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Escassez de chuva e alta temperatura comprometem desempenho nas lavouras

Sem chuva contínua há pelo menos quatro meses, na localidade de Beira do Rio, os produtores de arroz Marcelo Labres Porn, 39 anos, e seu pai, Antônio Carlos Silva Porn, 69 anos – com quase 50 anos de experiência na área – dizem que há apenas uma chance de não perder todo o investimento feito nesta safra, nos 70 hectares plantados com arroz. A estiagem deste verão em Taquari é comparada à ocorrida em 2004, quando muitos açudes secaram no município.

Até a terça-feira, 25 de janeiro, 70% da lavoura de arroz estava comprometida devido à falta de chuva. O solo na área plantada, de tão seco, estava rachado. Os sucessivos dias com temperaturas superiores a 37º C agravaram a situação. “A cada dia que dá, o calor vai diminuindo a umidade na planta. Uma parte verdejou e chegou a criar umidade com a chuva da semana passada”, conta o produtor Antônio Carlos. No entanto, a precipitação não foi suficiente para aumentar o nível de água nas lavouras e garantir uma boa safra.
Os produtores utilizam a água de uma represa construída junto à propriedade. São 14 hectares destinados à reserva hídrica, porém, o nível da água está tão baixo, que não é suficiente para irrigar a plantação. “Estamos com as barbas de molho, temos até o final deste mês para conseguir salvar”, comenta Marcelo. A represa tem três metros de altura no ponto de distribuição para a plantação, mas está com grande parte da margem à mostra. A chuva desta quinta-feira trouxe um pouco de esperança aos produtores. A expectativa é que os maiores volumes ocorram nas regiões mais altas, que escoam para a represa da lavoura. “Temos essa despesa, colocamos adubo e a expectativa é muito pouca. Tomara nós tirarmos a despesa. É complicado, porque até agora gastamos tudo pra fazer. Se der uma chuva e criar água, descer lá de cima, aí tudo bem, dá um pouco, mas se vai até o fim do mês sem, aí não tem como”, diz Marcelo.
Eles justificam que sistemas de irrigação, bombeando do rio Taquari, aumentam muito o custo da lavoura. “A diferença com a estiagem de 2004 é que, naquele ano, o saco de arroz custava em média R$ 18 e foi comercializado a R$ 80. Hoje, precisaria estar custando R$ 80 para ser possível cobrir as despesas, mas está em torno de R$ 60”, explica Antônio Carlos.
Eles explicam ainda que o prejuízo não é total porque, por receio de enchente, as lavouras foram plantadas fora do período habitual. “Se tivesse plantado uns 30 dias antes, hoje a planta estaria espigando, daí nem puxando água não adiantaria mais.”
Buscando reduzir os riscos de produção, os agricultores estão trocando de cultura, substituindo o arroz pela soja. “É uma cultura que segura mais a água e não exige tanta reposição. O custo-benefício é muito maior, o insumo é mais barato e a soja não é tão atingida pelo calor e falta de água.”

Problemas também na lavoura de soja

O produtor Leandro Palagi, 61 anos, substituiu as lavouras de pastagens pela de soja há quatro anos. “O grão dá um maior lucro por área, maior investimento do que a pecuária, que era a grande maioria da nossa atividade, optamos pela colheita de grãos”, conta Leandro.
Mas, além da estiagem, a sequência de temperaturas acima da média tem causado prejuízos também na lavoura de soja. “A perda de umidade aumenta muito mais e isso é um agravante. Não foi tanto a falta de chuva, mas nos períodos em que faltou chuva e a temperatura estava muito alta. Se ficasse mais fresco, a umidade duraria mais tempo na terra e a planta teria mais possibilidade de germinar”, explica.
O produtor tem uma expectativa de produção de 40% na lavoura. “Teria que ter de 10 a 12 mudas por metro quadrado, mas está com três ou quatro. Dando tudo certo, vai dar 40% aqui. Nesta lavoura, está se torcendo para pagar a despesa”, comenta o produtor sobre a área de 40 hectares plantados em meados de dezembro.
Com anos de experiência na agricultura, ele sabe que essas adversidades fazem parte da atividade. “A agricultura é isso aí. Temos que pensar sempre em trabalhar numa média de três anos, se quiser permanecer neste ramo. Se pensar a cada ano, não fica. O agricultor tem que saber que faz parte da vida dele.”

Hortifrutis também são afetados

Os hortifrútis, por serem mais sensíveis às variações climáticas, estão sofrendo com o calor e a pouca chuva. O produtor Alexsandro Faleiro, da localidade de Fazenda Pereira, diz que não plantou mais folhosas, como alface, nem repolho, brócolis, couve-flor, salsa e tempero verde. A moranga e a batata-inglesa plantadas tiveram prejuízo de 100%. Na propriedade, ele tem conseguido produzir tomate, que é em estufa, mas terá uma quebra na produção, melancia, cebola, aipim e batata-doce. “Pela questão do calor e da seca, que não tem mais como aguar e, mesmo com a irrigação, pelo excesso de calor, estava terminando com as verduras, que acabavam ‘cozinhando’. Teria que ter um estoque de água muito grande por dia, o que é inviável pelo gasto com eletricidade e acabaria com o açude.” Ele conta que as últimas colheitas foram feitas há mais de um mês.
O milho, plantado para tratar os animais, será utilizado na silagem. “O que foi plantado para tentar fazer milho em grão não foi possível devido ao clima. Ele não granou, faltou chuva para formar a espiga”. Ele estima um prejuízo e quebra de produção de R$ 12 mil a R$ 15 mil, sendo de R$ 7 mil na produção de milho. “O fator climático somado à subida astronômica dos insumos, cada vez apertam mais os agricultores familiares”, diz o produtor.

Perda estimada no município é de R$ 6,8 milhões

As perdas estimadas com a estiagem, conforme laudo da Emater/RS Ascar, de Taquari, elaborado em 14 de janeiro, apontam uma média de R$ 6,846 milhões de prejuízo. O levantamento feito pelos extensionistas considera o déficit hídrico desde 2 de outubro de 2021. Conforme os dados, a média mensal de precipitação, entre outubro e dezembro de 2021, foi de 65,2 mm quando, no comparativo com a média do mesmo período dos seis anos anteriores, foi de 134,8 mm.

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