O Fato Taquari Jornal On-Line
O Ministério da Saúde publicou, na segunda-feira, 8 de junho, a portaria que habilita mais de 300 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em 20 municípios no Estado, entre eles, 10 do Hospital São José, de Taquari.
Os espaços serão destinados a atender pacientes com Covid-19 na categoria Adulto Tipo II, pelo prazo de 90 dias, podendo ser prorrogado. Para isso, o Ministério da Saúde repassará R$ 480 mil por mês, durante três meses, o que corresponde a R$ 1,440 milhão no período.
Com a habilitação, os leitos ficam à disposição da secretaria estadual da Saúde e submetidos ao Sistema de Regulação (SisReg), que faz a regulamentação dos leitos.
A habilitação é resultado da ação da Associação Taquariense de Saúde (ATS), que administra o hospital de Taquari, e da administração municipal. “Um trabalho que vem sendo feito, há cerca de 60 dias, de estruturação e habilitação dos leitos. A nossa região tem necessidade nesta área, tem demanda, realmente havia falta de leitos, tanto que, há um tempo atrás, tínhamos a bandeira vermelha, e um dos motivos fortes foi a falta de leitos. É uma questão essencialmente técnica de condições de prestar o serviço; não é questão de pressão política. O hospital está vendendo, podemos dizer assim, um serviço para a União. Aqui eles encontraram os leitos prontos e estão alcançando os recursos para o pagamento e contratação do serviço”, destaca o vice-prefeito André Brito.
Cerca de 40 profissionais entre fisioterapeutas, técnicos de enfermagem, enfermeiros, médico, equipe de diálise, área da limpeza e recepção vão atuar na área da UTI Covid-19. A partir de terça-feira, o espaço estará à disposição da população do estado do Rio Grande do Sul. Ou seja, no caso de um morador de Taquari necessitar de vaga e a UTI do hospital São José estiver lotada, o paciente poderá ser encaminhado pelo SisReg para outro município.
Brito diz que o recurso pago pelo Governo Federal é o necessário para a realização do trabalho. “É o valor em tese necessário para estruturação e para tocar uma UTI. É uma experiência nova que a Associação vai começar a vislumbrar os custos”, diz.
A obra, iniciada em abril, conta com mais de R$ 3 milhões em recursos próprios da administração e cerca de R$ 1 milhão em doações da comunidade. Além dos leitos, foi adquirido um tomógrafo para reforçar a prevenção.
A obra de adaptação da sala de isolamento do Covid-19 foi realizada em cerca de duas semanas e a entrega à comunidade ocorreu no dia 14 de maio. Os 10 leitos estão equipados com respiradores, maca elétrica, oxímetro, gaseometria, para atender as necessidades dos pacientes com coronavírus.
Leitos não foram utilizados
Um mês após ser entregue, os leitos não foram utilizados pela comunidade. Alguns pacientes de Taquari foram tratados em outras alas do hospital ou transferidos para outros municípios. Na live realizada na noite da segunda-feira, 8 de junho, questionado pelo jornal O Fato sobre a questão, o prefeito Maneco disse que isto seria uma decisão do médico, diante da necessidade do paciente. “A ala ainda está vazia, não queremos ocupá-la, obviamente. Estamos fazendo obras para que estes leitos de isolamento, depois, se tornem leitos de UTI comum. Não sou médico, quem define se o paciente vai ficar no hospital de Taquari ou outro é o médico. Desde o início temos dito que nosso hospital está bem aparelhado, mas em alguns casos não tem capacidade de atender, com mais gravidade, como se tiver que fazer uma ressonância ou uma cirurgia”.
A Prefeitura informou que todos os leitos possuem bombas de infusão e monitores de sinais digitais. Há seis respiradores, mais três manuais, dois cardioversores, três desfibriladores e dois eletrocardiógrafos.
Centro Cirúrgico deve estar pronto em 4 de julho
Outra obra realizada no Hospital São José é a reforma do Centro Cirúrgico, Obstétrico e de Esterilização de Materiais (CEM). Em julho de 2018, o bloco cirúrgico e CEM foram interditados pelo Serviço de Vigilância da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde por apresentar problemas. Com a medida, não foi possível a realização de partos no município.
Um investimento de aproximadamente R$ 735 mil, foi iniciado em novembro do ano passado, para a reforma e adequação do espaço, atendendo às exigências da 16ª CRS. O valor inicial era de R$ 587.730,00 e foram aditivados R$ 148.231,54. Neste valor está a implantação do sistema de climatização e filtragem de ar e a instalações da energia elétrica, duas salas de cirurgia, salas de recuperação pós-anestésica, salas de espera, área de prescrição médica e de enfermagem, área para preparo e esterilização de materiais e equipamentos, vestiários, banheiros, e demais ambientes de apoio. A previsão é que a entrega da obra civil ocorra até 4 julho, feriado de aniversário do município.
Fora a reforma do bloco, é necessária a troca da subestação de energia elétrica, que está orçada em R$ 700 mil, incluído um gerador no valor de R$ 250 mil. Segundo a Prefeitura, o projeto está pronto e será encaminhado para licitação, para contratação da empresa. As obras devem iniciar nas próximas semanas.
O bloco cirúrgico foi interditado em julho de 2018 pelo Serviço Estadual de Vigilância Sanitária, da 16ª CRS, que apontou situações de rotina do trabalho que precisavam ser corrigidas, entre elas, o uso de um mesmo acesso no CEM para a entrada de material sujo e saída do limpo. A interdição era temporária, por 10 dias, porém não foi possível atender todos os apontamentos e um novo espaço está sendo construído. Na época, o hospital estava sob a gestão do Instituto Núcleo de Apoio às Políticas Públicas (Inapp), que deixou a instituição em novembro de 2018.
Reforma nos quartos
Para atender uma possível demanda de necessidade de leitos de retaguarda, o vice-prefeito André Brito diz que quatro quartos estão sendo reformados no hospital. O valor do investimento é de aproximadamente R$ 100 mil e os leitos deverão estar prontos até o início da semana. “Vão ter uma estrutura que nos possibilita segurar um paciente por 24horas aguardando leitos de UTI, caso necessário”.
Credenciamento ao IPE
Deve ser assinado na próxima terça-feira, 16 de junho, em Porto Alegre, o convênio entre a Associação Taquariense de Saúde (ATS) e a direção do Instituto de Previdência do Estado (IPE). “É mais um passo, importantíssimo, para qualificar a prestação de serviços à população. Vamos avançando, nossa administração e a ATS, associação de voluntários que bravamente assumiu com a gente o desafio de transformar nosso hospital, e estamos conseguindo”, destacou o prefeito Maneco, na rede social, ao anunciar a assinatura do convênio.
