Vereadores estariam estudando o aumento de seus salários, que é de R$ 3.942,17, para se equiparar com o de secretário municipal, que recebe R$ 6.049,93

O presidente do Legislativo, Vânius Nogueira (PDT), foi procurado nesta semana para falar de um assunto que vazou sobre o Legislativo. Conforme a informação, os vereadores estariam estudando o aumento do salário do vereador, que é de R$ 3.942,17, para se equiparar com o de secretário municipal, que recebe R$ 6.049,93. Vânius, primeiramente, não queria falar sobre o assunto. “Não sei de onde saiu esta conversa. Ninguém me falou nada ainda sobre isso”. Mais adiante na entrevista, Vânius foi revelando sua posição. “Já vem há cinco anos que este assunto é falado nos bastidores. Os vereadores sempre ganharam o mesmo que o secretário. Desde que entrou o governo Cláudio ou Maneco, não sei, deram aumento para secretário, mas para vereadores não deram”. Vânius salienta que há 12 anos os vereadores não têm aumento de salário, só a correção da inflação.
Perguntado sobre sua atitude, se o projeto de lei de aumento fosse colocada à votação, Vânius respondeu: “Eu concordaria, um vereador trabalha tanto ou igual a um secretário ou até mais. Eu trabalho o dia todo e, às vezes, até de noite, pessoas que me ligam. Tem secretários que nem moram no município e ganham igual a nós ou mais. Não depende de mim esta votação, mas eu votaria a favor”. Vânius não quis citar o nome do secretário a que se referiu.
Conforme Vânius, ele só coloca o projeto de lei em votação se tiver a maioria absoluta dos votos para ser aprovado, ou seja, quatro votos mais um.
Mesmo que os vereadores aprovem a lei de aumento, ele passa a valer só na próxima Legislatura, para os eleitos em 2020.

Redução de salário

Informado sobre o interesse de Vânius de colocar essa discussão em pauta, Tio Nei (PSDB) disse que não sabia de nada, que estava viajando. “Cheguei agora. Não sei de nada sobre isso aí. Teria que analisar o projeto”. Entretanto, Tio Nei disse que era a favor da redução de salários dos vereadores. “Não conversei com os colegas ainda, tenho que conversar com Mara e Marquinho”.

Não é momento

Para o vereador Zé Harry Saraiva Dias (PDT), todas as secretarias têm responsabilidade. “Se coloca mais compromisso em cima do secretário de Obras, secretário da Educação, mas acho que não deveriam ganhar a mesma coisa, são funções distintas a do secretário e a do vereador. O secretário tem uma carga muito mais pesada. O ato de executar dá prerrogativas maiores ao secretário. Não sou a favor deste aumento hoje. Eu teria que ser convencido disso, vivemos falta de recursos, não é momento para isso”.

O vereador deveria ganhar mais que um secretário

A mesma questão foi posta para o vereador Leandro Mariante (PT), se fosse colocado em pauta o aumento do salário dos vereadores, se equiparando com o dos secretários. “Eu acho que o salário deve ser compatível com sua função e a função de um vereador é maior que a de um secretário. As pessoas nem sabem quem são os secretários da cidade e os problemas chegam nos vereadores, pois são os representantes diretos da sociedade”. Na opinião de Mariante, o vereador é escolhido pela sociedade e o secretário pelo prefeito. Só por aí já tem uma diferença muito grande. “Acho que um vereador deveria ganhar mais, porque a responsabilidade de um vereador é muito maior”. Mariante concorda com Vânius que um vereador trabalha manhã, tarde e noite. “Estou falando por mim. Se for fazer um comparativo com o salário de uma empresa, funcionários do segundo escalão, um diretor de segundo escalão ganha mais que o prefeito da cidade e ele tem uma atribuição sobre 270 pessoas, enquanto o prefeito tem 30 mil pessoas. Não acho que é um salário compatível com a função, o do prefeito é de R$ 12 mil e pouco.” Mariante acha um salário de vereador em Taquari baixo pela responsabilidade. “O problema não é meu se o cara não sabe escolher seu vereador. A hora que o Vânius colocar esta pauta, eu vou sentar e discutir com ele”. Perguntado qual sua carga horária de professor, que é de 40 horas, e se mesmo assim conseguia se dedicar à responsabilidade e demanda de um vereador, Mariante diz que sim. “Dá uma olhada na minha rede funcional para ver como ela funciona. Se eu sair da minha casa até a escola e levar 20 minutos, eu vou ser abordado por seis pessoas na rua, com uma indagação pública”.

Por uma questão econômica

O posicionamento de Ramon Kern de Jesus (PT) é que não é momento de aumento. “Por uma questão econômica, no Brasil, no município, no caso, é isso que quero te dizer”. Segundo o vereador, esta conversa sobre o aumento não houve no Legislativo. Ninguém conversou comigo, não teve. Desde 2016, não houve esta conversa neste mandato. Esta conversa sobre aumentar salário não teve na casa. Eu não conversei com ninguém sobre”. Conforme Ramon, se tiver esta pauta ele pode se manifestar mais, mas não acha o momento propício.

Mais comprometimento

O vereador Marquinho do Eli Gordo (PSDB) é a favor de um reajuste. “Faz 16 anos que não é reajustado. Mas um vereador tem mais comprometimento que um secretário. Se vem um projeto e você vota uma coisa que não deve, já senta na graxa”.

Não se manifestaram

O Mistura Fina entrou em contato com os vereadores Ademir Fagundes (PDT), Pastora Mara (PSDB) e Clóvis Bavaresco (PP). Ademir não foi localizado, e o assunto foi repassado para seu assessor, mas mesmo assim não houve retorno. Pastora Mara não foi localizada, assim como Clóvis Bavaresco, até o fechamento desta edição.

Reflexo nos cofres públicos

Para se equiparar ao salário dos secretários, o aumento mensal dos vereadores seria de R$ 2.107,76, para cada um. Como são nove vereadores, com 12 salários, mais o décimo terceiro, cada um custaria a mais aos cofres públicos 27.400,88 e todos, R$ 246.607,92, ao ano.
De acordo com o vice-prefeito André Brito (PDT), com o valor arredondado de R$ 250 mil ao ano, daria para comprar 50% dos remédios que são obrigação da Prefeitura, 40% da merenda escolar e oferecer para a população 2.500 consultas especializadas. “E também são recursos suficientes para instalar a climatização do bloco cirúrgico do hospital, de acordo om as exigências da Vigilância Sanitária.”

Comunidade deve contribuir

Na página 7 do jornal desta semana há uma matéria que mostra uma triste realidade. Uma empresa disponibilizou bicicletas para o uso da população. Partindo deste princípio, uma ação que beneficia a todos deveria aumentar a responsabilidade das pessoas com os bens oferecidos para o lazer. Mas a realidade foi outra: as pessoas não valorizaram e danificaram as bicicletas, fazendo com que a estação fechasse. Isso faz com que empresas desistam de ações para o bem da comunidade e mostra o quanto parte das pessoas é mal educada. Muitas vezes, os munícipes reivindicam que o setor público ofereça mais equipamentos para lazer e outros fins. No entanto, não há uma consciência da população da necessidade de preservar os bens colocados à disposição da coletividade, sejam eles de origem pública ou privada. Isso inibe ações que poderiam ampliar o leque de benefícios para a sociedade.
Claro que os vândalos são uma minoria, mas o estrago que fazem inviabiliza a disponibilização de equipamentos. Cabe àqueles que zelam pelo patrimônio de uso coletivo denunciar qualquer ato de vandalismo.

Inauguração da Zanc

Se tudo ocorrer como o esperado, a inauguração do call center da Zanc em Taquari será em 1º de maio. Um evento deve ser realizado para marcar a data. Na unidade da empresa de Porto Alegre, já trabalham mais de 100 pessoas de Taquari.

Mais uma loja

Conforme informações obtidas pelo jornal O Fato, na rua Sete de Setembro será inaugurada uma loja de eletrodomésticos, de uma rede com sede em Santa Cruz do Sul.