Rio sobe 11,3 metros e atinge mais de 50 residências em Taquari

A água do Rio Taquari começou a invadir residências já na manhã da última quarta-feira. O nível do rio subiu rapidamente com as chuvas dos últimos dias e ultrapassou 11 metros no município. Segundo a Defesa Civil do Vale, esta é a maior cheia do Rio Taquari nos últimos 64 anos.

Mais de 50 casas foram atingidas pela cheia. A administração municipal auxiliou na retirada dos pertences desde a manhã da última quarta-feira. Três famílias estão abrigadas no salão da Igreja Nossa Senhora das Dores e duas na sede da Associação dos Moradores do Bairro Praia, situados na avenida Jacob Arnt. Outras nove estão alojadas na casa de familiares. A Prefeitura informou que manteve o distanciamento entre os abrigados para evitar possível propagação do coronavírus. Doações de alimentos, materiais de higiene, móveis e agasalhos podem ser encaminhadas diretamente às famílias.
A moradora da rua Franklin Praia Filho, no bairro Praia, Elenar Siqueira Ribeiro, 65 anos, está abrigada no salão da igreja desde a quarta-feira, junto com a filha Edriane e outros seis familiares. “Isso acontece todo ano”, contou a matriarca. Questionadas sobre o risco de contágio do coronavírus no abrigo, Edriane relatou não estar preocupada. “É um risco, mas eu não tenho medo”, disse. A mãe acrescentou que a administração municipal mediu a temperatura de todos antes de serem instalados na sede da igreja e disponibilizou máscaras e álcool em gel.
Na avenida Getúlio Vargas, a água está sobre o asfalto, a aproximadamente 200 metros da esquina com a rua Antônio Porfírio da Costa. No início da tarde de ontem, o morador da via, Marcos Terres, 50 anos, retirava móveis de sua  residência quando faltavam poucos centímetros para a água chegar à casa. “Já estou acostumado, tiro na última hora”, contou. Segundo ele, a última vez que a água chegou a sua residência foi em 2001. “Mas essa vai entrar mais”, adiantou.
No Rincão São José, a inundação chegou na VRS-868, principal via do bairro, com forte correnteza. José Francisco Espíndola, 64 anos, sempre morou no bairro e conta que esta é a terceira vez que presencia a água em sua residência. “Em 2001, entrou 17 centímetros. Agora (14h de ontem) já tem 20 centímetros e vai entrar mais”, contou.
Até o fechamento desta edição, o nível tinha chegado a 11,30 metros, mas continuava subindo. A estimativa da Prefeitura era de que o rio continuasse subindo, pelo menos, até o final da quinta-feira.