Nas proximidades do Santuário de Nossa Senhora da Assunção, no Rincão São José, está localizado o Mercado Bittencourt, de Miguel Bittencourt de Oliveira, 54 anos. O empreendimento tem 29 anos de atividade e é conhecido pela diversidade de itens.
Para o proprietário, esse é um fator que o mantém em atividade, diante da concorrência com grandes redes de supermercados. “A quantidade de itens que tenho. Muitas vezes vem do Centro aqui buscar peças, no domingo pela manhã”. No espaço de 760 m² há itens básicos de variadas áreas além da alimentação, como material de construção, elétrica, hidráulica, ferragem, bazar, cama, mesa e banho, pneu de moto, correia de máquinas agrícolas, lona para silagem, ferradura, entre muitos outros itens. “Pra gente que mora aqui fora (interior do município), tem que tentar ao máximo manter o cliente aqui. Se ele precisar de algum item, tem que ter, assim como ter preço bom, atender bem, dar prazo pra pagar, fidelizar o cliente”, cita o empresário
Mas o início, sem capital para investimento, não foi fácil. Miguel, logo após concluir o ensino fundamental, por volta dos 15 anos, passou a trabalhar na construção civil. Em 1990, aos 25 anos, registrou uma empresa e seguiu trabalhando, mas paralelo a isso, montou uma lancheria no terreno próprio, com 48 m², para venda de xis e cachorro-quente. Trabalhava em obra de segunda a sexta-feira e abria a lancheria à noite, durante a semana, nos finais de semana e nos feriados, tendo o auxílio da esposa, Márcia, que é professora. Com a lancheria, além de complementar a renda, Miguel tinha a oportunidade de manter contato com o público. “Me criei no grupo de jovens, sendo tesoureiro. Gostava de estar no balcão”, comenta. Também colocou cancha de bocha para atração dos moradores do Rincão.
Pouco tempo depois, ele começou a vender alimentos perecíveis. Naquela época, tinha excursão para o Mercado Nacional, em Canoas, para comprar mantimentos e Miguel participava para buscar para a família . “Muita gente daqui ia fazer rancho lá e eu também. Comecei a trazer algumas coisas a mais para vender. Por fim, eu ia em todas as excursões. Comecei a chamar alguns fornecedores aqui. Quando eu tinha 29 anos, parei de trabalhar em obra. Não tava dando mais conta das duas funções. Decidi que ficaria para ver como seria e começou a vender. A construção civil, na época, não tava no alto, como teve há uns anos atrás. Achei que o mercado dava mais lucro”, diz.
Decidiu dedicar-se à atividade comercial e colocou uma pessoa para ajudar. Com o tempo, passou a vender carne, então contratou um açougueiro. Hoje são oito empregados, incluindo o proprietário, que também atende no açougue.
Olhando a trajetória da empresa, Miguel avalia: “Tá muito bom, eu nem sonhava em ter um mercado assim. Achava que era quase impossível. Mas as coisas foram acontecendo e nós sempre trabalhando muito, todos os dias. Não temos nenhum dia de folga, são domingos e feriados até o meio-dia. Como, de uns anos pra cá, não podem mais os empregados, ficamos em família”.
Para o futuro da empresa, ele a acredita que um dos filhos vai dar continuidade. “Ele tá tomando conta de 60% das obrigações”, afirma.
O mercado está localizado na VRS 828 e abre das 8h às 12h e das 14h às 19h e nos feriados e domingo, das 8h às 12h.