O número de empresas que fecharam em Taquari, de abril até 20 de agosto, conforme dados obtidos junto à Prefeitura, ainda não alcançou o dado de 2019. As medidas de distanciamento social para prevenção do coronavírus, que afetaram a economia, não impactaram tanto como se esperava no número de empresas fechadas.
Entre abril e 20 de agosto de 2019, 31 empresas encerraram as atividades junto à Prefeitura. Em 2020, dados de abril até 20 de agosto, mostram que foram 28 empresas fechadas.
A presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento (Codevat), Cíntia Agostini, que é doutora em Desenvolvimento Regional, explica que a situação de Taquari é parecida com a de outros municípios da região, sendo que, em alguns, já há saldos positivos de abertura de empresas e de recuperação da empregabilidade. “Logo que começou a pandemia, todos nós nos assustamos muito pelo impacto inicial. Em muitos negócios, os donos acreditavam que teriam que fechar. Num segundo momento, logo na sequência, ali por maio e junho, eles viram que seria necessário reestruturar e fazer alguma demissão, mas não seria preciso fechar. Em julho, começamos a ver retomadas nos níveis de desemprego. Ainda são negativos, mas não são tão ruins ( entre contratações e demissões)”, diz Cíntia.
Ela explica que a característica econômica da região, que produz e desenvolve a cadeia de alimentos, traz uma grande vantagem. “As pessoas abriram mão de outras coisas, mas de se alimentar e acessar alguns bens, não. Elas continuaram e isso fez com que boa parte dos nossos negócios se mantenha parcial e aberta. A área de serviços e comércio teve reduções de 50% a 70%, mas isso não indica fechamento. Fecharam alguns que já estavam com dificuldades anteriores, mas a maior parte tem tentado se sustentar. De uma forma geral, estamos vendo retomadas e acredito que já chegamos ao fundo do poço e estamos retomando, obviamente, de forma lenta e gradual”, explica.
Aposta em novas formas de vendas
A empresária e lojista, Lídia Rosa da Silva, diz que sofreu por antecedência. “Fiquei com muito medo de ter que demitir alguém ou ficar com contas em atraso”.
Mas com o decorrer do tempo, os comerciantes foram buscando alternativas. “Foram surgindo medidas que nos ajudaram muito, as emendas do governo Federal, de redução de jornada de trabalho e suspensão de contrato, além do financiamento do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que nos auxiliou muito também!”, salienta.
Para dar andamento nas vendas, mesmo com as medidas restritivas, ela apostou em outras formas de trabalho e na divulgação. “O uso das redes sociais nos ajuda muito também a atender os clientes que evitam sair de casa. A questão agora é ir até o cliente, nos casos de bandeira vermelha. Acredito que a forma de atender está mudando e nós, lojistas, temos que nos adequar e conviver com a doença, até que ela seja solucionada”, afirma.
Sonho da empresa própria adiado
O garçon Mateus Tomazi, 34 anos, estava pensando em investir em Taquari, no ramo da alimentação, mas as dificuldades decorrentes da pandemia de coronavírus o fizeram avaliar melhor e desistir. Ele chegou a dar os primeiros passos para ter uma empresa própria, no entanto , optou em esperar mais um pouco. “Com a pandemia, investir um dinheiro para não ter retorno não está valendo a pena”, diz.
Natural de Porto Alegre, com experiência em restaurantes e churrascarias de Porto Alegre e São Paulo, optou, neste momento, em trabalhar com a irmã, proprietária de uma pizzaria em Taquari.
Empresas baixadas desde abril de 2020
1 Tecnologia da informática
1 Vidraceiro
5 Lancherias
2 Minimercados
1 Oficina mecânica
1 Chapeação
1 Comércio de móveis
6 Prestadoras de serviço
1 Comércio de peças de veículos
1 Comércio varejista de calçados
2 Comércio varejista de roupas
1 Farmácia
3 Comércio varejista de colchoaria e cama mesa e banho.