Após ter que deixar o trabalho na indústria, o empresário Valdir Britzke Alves, 53 anos, buscou uma alternativa de renda. Depois de obter experiência como vendedor de picolés, ele, junto da esposa Vera Noeci Alves, 48 anos, abriram a empresa Ki-Sabor, localizada na Rua Osvaldo Michel, número 456, no bairro Leo Alvim Faller.
Valdir conta que antes de abrir a empresa, trabalhou como empregado na atividade de vendedor de picolés, usando uma motocicleta e passando por todas as ruas da cidade. “Comecei vendendo para os outros”, conta.
Em 2011, um amigo empresário comprou os equipamentos para venda de sorvete e fez uma parceria com Valdir. Na ocasião, abriram um ponto na Albino Pinto e, mais tarde, transferiram para a rua 7 de Setembro. “Ele me deu tudo para eu começar. Ficamos por um bom tempo lá; no Carnaval a gente vendia aquelas espuminhas (em sprays)”, lembra.
Como a renda era pequena, resolveu investir no próprio negócio e contaram com a ajuda financeira dos pais de Valdir para a compra de uma das máquinas. “Eu trabalhava na Estilo Couros de noite e ela ficava em casa fazendo os picolés, de madrugada. Durante o dia, eu saía pra vender”, recorda.
Resolveram, então, colocar, na garagem de casa, uma máquina de sorvete expresso, mas o movimento de clientes era baixo. “Vendia no sábado e no domingo e ficar com a matéria-prima parada dentro de uma máquina vira um gasto muito grande, principalmente de luz”, comenta. “Era tudo informal, fundo de garagem, como se diz”, salienta Valdir. Chegaram a colocar a venda de lanches para ampliar o negócio, mas foi por pouco tempo.
Com o estabilização da empresa de picolés, foi necessário ampliar o espaço. Uma sala comercial foi construída em frente à residência do casal, utilizada como fábrica e ponto de venda. Para erguer o prédio, foi investida a herança de Vera Noeci e o restante está sendo pago. Também foi necessário regularizar a empresa, o que foi concluído em 2016. Ao todo, a Ki-Sabor está há cerca de oito anos no mercado. “A gente sempre sonha alto, deu muito murro e tem muito suor nosso aqui. O lucro é muito pouco. A gente trabalha mais porque gosta não é pelo lucro. Ela gosta de fazer e eu de estar na rua, com o povo, vendendo e conversando”, conta Valdir. O trabalho na iniciativa privada rendeu amigos, que hoje são clientes. “Tem muitas pessoas que não conseguem se locomover e ficam em casa por isso é importante ir até eles. Muitos querem comer uma coisa boa e não conseguem buscar porque os filhos trabalham. Via também que era uma necessidade do pessoal”, destaca.
Para o futuro, além do desejo de ampliar a empresa, o próximo passo deverá ser a aquisição de balança que emite a etiqueta da fórmula nutricional. Atualmente este serviço é terceirizado.
Atualmente, são vendidos cerca de 900 picolés por dia e o trabalho é realizado pelo casal e mais dois colaboradores, um na fabricação e outro na venda do produto. “Não adianta ter um ponto bom, mas não ter contato com as pessoas. Hoje isso conta muito”, afirma Valdir.