É treinar e aguardar

Nesta semana, o Pinheiros completou uma semana de treinamentos, depois de ficar mais de 100 dias sem atividades presenciais devido à pandemia do novo coronavírus. Seguindo um protocolo de distanciamento, os atletas se preparam para o Estadual da categoria da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) que, a princípio, deve iniciar em setembro, ainda sem data e adversários definidos.

De acordo com o técnico do Pinheiros, Francisco Bellini, o Chico, foi grande a expectativa para o reinício dos trabalhos no estádio Pinheirão, pois o clube deve ser um dos pioneiros no estado a voltar a trabalhar com as categorias de base. “Nossa expectativa era grande, a direção, através do presidente José Geraldo Viana Pereira, o Fuso, e diretores, trabalharam muito para termos a liberação dos treinos. Nunca ficamos parados tanto tempo. Então, poder voltar foi uma sensação única, pois o que era comum, agora, ficou muito difícil de acontecer.”
Chico ainda disse que os jogadores voltaram em boa condição física, já que não ficaram totalmente parados nestes 100 dias sem atividades presenciais. “Os atletas voltaram bem, pois tínhamos uma cartilha de treinos a distância e eles tinham que me passar vídeos das suas atividades. É um pouco estranho, no início, trabalhar com esse distanciamento, mas esse vai ser o nosso novo normal, onde nossos treinamentos foram todos pensados pela comissão técnica, Antônio Carlos Dutra, o Gancho, Everton Porto, o Flecha, e eu, então abrange todas as valências necessárias para os atletas neste recomeço.”
Para poder voltar às atividades, o Pinheiros segue um protocolo. Neste primeiro momento, os trabalhos estão sendo feitos em grupos de seis atletas, sem contato corporal, com treinos físicos e técnicos. Conforme o coordenador geral do Pinheiros,  Antônio Carlos Dutra, o Gancho, a ida e vinda do jogador para o treino é de sua responsabilidade, há um pedal de álcool gel na entrada do clube, o atleta precisa, obrigatoriamente, estar de máscara, o clube mede a temperatura de cada atleta com um termômetro digital na chegada, e o vestiário é fechado para evitar aglomeração, com o atleta se fardando na arquibancada.
Questionado se o clube tem alguma ideia de quando os jogadores poderão ter treinamentos coletivos, com contato físico, Chico afirmou ser um pouco complicado fazer qualquer tipo de projeção no momento. “Vai depender muito dos protocolos e das bandeiras da nossa região. No momento em que a Federação tomar alguma posição na questão de data do início, vai facilitar a abertura dos treinos.”
A volta aos trabalhos do Pinheiros só foi possível porque a bandeira – que define o enquadramento das 20 áreas do Rio Grande do Sul, amarela (pouco risco), laranja (risco médio), vermelha (risco alto) e preta (risco altíssimo) – da região é laranja. Com isso, além de cuidar dos treinamentos dos atletas, a comissão técnica e direção estão de olho nas bandeiras, já que os treinos só são autorizados nas bandeiras amarela e laranja. Conforme Chico, “estamos observando a posição das bandeiras. Mudando para vermelha, paramos.”

Federação ainda não sabe quantos clubes terá o Estadual em 2020

No início de junho, em uma reunião por videoconferência, foi definido o mês de setembro para o início do Gauchão Juvenil, “caso haja autorização do Governo do Estado para este tipo de evento”, afirmou, na época, Clóvis Martins, diretor do Departamento de Competições da FGF. No início da temporada, em janeiro, 34 clubes haviam confirmado participação no Estadual desta temporada, contudo, na reunião de junho, nem todos garantiram presença na competição com ela iniciando em setembro. Esses clubes, que não foram divulgados pela FGF, haviam se comprometido a darem retorno quanto a suas participações nos dias seguintes. Nesta semana, a reportagem de O Fato, através de e-mail, voltou a questionar a FGF sobre a quantidade de clubes que o certame teria em 2020, assim como solicitou a lista dos interessados. Clóvis Martins respondeu que “infelizmente, ainda permanece a situação relatada anteriormente. Precisamos aguardar.”