Educadores divulgam políticas, legislação e planejamento de volta às aulas durante a pandemia

O Fato entrevistou, on-line, a professora, doutora em Direito, vice-reitora e pró-reitora de ensino da Universidade do Vale do Taquari, Fernando Storck Pinheiro. A coordenadora de Educação de Taquari, a professora e especialista em gestão, supervisão e orientação escolar, Maristel da Silveira Charão falou sobre investimentos e planejamentos das aulas na rede municipal

Gerson Luís Johann, pedagogo e formado em multimeios didáticos deu o posicionamento do Centro dos Professores do Estado do RS/Sindicato dos Trabalhadores em Educação (CPERS) e fez críticas ao governo do estado.

Univates continua com aulas online

Conforme a vice-reitora e pró-reitora de ensino Fernanda Storck Pinheiro, desde março do ano passado, a Univates está com aulas virtualizadas. “Aquilo que era presencial, agora ocorre de forma síncrona, com alguma ferramenta de transmissão online e adaptação das metodologias. Hoje, a legislação nos permite realizar aulas presenciais na área da saúde, nos últimos anos. Estas aulas acontecem, são as práticas, são os estágios”. Conforme Fernanda, as práticas na saúde são realizadas de maneira adaptada. “Não podemos realizar uma prática no laboratório de anatomia com uma turma de 20 alunos, essa turma tem que ser dividida em grupos de cinco, grupos menores, de acordo com os espaços em que vão acontecer as aulas”. As demais áreas, das engenharias e ciências humanas aplicadas, por enquanto, na bandeira preta, não podem ter aulas presenciais, explica a vice-reitora. “Ficando bandeira vermelha, nós podemos. Nosso planejamento é, tão logo fique bandeira vermelha, e assim que a legislação permitir, nós estendermos as práticas para outras áreas também. As últimas aulas que nós pensamos em retornar, quando retornar, são as teóricas, porque essas ainda se adaptam bem ao modelo digitalizado.”
Para Gerson Luís Johann, o CPERS entende que a pandemia precisa ser controlada. “Nesta situação de altas taxas de contaminação, de internação hospitalar e também de óbitos, não é o momento de retornar às aulas presenciais.” Na opinião de Johann, quando houver um recuo significativo desses indicadores, será, então, oportuno reavaliar e planejar um retorno gradual e seguro dos alunos para a sala de aula. “ Entendemos que as dificuldades financeiras se recuperam, mas as vidas e a saúde das pessoas, não.” O professor explica que as escolas terão que criar suas regras de conduta para funcionários de maneira segura. “Terão que normatizar as condutas de professores, funcionários e alunos, desde o momento da chegada na escola, até a saída.” Sobre a formação de professores que o Estado ofereceu, Johann afirma que o CPERS considera muito precária. “As orientações que os professores têm recebido estão sempre lhes causando muito desgaste emocional e físico . Vemos que os quadros de recursos humanos de muitas escolas não estão completos , que também é um problema muito sério.” O sindicalista conta que foi apontado numa reunião de conselho o indicativo de um lockdown. “Vimos como uma forma drástica de lidar com a pandemia, o lockdown não tem apelo e adesão popular , pois a dispensa e a geladeira da maioria das pessoas está vazia, isso torna o lockdown inviável. Pedimos a vacinação como forma de minimizar os riscos de transmissão, mas após a vacinação vamos precisar manter muitos cuidados, constantes, como higienização do espaço escolar, vamos ter que continuar usando EPIs. O Estado precisa promover reforma em escolas, que não receberam neste período adequação e temos escolas com bastante dificuldade ainda.”

Coordenadora fala do planejamento em Taquari

Conforme a coordenadora de Educação de Taquari, Maristel da Silveira Charão, o ano letivo iniciou em 8 de março, como calendário de aulas síncronas, em que foi previsto, momentaneamente, as aulas online porque se estava com bandeira preta. “Nós, então, previmos que teria que continuar de forma remota. Nós já tínhamos um planejamento pedagógico de ensino regular, 2020/2021 , se as aulas fossem remotas, previmos projetos interdisciplinares, por uma questão pedagógica.” Segundo a coordenadora, neste momento não se tem todos os professores de áreas, e estão dependendo do processo seletivo. “Está tudo pronto, mas foi, momentaneamente, trancado pelo Ministério Público, o que dificulta , porque em algumas escolas estão faltando professores”.Conforme a coordenadora, o Ministério Público questionou a falta de um concurso para professores. “Logo em seguida, ele (promotor) foi embora e parece que não tinha vindo outro promotor.”
De acordo com a professora, as aulas estão acontecendo de forma digital, através de envios de tarefas pelo whatsapp dos pais, no caso das séries iniciais, assim como aulas síncronas. “Nos anos finais, eles trabalham todas as áreas juntas, fazem planejamento para toda a semana, interdisciplinar.”
A coordenadoria fez um levantamento dos alunos que não têm acesso à internet. “Está em processo licitatório, para que todos tenham acesso à internet; provavelmente até meados de maio , todos os nossos alunos terão acesso à internet. Os que não têm acesso para ter aula síncrona, terão. Estamos aguardando os trâmites”. Segundo a professora, durante a bandeira preta não tem como atender os alunos de outra maneira que não seja online, e equipamentos digitais para as escolas estão sendo comprados. “Estamos esperando pelo modelo híbrido, depois das reformas e obras nas escolas. Já fizemos obras emergenciais e , agora, estamos entrando com as obras de médio prazo. Estamos com licitação para reforma da rede elétrica das escolas.” Reuniões pedagógicas com professores e busca de alunos também são realizadas pela coordenadoria . “Buscamos fazer o melhor possível para que ninguém seja prejudicado.”
Na próxima semana, será publicada uma entrevista com a coordenadora regional de Educação, Cássia Procat Benini.