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Beintec consegue licença para iniciar transformação de lixo em combustível

Uma licença ambiental que pode mudar a realidade da empresa taquariense Beintec e da fabricação de combustíveis no mundo foi concedida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) neste mês. Aguardada desde 2015, a documentação autoriza a empresa a iniciar a operação de transformação de lixo em óleo diesel, gasolina e outros derivados do petróleo. Segundo o desenvolvedor do projeto, Felipe Bender, 39 anos, o sistema é inovador mundialmente e foi patenteado em 2009.

A primeira unidade experimental, que operará com quatro toneladas por dia em Taquari, também tem como sócios o químico industrial Ricardo Rocha Renner, 40 anos, que iniciou a parceria com Felipe em 2015 ,como técnico responsável, o engenheiro ambiental Marcondes Mafaciolli, 37 anos, responsável técnico pelo empreendimento, e o médico veterinário Clovis Schenk Bavaresco, 60 anos, que também ingressaram na sociedade em 2015 na busca pela licença ambiental. Todos são taquarienses. “A empresa Beintec está à disposição para novas parcerias com investidores que queiram participar deste novo ramo de empreendimento de sucesso”, informam os sócios.
O maquinário piloto utilizado foi totalmente desenvolvido pela empresa de Felipe Bender e é capaz de transformar plástico, borracha, resíduos oleosos e hospitalares, além de outros materiais, em óleo diesel, gasolina, querosene e nafta, usada em indústrias do ramo petroquímico e como combustível sintético alternativo. O sistema também consegue processar os resíduos municipais, proporcionando, por exemplo, a solução de problemas como do antigo lixão de Taquari, que acumula grande quantidade de materiais em meio a montanhas de terra e vegetação. Além de trazer solução para o lixo, a tecnologia pode proporcionar autonomia para órgãos públicos em combustíveis e energia elétrica, provenientes dos resíduos.
Segundo Felipe, o procedimento é mais barato do que o convencional. “O custo de produção fica tão baixo que sai praticamente de graça a produção da gasolina, porque para eu chegar ao diesel, eu tenho que craquear a gasolina primeiro”, conta. O combustível já foi testado em veículos e laboratórios e, segundo o desenvolvedor, tem rendimento acima da média do convencional. O produto final também tem menos compostos poluentes do que o vendido em postos de combustíveis,  e a fabricação não gera resíduos  pós-processamento na recuperação energética.

O sistema

Segundo o desenvolvedor, até o momento, a única forma de transformação de lixo em combustível no mundo é a pirólise térmica convencional, que utiliza temperaturas entre 600° e 800° e chega a um óleo pesado, uma espécie de graxa, utilizada como combustível de caldeiras. O produto gerado ainda é altamente poluente e o procedimento de processamento, por utilizar altas temperaturas, é arriscado. O sistema criado por Felipe contém catalisadores especialmente desenvolvidos, capazes de trabalhar em temperaturas de 200° a 300°, eliminando os riscos e possibilitando o controle do processo para obtenção de variados tipos de combustíveis. Segundo os sócios, este novo processo desenvolvido pela Beintec, em comparação a um simples aterro urbano, gera 20 vezes menos  poluentes e, diante das normas do CONAMA de emissões atmosféricas, o processo não chegou a 1% dos poluentes permitidos em média estipulada para este tipo de processamento térmico. “Os resíduos chegam e, dependendo do tipo, são triturados ou não. Depois são  misturados com um tipo de catalisador homogêneo, que é o que inicia o processo e transforma esses resíduos em vapor. O vapor passa por um outro catalizador, heterogêneo,  onde se consegue manipular o tamanho da cadeia hidrocarbônica desejada, se quero mais gasolina, que vai ser uma cadeia com menos hidrocarbono, ou mais óleo diesel, que vai sair uma cadeia maior de hidrocarbono. Eu consigo manipular o tamanho das cadeias para depois, na hora do craqueamento catalítico, eu conseguir tirar mais diesel, gasolina, querosene ou nafta”, explica o desenvolvedor.
O químico industrial, mestre em sistemas e processos industriais, Ricardo Renner, exemplifica que o sistema é o inverso da fabricação de muitos materiais de uso industrial, comercial e doméstico. Muitos desses materiais, após utilização, ficam contaminados e apresentam periculosidade, sendo então  matéria-prima nesse processo de transformação. “Acaba sendo um ciclo. A indústria parte do óleo que é extraído da natureza para poder gerar o plástico e os outros materiais. O que o Felipe fez, utilizando o processo termoquímico catalítico ajustado de forma totalmente inovadora, foi processar os produtos sólidos, fazendo um processo de reversão, digamos assim, obtendo como resultado os hidrocarbonetos, óleo, gás e carvão, que são produtos com alto valor comercial”, relata.
O engenheiro ambiental, mestre e doutorando em tecnologia ambiental, Marcondes Pacheco, destaca o benefício que o projeto traz para o setor, em comparação com as formas convencionais de tratamento e disposição final dos resíduos. “Elas não eliminam o problema de fato, da quantidade gerada de resíduos. Quando analisamos a autoclavagem, por exemplo, como alternativa tecnológica para o seu tratamen hojeto, continua existindo um passivo, reduzido é claro, mas não elimina 100% o problema associado ao acúmulo de resíduos. Através da pirólise catalítica, temos a conversão total do passivo associado a estes materiais em coprodutos combustíveis, possibilitando a revalorização energética dos mesmos, sem geração de resíduos pós-processamento, ou problemas associados ao controle de emissões atmosféricas pela liberação de compostos tóxicos, como pode ocorrer na incineração e no coprocessamento, controle este que na pirólise catalítica demonstra-se técnica e é operacionalmente mais fácil de se realizar em virtude da reduzida emissão que apresenta”, informa.

A licença

Desde 2015 cumprindo questões burocráticas para obtenção da licença, a Beintec precisou atender a diversas exigências, como a certificação de uma universidade sobre o procedimento criado pela empresa. “Como a tecnologia é muito inovadora, nós precisamos provar que tudo que estávamos falando era verdade, através de laudos, universidade certificando tudo”, conta Felipe. A documentação concede autorização para operar em caráter experimental por um ano, com capacidade diária de processamento de cinco toneladas de lixo, chegando a cerca de quatro toneladas de combustível. Os equipamentos ainda passarão por vistoria da Fepam durante as primeiras fabricações no estado do Rio Grande do Sul. Nesse período, a empresa pretende utilizar os resíduos hospitalares da região e já tem contatos com hospitais de diversos municípios e da Capital,  para  vender a preço baixo o combustível a ser utilizado em ambulâncias e demais veículos das instituições geradoras do resíduo. Passado o período experimental, a licença de operação da empresa passa para capacidade operacional de 80 toneladas por dia e é válida por seis anos, podendo ser renovada. A Beintec também já busca novos licenciamentos com parceiros em São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal e Mato Grosso.
A unidade da Beintec, situada na Rodovia Aleixo Rocha, foi construída totalmente com investimento privado, com auxílio do pai de Felipe, o empresário Júlio Bender. Além desse projeto, a empresa atua no desenvolvimento de outras tecnologias, como gaseificação, geração de energia, tratamento de efluentes, combustíveis alternativos, entre outras ideias de Felipe Bender. O cientista tem formação na área da engenharia mecânica e engenharia automotiva e atua na química como autodidata, tendo experiência em laboratórios de desenvolvimentos tecnológicos onde trabalhou em outros estados do Brasil.

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