O Fato Taquari Jornal On-Line
Familiares que estiveram nos últimos dias no cemitério de Júlio de Castilhos saíram indignados. O local foi, novamente, alvo de furto. As esquadrias de alumínio utilizadas nas aberturas das capelas foram arrancadas, assim como molduras de fotografias e crucifixos.
A área mais nova do cemitério, ou seja, onde têm sido feitos túmulos novos, foi a mais atingida, no entanto, pelo interior da área onde estão as sepulturas mais antigas, também houve danos. Para obter as molduras, os ladrões arrancam as portas inteiras das capelinhas construídas sobre as cabeceiras dos túmulos e, quando não é possível, destroem a capela.
O morador de Bom Retiro do Sul, Marcelo Alves de Moura, 39 anos, foi até o cemitério, no sábado, com o irmão, de 65 anos, para levar flores nos túmulos da mãe, do pai e de outro irmão. Mas, logo na chegada, percebeu que algumas sepulturas estavam danificadas.
“Na entrada do cemitério, tinha a porta de uma capela grande arrancada e eu brinquei que já estavam levando as portas do cemitério, mas a gente nunca pensa que vai acontecer com a gente. Começamos a caminhar e ver as capelinhas com as portas arrancadas”, conta. A sepultura da família de Marcelo fica no final do corredor. “Em algumas tentaram arrancar a porta, não conseguiram, quebraram a capela toda e deixaram os pedaços pelo chão”, lembra. Ao chegar nos túmulos da família, veio a surpresa. “Quando eu cheguei na da falecida mãe, fiquei desesperado e meu irmão também”, recorda.
Na lápide do irmão não houve dano. É uma capela feita há mais tempo e o material da porta da capela do irmão não é o mesmo da mãe. Na de sua mãe, levaram a portinha, inteira, inclusive o vidro. “Aquilo ali me cortou o coração, foi um sentimento muito grande. Essa foi a primeira vez. Mas o meu irmão já tinha comentado comigo que levaram as argolas de outras sepulturas, há uns dois ou três meses, que deram falta e o pessoal de lá começou a falar”, diz.
Indignado com a situação, Marcelo gravou um vídeo e passou para um amigo publicar nas redes sociais, mostrando o estrago feito no cemitério.
O prefeito André Brito disse, nesta semana, durante entrevista ao programa da rádio web O Fato, Mistura Fina online, que é necessário denunciar na polícia, para que seja aberta uma investigação. “Não tem como colocar zelador 24 horas por dia. As pessoas têm que fazer o boletim de ocorrência, esse é o papel de cada um, fiscalizar. Recebi o vídeo e vou providenciar que seja encaminhado à polícia. É um absurdo estar furtando cemitério”, afirmou. O prefeito lembrou ainda que Taquari é uma das poucas cidades que ainda possui cemitérios mantidos pelo Município.
