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Vestindo preto e com cartazes destacando que a educação é essencial, trabalhadores e proprietários das escolas de educação infantil, de dança, idiomas e de cursos profissionalizantes realizaram, na manhã da quarta-feira, 14 de abril, uma manifestação na Praça da Matriz, em Taquari.
Por cerca de uma hora, eles permaneceram no local, ocupando diversos espaços. “Aqui está a força das entidades escolares do município. Precisamos reabrir. Há uma lei estadual que diz que a educação é essencial e uma juíza foi lá e derrubou esse nosso direito de trabalhar. Temos o apoio dos profissionais da saúde, psicólogos e psiquiatras, pedindo esse retorno porque as crianças já estão manifestando as sequelas dessa pandemia, que são a obesidade, sedentarismo, a antissocialização e até o atraso de desenvolvimento, como um todo”, diz a sócia-proprietária de uma escola de educação infantil, Rosele Santos.
Conforme o modelo de distanciamento controlado do governo do Estado, as escolas não podem abrir sob bandeira preta, que está em vigência desde fevereiro. No entanto, muitos setores foram flexibilizados e enquadrados nos protocolos da bandeira vermelha.
A luta das instituições é pelo direito de abrir as escolas para evitar que ocorram mais demissões. “No início, exigiram a aquisição dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Todas as escolas investiram nesses materiais, nós tivemos gastos. Geramos inúmeros empregos, fora o que já tivemos que demitir. Então, por que as nossas escolas estão fechadas? Por que tudo aberto e somente as escolas fechadas? O que é isso? Virou politicagem?”, destaca Zaira Silveira, sócia-proprietária de outra escola de educação infantil.
No ano passado, as escolas foram fechadas em março e puderam reabrir em outubro para atendimento pedagógico. Naquele momento, os trabalhadores estavam amparados no Programa Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e Renda (BEm), do governo Federal, que possibilitou a redução da jornada de trabalho e do salário, e encerrou em dezembro. “Não temos o auxílio do governo Federal, então nossas funcionárias estão à mercê, sabendo que poderá não ter dinheiro para serem pagas. No período de novembro a fevereiro, em que estivemos abertos, não tivemos nenhum caso de covid e não fomos o foco em nenhum momento. A gente não entende por que estamos fechados, somos a única área fechada que não teve foco”, ressalta Cíntia Silveira, completando que os pais precisam de um lugar para deixar os filhos para irem trabalhar. “Têm casas que estão cuidando de 10 a 15 crianças, nós estamos com os nossos espaços com tudo certinho, com todos os EPIs comprados e não podemos abrir”, lamenta.
A longa duração da medida restritiva também afeta as escolas de dança. “No ano passado, o pessoal estava matriculado e continuou. Neste ano, perdemos metade dos alunos, porque as pessoas não vão permanecer online. É pelo direito de escolher, não que todos tenham que voltar, mas quem quiser, que possa”, afirma Alana Pereira.
Conforme Jéferson Brandão, há um movimento no estado, com quase 200 escolas de dança, buscando o reconhecimento por parte do governo. “Estamos na luta para sermos reconhecidos, não só como escola mas como uma instituição que promove a saúde física e mental dos alunos”, destaca.
Durante a manifestação, um grupo de representantes esteve no gabinete do prefeito, André Brito, onde pediu apoio, uma vez que a decisão depende do governo Estadual.
