Principal / Geral / Uma época de ouro do clube Taquariense dos anos de 1960

Uma época de ouro do clube Taquariense dos anos de 1960

Ainda está presente na memória de muitos sessentões os momentos vividos na década de 1960 no Esporte Clube Taquariense, um dos grupos oficiais de futebol de campo de Taquari. Fundado em 1940, já escrevia a sua história nos campeonatos amadores do Estado quando foi formado o primeiro time juvenil, com a gurizada que jogava nos campos dos bairros, com idades entre 13 e 14 anos, e os que estudavam no Colégio Nossa Senhora da Conceição.

Um grupo pequeno de meninos era treinado por Evaristo Miranda, quando Cilon Carvalho, 76 anos, na época com 25 anos, encerrando a carreira de jogador, decidiu se tornar um treinador. “Eu não tinha futebol para seguir adiante, decidi ser treinador. Saí pelos campos convidando a gurizada. Fui no ginásio (colégio Conceição), no campinho do Maneco (atrás da agência do INSS), no Moinho (Moinho Taquariense)”, lembra. Como forma de atrair atletas, ele conta que prometia a alguns meninos a possibilidade de jogar um juvenil em times maiores do Estado e até mesmo de irem para o Internacional de Porto Alegre. “Sempre fiz promessa. Eu vivia dentro do Internacional, convivia com Abílio Reis, Jaime Schmitt, Cavalheiro, Marco Eugênio. Quando tinha 14 anos, estudava em Porto Alegre e joguei lá, daí tinha aquela amizade com o pessoal todo do Inter”, conta Cilon. Formado o time, tendo como base estudantes do Colégio Nossa Senhora da Conceição (funcionava onde hoje está o CEM Pastor Dohms), começaram os treinos, mesmo sem perspectiva de competição. Foram tantos jovens envolvidos, que era possível formar até quatro times. Havia muita doação e dedicação dos jogadores, que não ganhavam nada para fazer parte das equipes. “Ali foi a nossa vida. Era o nosso lazer. Eu saía do meu serviço de pintura, pegava a bola e ia para o campo treinar. Às vezes eles vinham aqui pra casa jogar bola. Não se ganhava nada. Nós tirávamos do bolso para comprar cal, a gente capinava, ia lá botar a rede, marcar o campo”, conta Cilon.
A mobilização e o envolvimento dos jogadores deram muito certo, grande parte deles passou para a equipe principal do clube e disputou o Campeonato Amador do Estado. Em muitas ocasiões, a partida prelimitar era realizada no Beira Rio e no Estádio Olímpico, casas do Internacional e do Grêmio, em Porto Alegre. Em 1976, o time principal do Taquariense, tendo muitos atletas da categoria de base, conquistou o campeonato Amador, contra o Guarani de Camaquã, na partida disputada no Beira Rio. Para chegar a esse resultado, era necessária muita dedicação, sem nenhuma vantagem financeira. Atletas que moravam fora de Taquari deslocavam-se de bicicleta para participar dos treinos. “Tinham guris que vinham a cavalo de lá da Volta dos Freitas, no outro lado do rio para jogar”, conta Adão Reis, que integrou a diretoria do clube na época. O empresário Eloy Kern era apaixonado pelo futebol, era considerado o patrono do Taquariense, participando de todos os jogos. “Ele foi um dos jogadores (na década anterior) e presidente. Até a morte, foi um dos baluartes do Taquariense”, conta Adão Reis.

A partida histórica contra o juvenil do Internacional

GERAL - Taquariense Antiga 02O momento mais lembrado de todos os jogos foi um amistoso contra o Sport Clube Internacional, em 1969, realizado no campo do Taquariense. “Eu só treinava com a gurizada e o Ginásio Conceição queria fazer um jogo, mas o treinador tinha que ser o Paulo Nunes, que trabalhava na escola. O time do colégio tinha a base do Taquariense, que disputou contra o time juvenil”, afirma. “Ficou para a história”, ressalta Cilon. Segundo ele, o time era formado por Piba, Derli, Pipoca, Beto Canabarro, Beto Prux, Liquinho, Maneco, Toquinho, Paulo de Tarso, Vardema e Zé Luís (Zé da Vaca). Tinha ainda Piscardi, Caloca, Edson Vasculheiro, Edson Junqueira e Raul Kern. Derli Castro, que estava no time, conta que formaram a equipe Colorada nomes como Falcão, Escurinho e Soares. A partida encerrou em 2 a 1 para o Internacional, mas mesmo assim, o resultado foi considerado uma conquista. “Não foi um jogo muito disparelho. Eu marcava o Soares, que só jogava em cima da linha lateral. A defesa deles passou trabalho com Vardema e Zé da Vaca”, lembra. João Carlos Pereira, o Beta, também recorda dessa partida histórica. “Foi um jogão!”.
Valnei Oliveira Cezimbra, 66 anos, o Pipoca, capitão do time, diz que a equipe saiu ganhando, errou um pênalti e tomou um gol de falta. “Para nós era uma Copa do Mundo e ficamos sentidos porque perdemos por detalhes. Quem teve a oportunidade de ganhar foi o nosso time, pelo incrível que pareça”.
Adão Reis diz que fez questão da participação de Paulo de Tarso no time, mesmo ele não integrando mais a equipe, pois estava jogando no Esporte Clube Pinheiros, um clássico adversário do Taquariense.

Um destaque com 15 anos levado para o profissional

Um dos destaques da equipe, na época, Paulo de Tarso Pereira, 67 anos, foi titular do Grêmio Esportivo Taquariense (GET) com 15 anos. Ele chegou no time a convite do irmão Luis Flávio Pereira, o Tuta, que estava na equipe. “Mas eu nunca tinha calçado uma chuteira”, comenta. O primeiro jogo como titular veio cerca de três meses após o início dos treinos, contra o Canabarrense, na casa do adversário. “O Taquariense estava com o jogo empatado aos 40 minutos do segundo tempo e precisava ganhar pra classificar e tava difícil o jogo. “O treinador me chamou para resolver esse jogo. Era o primeiro dia, não tinha entrado, tava treinando há uns três meses no segundo time. Dei uma aquecida, umas corridas, naquela época nem fazia flexão. A primeira bola que peguei, nunca esqueço disso, eu era ponta direita, eu baixei a cabeça e fui reto ao gol. Quando levantei a cabeça, já tinha passado por todo mundo; quando tava entrando na área, tinha visto o Beto se deslocar, toquei a bola pra ele que bateu debaixo dela, como continuei correndo, a bola veio em mim, dominei no peito e quando olhei, tava na pequena área, dei o pique, bola bateu na veia e foi no ângulo. Foi um golaço. A torcida entrou em campo e foi aquela festa”, conta.
Com o bom desempenho, começou a jogar no time principal, mas não permanecia em campo os 90 minutos o que passou a ocorrer meses mais tarde. “Com quatro ou cinco meses eu me firmei como titular”, lembra.
Pouco tempo depois, com uma parada nas atividades do Taquariense, Paulo de Tarso passou a jogar no Pinheiros, um clássico adversário do Taquariense. Ele lembra que no primeiro momento, a torcida o recebeu com desconfiança, mas até fazer o primeiro gol.
O destaque na partida contra o Internacional foi visto pelo treinador do Caxias, que estava assistindo. Paulo de Tarso aceitou e o salário era de três salários-mínimos, com hotel para hospedagem. “Treinei lá uma semana, me pagavam o salário, a faculdade de Direito e mais estadia no hotel. Vim pra casa e minha mãe não deixou eu voltar”, conta.

Craque que chegou ao profissional

GERAL - Taquariense - PeléOutro craque no Taquariense dos anos de 1960 era Paulo Conceição, o Pelé. Ele chegou no clube aos 15 anos, na equipe juvenil e vestiu a camiseta por cerca de cinco anos. O apelido era uma referência às semelhanças físicas e de habilidade com a bola como o “Rei Pelé”, ex-craque do Santos e da Seleção Brasileira, que atuou entre 1956 e 1977.
“Desde guri foi um abismo como jogador de futebol, mostrava muita habilidade. O pai dele era um humilde funcionário da prefeitura”, destaca Adão Reis. Tinha como colega de time nomes como Binho, Beto Canabarro, Simino, Robertinho, Jacy, Tessa, Teka e João Bagunça. O jogador, natural de Taquari, nascido em 25 de setembro de 1951, faleceu no último 28 de outubro, vítima de câncer, em Encantado, onde estava residindo. Pelé saiu do Taquariense para ingressar na carreira profissional como jogador. A primeira oportunidade foi o Avenida, de Santa Cruz do Sul. Paulo de Tarso e Paulo Roberto Martins, o Meneghetti, estavam junto dele no primeiro teste para o profissional. “Eles pagariam para nós um salário-mínimo, ficaríamos na concentração do time lá, que era debaixo de um pavilhão, um calorão”, conta. Pelé ficou no time e se profissionalizou. Os demais decidiram voltar para casa. “De lá, ele foi para o São José, de Cachoeira, ganhando uns quatro salários, e mais tarde, foi contratado pelo Internacional de Porto Alegre. Jogou lá por pouco tempo e foi emprestado para outro time”, recorda. Paulo de Tarso lembra algumas características do atleta. “Ele não era muito forte, mas muito rápido, habilidoso e uma raça! Dividia com a zaga, não entregava, jogava do primeiro ao último minuto sempre”.
Ele ainda seguiu para o Fortes e Livres, de Muçum, e encerrou a carreira de jogador no Leão do Vale, de Encantado, que chegou a disputar o Gauchão. Formou-se em Educação Física e trabalhou como professor de Educação Física. “Ele dava quantos balõezinhos quisesse. Aquele era crack, diferente. Fazia tudo: driblava, chutava e corria. Jogaram até no Olímpico e no Beira Rio partidas preliminares. Nós fazíamos boa campanha no amador e éramos convidados para a preliminar. Chegamos até lá em cima, tinha um cano de time. Época igual àquela não volta mais”, recorda Moacir dos Santos, o Moa, 75 anos, que atuava como cabeça de área do Taquariense.
Paulo Conceição era casado com Josefina Moretto da Conceição Silva, com quem teve uma filha, Josi Moretto da Conceição Silva.

Além disso, verifique

Inaugurada sede própria para a Brigada Militar

A Brigada Militar inaugurou seu novo quartel no fim da tarde da última quarta-feira, 10 ...

seers cmp badge

xu hướng thời trangPhunuso.vnshop giày nữgiày lười nữgiày thể thao nữthời trang f5Responsive WordPress Themenha cap 4 nong thongiay cao gotgiay nu 2015mau biet thu deptoc dephouse beautifulgiay the thao nugiay luoi nutạp chí phụ nữhardware resourcesshop giày lườithời trang nam hàn quốcgiày hàn quốcgiày nam 2015shop giày onlineáo sơ mi hàn quốcshop thời trang nam nữdiễn đàn người tiêu dùngdiễn đàn thời tranggiày thể thao nữ hcmphụ kiện thời trang giá rẻ