Esgrimista olímpico tem raízes em Taquari

Filho de professores de educação física, o esgrimista Guilherme Amaral Toldo nasceu em Porto Alegre, em 1º de setembro de 1992 e dedicou sua vida ao esporte.

A mãe de Guilherme, Ana Beatriz Amaral Toldo, 56 anos, conta que ela e o marido, Paulo Toldo, moravam perto da Escola Superior de Educação Física da Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS), no bairro Jardim Botânico, em Porto Alegre, quando o menino nasceu. “Soube que havia aulas de natação para bebês, na UFRGS, e quando ele tinha três meses começou a nadar. Com um ano, atravessava e mergulhava em piscinas profundas, e todos ficavam surpreendidos”, lembra Ana Beatriz.
Guilherme passou a frequentar a escolinha de natação do Grêmio Náutico União, na capital gaúcha, virando atleta do clube, que representa até hoje. Aos sete anos, depois de fazer uma aula grátis em uma festa de São João no clube, se apaixonou por um novo esporte. “Aos 11 anos, praticava natação e esgrima e escolheu a esgrima. Eu dizia para ele se esforçar, que ele seria um atleta olímpico”, conta a mãe, orgulhosa.
Em 2011, aos 19 anos, Guilherme conquistou duas medalhas de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no florete individual e por equipe; em 2012, participou dos Jogos Olímpicos de Londres. Nos jogos do Rio de Janeiro, em 2016, surpreendeu ao vencer três vezes e chegar às quartas de final, terminando entre os oito melhores da Olimpíada e derrotando esgrimistas mais bem ranqueados do que ele. No mês passado, em Tóquio, ficou na 21ª posição.
Em entrevista por whatsapp, na volta de Tóquio, Guilherme falou sobre a rotina de um atleta olímpico de alto rendimento. Além do treinamento em pista, que pode durar quatro ou cinco horas por dia, tem a musculação, exercícios, fisioterapia, psicologia. “Faz parte da rotina do atleta, tem horário para dormir, descansar, gastar energia, se divertir, se alimentar da melhor maneira possível, se preparar para as viagens. É uma questão profissional e tem que adequar o estilo de vida a esse esporte, que me diverte e me dá prazer”, relata Guilherme. Ele conta que os pais, Ana Beatriz e Paulo, e a família foram fundamentais na sua carreira profissional, e que o primo, Tiago Amaral, também esgrimista na época que começou, foi importante na sua escolha.
Ana Beatriz diz que o filho sempre foi aguerrido, concentrado e determinado. “Aos 12 anos, começou a viajar sozinho para competir, até então eu o acompanhava. Queríamos vê-lo feliz, era um guerreiro, e voltava feliz da vida com as medalhas que ele trazia.” Ainda na adolescência, Guilherme passou a treinar em Roma, durante as férias. “Ele abriu mão da adolescência, das amizades em Porto Alegre, a favor do esporte. Ele dá a vida para a esgrima, com orgulho e determinação, não só para ele, mas para todos os brasileiros.” O atleta, que também é militar, tem patrocínios do governo Federal, Comitê Olímpico e da iniciativa privada.
A avó de Guilherme, Eny de Souza Amaral, 86 anos, mora no Centro de Taquari. Além de Ana Beatriz, também é mãe de Heloísa e Ângela.