Um fato atípico chamou a atenção dos usuários da água da Companhia Rio-Grandense de Saneamento (Corsan) no início dessa semana.
A moradora da localidade de Boa Vista, Ana Leonilda da Silva, deixou de utilizar a água da torneira depois que notou cheiro e gosto de barro na água. Por isso, passou a comprar água no mercado para tomar a medicação e, nos últimos dias, pegou alguns litros no poço artesiano na propriedade da filha, que mora no interior. “Não tinha como tomar”, diz.
A Corsan disse a O Fato que a alteração ocorreu devido à floração de algas. “Nesta época do ano, como é comum em muitos mananciais de água superficial, observa-se um aumento de florações de algas. Algumas algas causam odor e gosto que podem lembrar mofo, terra, grama, entre outros. O odor é intensificado quando realizamos o aquecimento da água, por exemplo, no preparo do chimarrão, do café e ao tomar banho”, disse a Corsan por e-mail.
Para resolver o problema, a Corsan ajustou o sistema de tratamento para minimizar a concentração das substâncias que causam odor e gosto, e iniciou, no domingo, 29 de dezembro, a dosagem de carvão ativado. “O paladar e o olfato humanos têm uma capacidade muito grande em detectar essas substâncias, mesmo em concentrações baixíssimas, da ordem de bilionésimos de grama por litro de água. Por essa razão, mesmo com o tratamento de água, é possível a percepção de odor e gosto pelos usuários, no entanto, ressaltamos que, com o tratamento de água, apesar da presença de odor e gosto, essas substâncias reduzidas a baixas concentrações não fazem mal à saúde”.
A alteração pode ter sido percebida em toda a cidade porque ocorreu na água captada do manancial. A Corsan destacou que a água é tratada e monitorada conforme padrão de potabilidade estabelecido pelo Ministério da Saúde.
A estiagem pode ser um dos motivos para a maior concentração das algas. Segundo a Corsan, o nível do rio normal é em torno de 2,5m a 3 m na captação e estava nesta semana a 1,80 m. O consumo normal de água em Taquari é de 5500 m³/dia e, nos dias de calor extremo, como os registrados no início da semana, chega a 6500 m³/dia.