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MISTURA FINA: Piranhas palometas chegam no rio Taquari

Os filmes temáticos de piranhas, muito comuns nos anos 80 e 90, causaram vários sustos nas crianças e adolescentes, diante da TV e da tela de cinema. No início deste mês, foi a vez de pescadores de Bom Retiro do Sul levarem um susto e relatarem a presença do peixe nas águas do rio Taquari. O Mistura Fina conversou na quarta-feira, 21 de abril, com o biólogo e doutor em Biologia Animal da UFRGS, Juliano Ferrer. O profissional dedica-se ao estudo dos peixes de água doce do Rio Grande do Sul desde 2003, junto ao Laboratório de Ictiologia da UFRGS.
Segundo Ferrer, a palometa, com o nome científico de Serrasalmus maculatus, ocorre naturalmente na bacia do rio Uruguai, principalmente no seu trecho mais baixo e na sub-bacia do rio Ibicuí. “A espécie tem preferência pelas áreas lênticas dos rios, áreas de várzea, lagos e barragens.” Para o biólogo, registros de palometas no rio Jacuí e seus afluentes parecem inéditos e devem ser considerados como um alerta. “Pois a espécie pode estar estabelecida em alguns dos seus trechos. Existem relatos da presença de palometas na região do vale do Taquari e do rio Jacuí e sua presença em tempos idos não pode ser descartada.”

Produção de arroz pode ser responsável pelo fenômeno

A teoria levantada por pesquisadores gaúchos de que o processo de irrigação do arroz pode estar espalhando as piranhas por riachos, rios e lagos é considerada uma hipótese provável para Juliano Ferrer. “Como mencionado por outros colegas ictiólogos (biólogos especialistas no estudo de peixes), a irrigação na cultura do arroz captura águas de ambientes naturais através de grandes tubulações, o que pode ocasionar a introdução de larvas e alevinos de um sistema hidrográfico para outro, onde as cabeceiras são próximas. Além disso, os próprios canais de irrigação alteram a configuração original das bacias e podem proporcionar o fluxo de espécies aquáticas entre sistemas historicamente não conectados.” Ferrer conta que grandes enchentes, algo comum no Vale do Taquari, também podem estar associadas a esta invasão de espécies nativas da bacia do rio Uruguai para áreas adjacentes. “Muitos rios da região do Pampa são conectados a grandes banhados, os quais, durante uma cheia muito grande, podem proporcionar contatos temporários entre dois sistemas independentes. Existe ainda a possibilidade de espécies exóticas encontradas em nossos rios, como as carpas, por exemplo, serem provenientes de sistemas artificiais fechados, como açudes e tanques de criação. Se estes locais são mal manejados, podem transbordar ou romper. Mas como não é usual criarem palometas para consumo, eu descartaria essa hipótese.”

Desequilíbrio ambiental

A presença de palometas no rio Jacuí e seus afluentes causa desequilíbrio ambiental para a fauna nativa. “Além da predação das espécies nativas, elas vão competir por alimento no ambiente. Nem é possível mensurar de imediato os diversos efeitos negativos desta invasão, mas os pescadores já estão sentindo agora, quando revisam suas redes de pesca e encontram somente peixes em pedaços. A presença da palometa na bacia do rio Jacuí e seus afluentes é mais um impacto para um sistema que já sofre com poluição, desmatamento de suas margens, extração de areia, entre outros. O dourado, por exemplo, espécie carnívora de grande porte e potencial predador das palometas, é nativa, mas está ameaçada de extinção na bacia devido a sua drástica redução populacional nas últimas décadas”, explica Ferrer.

Perigo para banhistas

A palometa atinge um tamanho de aproximadamente 25 cm, segundo o biólogo. “E tem uma mordida potente com dentes fortes e afiados. Os relatos de incômodo com a espécie são de mordidas doloridas e que ocasionam sangramento. Mas não passa disso.” As palometas vivem em cardumes. “Os ataques podem ser com muitos indivíduos.”
Segundo um estudo na bacia do rio Ibicuí, as palometas jovens (2-4cm) se alimentam, preferencialmente, de nadadeiras de outros peixes e insetos. “E, quando adultos, são exclusivamente carnívoros e “restos de e peixes” é o item mais consumido. Ou seja, o bicho é muito oportunista, se tem alimento disponível nas redes de espera, ele vai consumir”, salienta Ferrer.

Reverter a situação

Conforme Ferrer, problemas com espécies invasoras são conhecidos mundialmente e dificilmente são revertidos. “Não vejo possibilidade de remover esses animais exóticos da bacia do rio Jacuí. Nosso conhecimento sobre a invasão é totalmente incipiente. Será que a espécie está estabelecida na bacia? Está reproduzindo? Não sabemos. Temos registros pontuais para a bacia rio Jacuí e nada mais. Seria importante sabermos se os pescadores estão capturando a espécie no rio Vacacaí, por exemplo, um afluente do Jacuí que tem suas cabeceiras próximas a rios da bacia do rio Uruguai.” Para o biólogo, com estes dados, talvez, se consiga mapear o seu trajeto até o Jacuí. “Outra possibilidade seria um estudo genético onde seriam comparados os indivíduos do Jacuí com a população do rio Uruguai. Os resultados indicariam qual seria a origem das palometas do Jacuí.”

As piranhas podem chegar até o Guaíba

Segundo o biólogo Juliano Ferrer, se as palometas estão no Jacuí, nada impede de elas chegarem ao lago Guaíba e seus afluentes. “Como aconteceu com o porrudo, o peixe-cachorro e a maria-luzia. Além disso, ainda podemos prever a invasão para o sistema de lagoas costeiras no norte do estado.”

Professor da Univates faz recomendações

O Mistura Fina também entrevistou o professor dos cursos de Ciências Biológicas e Engenharia Ambiental da Univates, Rafael Rodrigo Eckardt, que fez algumas recomendações.
– As pessoas e pescadores devem informar às secretarias e departamentos de Agricultura e Meio Ambiente os locais de ocorrência das palometas.
– Desenvolver projetos de monitoramento da ictiofauna.
– Criar campanhas de pesca das palometas, principalmente nas áreas de influências das barragens.
– Discutir e trabalhar ações em parceria com os pescadores.
– Avaliar a evolução das palometas na bacia do Guaíba.
– Localizar e fechar canais de irrigação que conectem as regiões hidrográficas do Prata, Guaíba e Costeira.

 

Morre o fundador do jornal O Informativo

MISTURA - Seu Osvaldo 01Na segunda-feira, 19 de abril, faleceu o fundador do Jornal O Informativo de Lajeado, Oswaldo Carlos van Leeuwen. Ele estava internado no Hospital Bruno Born , vindo a falecer em decorrência de um câncer na bexiga e pneumonia, aos 90 anos de idade. Natural de São Francisco de Paula, na Serra, seu Oswaldo, como era carinhosamente chamado por todos, criou o jornal em 8 de maio de 1970. Filho do médico Henrique Guilherme e da dona de casa Angelina, foi professor de português, história universal, gerente das rádios Alto Taquari, de Estrela, e Rádio Independente, de Lajeado. Fundou também uma serigrafia, uma gráfica e uma indústria de chapas gráficas. Presidente da Fundação Oswaldo Carlos van Leeuwen, manteve por anos o canal 45 da TV Educativa e o canal 20 da NET, com a TV Informativo. Um dos sonhos de seu Oswaldo foi realizado em 2020, a rádio web Informativo do Vale , que está no ar desde novembro.
A busca pela excelência em qualidade jornalística e a liderança exercida junto a seus pares por meio da presidência da Associação dos Jornais do Interior do Rio Grande do Sul (Adjori) apontam seu perfil empreendedor e visionário.
Cidadão Lajeadense em 1992, Cidadão Estrelense em 2006, Oswaldo Carlos recebeu, em 2005, a Medalha de Mérito Farroupilha, distinção máxima da Assembleia Legislativa do Estado a quem contribuiu com o desenvolvimento econômico, cultural e social do Estado. Tinha apreço pelo envolvimento comunitário, o futebol amador e o meio ambiente. Apoiava a Liga de Combate ao Câncer, Lions, Rotary, entre outros.
Teve os filhos Paulo Alceu e Jussara, ficou viúvo, voltou a casar, desta vez com Ivone Villa, que cuidou dele até os últimos minutos, e teve mais um filho, Guilherme.

 

Maneco concentrado na Famurs

O Mistura Fina questionou o ex-prefeito de Taquari e presidente da Federação dos Municípios do Vale do Taquari, Maneco, sobre suas intenções políticas em 2022. As especulações começaram no ano passado, quando o ex-governador Tarso Genro citou o político em uma entrevista. Um jornal de Lajeado apontou Maneco como possível candidato à Assembleia Legislativo, representando o Vale do Taquari, no próximo ano. “Estou absolutamente concentrado na Famurs até julho. Os temas da pandemia, do financiamento dos municípios e, agora, a possível privatização da Corsan exigem atenção total pelas consequências diárias e futuras para todos nós.” Sobre a privatização da CEEE, Maneco disse que o processo está finalizado e, infelizmente, não houve a participação dos municípios, na medida em que a energia é uma concessão de responsabilidade do Estado.”
Patrícia Alba indica emenda para Hospital São José

Conforme o gabinete da deputada estadual Patrícia Alba (MDB), a parlamentar indicou uma emenda de R$ 100 mil para o Hospital São José. O anúncio foi realizado na quinta-feira, 22 de abril , e comunicado ao ex-vereador de Taquari e atual secretário de Serviços Urbanos de Gravataí, Paulo Garcia. Segundo a nota enviada pela assessoria da deputada, a expectativa é de que o recurso seja empenhado pelo governo do Estado e, posteriormente, repassado à administração hospitalar nas próximas semanas. De acordo com Patrícia, a intenção é auxiliar a entidade no enfrentamento à Covid-19.

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