Ex-prefeito de Taquari encerra gestão na Famurs

Uma cerimônia no Hotel Plaza São Rafael, na tarde desta quinta-feira, 8 de julho, marcou a despedida do ex-prefeito de Taquari, Emanuel Hassen de Jesus, o Maneco (PT), da presidência da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), cargo em que permaneceu por um ano. O comando da entidade passou para o prefeito de São Borja, Eduardo Bonotto (Progressistas).

A eleição para presidente da Famurs ocorreu em 24 de maio para a gestão 2021/2022. Eduardo Bonotto, 40 anos, foi eleito prefeito de São Borja, em 2016, pela primeira vez, e reeleito em 2020.
A solenidade foi realizada de forma híbrida, com a presença dos prefeitos eleitos para os Conselhos de Administração e Fiscal, além de autoridades convidadas, como o governador Eduardo Leite e deputados gaúchos. Este foi o primeiro evento presencial após o início da pandemia de coronavírus, também transmitido pela página no Facebook da Famurs e do jornal O Fato e pelo canal no YouTube da Famurs.
Maneco assumiu o cargo em 8 de julho de 2020 e, na cerimônia da tarde de ontem, destacou o ano difícil pelo qual passou, decorrente da pandemia, mas que teve ainda as eleições municipais, que, para ele, influenciam nas decisões a serem tomadas, e a troca de gestores, com os quais o entrosamento construído teve que ser refeito. “Tudo o que poderia dificultar o nosso trabalho aconteceu nesse um ano. Mas, mesmo assim, com muito diálogo e responsabilidade, o saldo é extremamente positivo, e a nossa entidade se tornou ainda mais reconhecida”, afirmou.

“Gestão encerra de maneira muito positiva, no período mais difícil dos 45 anos de história da entidade”

Em entrevista, por aplicativo de mensagem, Maneco falou sobre o trabalho à frente da Famurs, destacando os desafios, conquistas e o seu futuro político.

OF – Como você avalia a sua gestão na presidência da Famurs?
Maneco – Foi um ano de desafios e aprendizados, num momento da nossa história em que tivemos que lidar diariamente com um inimigo invisível, o coronavírus, que ceifou a vida de milhares de pessoas. Iniciei a gestão na pandemia e infelizmente encerramos esse ciclo ainda com menos de 50% da população gaúcha imunizada. Tivemos que lidar com a crise econômica, a estiagem, o desemprego, além das questões do dia a dia dos municípios. Mas conseguimos, com muito diálogo e responsabilidade, colocar a entidade e os 497 municípios participando de maneira muito ativa de todos os debates que ocorreram nesse período. Sem deixar de cuidar também das pautas do municipalismo e valorização das cidades. Nossa gestão encerra de maneira muito positiva, no período mais difícil dos 45 anos de história da entidade.

OF – Quais foram as maiores dificuldades neste ano de pandemia?
Maneco – As maiores dificuldades que enfrentamos foram todas provocadas pela pandemia. A necessidade de implementar medidas de restrição, a fiscalização dessas medidas, a luta por recursos para aumentar o número de leitos hospitalares nos municípios por conta do crescimento vertiginoso das internações, a busca pela vacina, as decisões sobre as aulas na rede de ensino. Além da retomada das atividades econômicas, considerando que, com os efeitos do coronavírus, a taxa média anual de desemprego foi recorde. Foram momentos desafiadores e de muito aprendizado. Tudo isso, em um ano em que houve eleições municipais, depois a troca dos gestores. Conseguir manter a unidade e construir os consensos entre 497 prefeitas e prefeitos foi fundamental nesse período e, sem dúvida, o maior desafio.

O Fato – Quais contribuições Taquari obteve com a sua gestão na Famurs?
Maneco – Tenho muito orgulho da minha gestão na Famurs ter iniciado em Taquari. A cerimônia da minha posse na entidade foi na minha cidade, no período em que eu ainda era o prefeito. Isso foi muito simbólico e marca ainda mais a minha relação com a cidade em que nasci, cresci, moro e tive a honra de ser prefeito por oito anos. Realizamos o evento no auditório da Prefeitura, sem convidados, em respeito às medidas de distanciamento vigentes naquele período.
Claro que observei, orgulhoso, a geração de empregos que sempre foi um desafio para nossa cidade de Taquari. E desde o início da gestão, em 2013, enfrentamos o tema de peito aberto, confiantes de que Taquari iria superar esse problema. Em 2015, estávamos na disputa para a vinda da Fruki para Taquari. Era nossa primeira gestão e muitas coisas ainda estavam sendo planejadas. Na época, não deu certo. Ficamos frustrados. Mas nem imaginávamos que o futuro nos guardava algo maior.
Não ganhamos todas, é verdade. Mas já pensou se tivéssemos desistido? Já pensou se continuássemos só falando mal da cidade? Dizendo que não iria dar certo? Com planejamento, persistência, paciência e muito, mas muito trabalho, os resultados são cada dia melhores. E Taquari foi, aos poucos, nestes últimos anos, vencendo seus desafios. Não só o do emprego, mas o da saúde, o do hospital, o do prédio da Prefeitura, o da educação, o das ruas pavimentadas. E tantos outros que ainda vamos vencer. Estamos levando o nome de Taquari a um outro patamar de desenvolvimento. Esse é o nosso maior projeto, nossa missão, e acima de tudo, nosso propósito.

O Fato – Quais serão os seus próximos passos?
Maneco – Recentemente, fui eleito para o Conselho de Representantes Regionais da Confederação Nacional de Municípios (CNM), representando os municípios do estado da região Sul do Brasil. Seguirei dedicando-me ao municipalismo com esta atuação em âmbito nacional. Além disso, vou retomar minhas atividades como advogado e músico.

O Fato – Em relação à política, já há alguma definição quanto ao seu futuro?
Maneco – A participação na política é algo que tenho como missão. A forma que encontrei de trabalhar para melhorar a vida das pessoas, da nossa cidade, do nosso estado, do nosso país. De alguma forma, participarei ativamente do processo eleitoral que se avizinha, em 2022. Não serei guiado por mero objetivo pessoal, pois conduzo minha atuação política coletivamente, construindo pontes que contribuam para fazer a diferença na vida das pessoas, com diálogo e responsabilidade. Junto ao meu partido, quero ajudar a construir um projeto que devolva o protagonismo ao nosso estado e que possa fazer o RS voltar a se desenvolver econômica e socialmente. Voltar a ser exemplo para o país.