terras situada no Rincão São José, onde funcionou a clínica Luz do Vale.
Início do curso de call center é comemorado
A aula inaugural do curso de call center, realizada no último sábado, no Grêmio Recreativo Alvi Negro, foi pauta da fala de alguns vereadores na tribuna. Ramon (PT) disse que aquela seria a melhor sessão da sua vida, pois falaria sobre o maior passo dado por Taquari em busca da solução para o problema do desemprego no município.
“Eu vi 1.200 pessoas reunidas, com esperança de conseguir um emprego. Eu nunca tinha visto isto antes no meu município. A próxima sessão, que vai ser a melhor da minha vida, será quando abrirmos as portas desta empresa em Taquari”, destacou Ramon.
O vereador Ademir Fagundes (PDT) também falou sobre o assunto, destacando o investimento que a Prefeitura está fazendo para contratar uma universidade e dar o curso aos taquarienses. “Para arriscar esse valor todo é uma garantia de que essa fábrica vai abrir”, considerou o pedetista.
Zé Harry (PDT) também subiu à tribuna para comemorar a vinda do call center. O presidente da Câmara disse que o prédio do antigo seminário seráfico, onde a empresa deve se instalar, valia em torno de R$ 4 milhões com a área de terra, e disse que a Prefeitura vai investir mais cerca de R$ 6,5 milhões para reformá-lo para a empresa. Para Zé Harry, num prazo de dez anos, esse investimento se transforma em R$ 100 milhões para o município, através dos salários dos funcionários que lá estarão empregados. “Para mim, é o começo de um ato de liberdade, que é o ato de ser empregado”, falou o presidente.
Vânius cobra solução para o prédio da antiga Prefeitura
O pedetista Vânius Nogueira subiu à tribuna para cobrar uma solução em relação ao prédio da antiga Prefeitura. Com características históricas, as instalações, que também abrigaram a Empresa Jornalística e de Radiodifusão Açoriana (Ejora), estão isoladas desde 2013, quando parte do telhado desabou. “Nossa cidade está tão bonita. Deixar um prédio caindo, cheio de brejo, no Centro da cidade, é vergonhoso”, disse o vereador. Para Vânius, é preciso analisar a possibilidade de conseguir verbas estaduais ou federais para a recuperação do prédio ou então ver meios legais de derrubá-lo.
O vereador Leandro Mariante (PT) disse que acredita que a história do município tem que ser mantida. No entanto, segundo o vereador, a Prefeitura tenta, desde 2013, tombar o patrimônio histórico de Taquari junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), para buscar verbas de restauração dos prédios, mas o processo é muito burocrático. “Não se consegue avançar”, disse. De acordo com Mariante, após o tombamento, também existe muita dificuldade de se conseguir profissionais qualificados para a restauração, além de material arquitetônico igual ou semelhante ao utilizado nas construções antigas.
O vereador Clóvis Bavaresco (PP) relatou que, há alguns anos, realizou pesquisa em relação aos recursos disponíveis para reformas de prédios históricos, quando havia interesse em realizar restauração em instalações da Igreja Matriz. Na época, segundo o progressista, havia recursos de sobra para obras do gênero. “O problema está em se conseguir fazer um bom projeto”, salientou.
São aprovadas parcerias com a Apae
Foram aprovados dois projetos de lei, de autoria do Executivo, para celebrar parcerias com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Um deles, no valor de R$ 80 mil, a serem pagos em seis prestações. O outro projeto prevê o repasse de R$ 24.520,32, através do Fundo Nacional de Assistência Social. Os recursos devem ser utilizados para a escolarização dos alunos, entre outros projetos desenvolvidos pela entidade. Para o vereador Leandro Mariante, que trabalha na Apae, o investimento é muito importante para a instituição. “Fico muito contente quando os governos investem na Apae. O trabalho que é feito lá nenhuma outra escola consegue fazer”, disse.
Pedágios na BR-386 são pauta de debate
O vereador Leandro Mariante (PT) lamentou o anúncio de que será publicado edital para concessão de dez rodoviais federais no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Para ele, a decisão passa por cima da vontade da maioria dos participantes das audiências públicas que foram realizadas para debater a questão junto à comunidade. “Eu fui em todas as audiências e em todas o público foi unânime em dizer que não queria”, relatou. Segundo ele, na BR-386, dois pedágios afetarão diretamente os moradores de Taquari, um ficará em Paverama, próximo ao Rosinha, e outro próximo ao município de Triunfo.
Ramon (PT) disse que é uma selvageria o que o Governo Federal está fazendo na BR-386, onde está sendo concluída parte da obra de duplicação, que se arrasta há mais de cinco anos. “Estão torrando o resto dos recursos públicos para acelerar e concluir a obra na BR-386 e entregar para o pedágio. Se quer entregar, que entregue a conta também”, considerou o petista.
Zé Harry (PDT) diz que é testemunha da participação dos vereadores taquarienses na mobilização contra o pedágio. “Todos foram contra, mas o pedágio está aí”.
Tio Nei quer esclarecimentos sobre sumiço de eletrônicos
O vereador Tio Nei (PSDB) pediu, na tribuna, que a Casa esclareça o caso do desaparecimento de um notebook e um tablet, de propriedade da Câmara de Vereadores. “Para que a gente possa sair daqui com nossos nomes tranquilos, preservados”, disse o vereador. O notebook estava na sala de som e o tablet em uma sala do segundo pavimento da Casa. Os aparelhos teriam sido furtados há cerca de dois ou três meses e não há sianis de arrombamento no prédio. O presidente da Casa, Zé Harry, disse que uma sindicãncia averiguará a situação e é provável que os vereadores e funcionários sejam chamados para depor. “Vamos dar uma resposta condizente para a comunidade”, garantiu.
Outros projetos aprovados
Foram aprovados dois projetos de lei de abertura de crédito suplementar, que somam R$ 215.993,85, para adequar o orçamento municipal e possibilitar o recebimento de recursos do Ministério da Saúde para Apoio Financeiro aos Município (AFM).
Os vereadores também aprovaram um projeto de lei que disciplina o comércio no Parque de Exposições Nardy de Farias Alvim, durante as festividades da ExpoTaquari 2018. Ficou estabelecido que a empresa S3 Entretenimento Turísticos e Produções Ltda é responsável pelo credenciamento dos vendedores e expositores do evento e deverá pagar R$ 288,93, referente à taxa de licença e funcionamento. Já os comerciantes e expositores deverão pagar R$ 122,94, referentes ao Alvará Sanitário.
Também foram aprovadas alterações em uma lei de 1998, que trata das taxas de fiscalização e vigilância sanitária. A partir de agora, os valores são atualizados conforme a Unidade Fiscal Municipal (UFM), que atualmente é de R$ 17,33. As taxas, que vairam de R$ 122,86 a R$ 281,09 conforme a atividade do estabelecimento, devem ser pagas até o primeiro dia últil do exercício.
