Uma marca genuinamente taquariense

A Mãos do Vale está em atividade em Taquari há seis anos, atuando na confecção de camisetas, uniformes escolares, empresariais e de academias, e serigrafia.

Localizada na Rua Osvaldo Aranha, 2360, são produzidas em média cinco mil camisetas por mês na empresa comandada pelas sócias Sônia Vargas, 55 anos, Maria Neci Klagenberg, 69 anos, Alinara Lang, 38 anos, e Sara Ruiz, 42 anos. O trabalho é realizado por oito funcionários e são atendidos clientes de Taquari, Tabaí, Triunfo, Montenegro e General Câmara. “Os professores são nossos grandes divulgadores”, diz Sônia.
Nestes sete anos de atividade, ela destaca: “Tivemos muita união pelo trabalho, as pessoas gostam muito do que fazem. Em 2012, começamos tudo novo, mas mantivemos muitas coisas da época da Coopacom, como o jeito de trabalhar. O pessoal tem orgulho de trabalhar assim e isso veio muito forte de lá”.
A empresa Mãos do Vale surgiu com a extinção da Cooperativa de Produtos, Comércio e Serviços de Manutenção (Coopacom), criada em 2003, através de projetos de geração de emprego e renda, promovidos pela então empresa Milenia (hoje Adama Brasil), em parceria com a prefeitura.
Naquela época, dezenas de pessoas foram capacitadas em diversas áreas e fundaram a Coopacom. Nos dois primeiros anos, a cooperativa funcionou na avenida Lautert Filho e eram comercializados artesanato, pães, roupas, entre outros. Mas logo no início começaram a surgir alguns impedimentos. “Vimos que para manter uma cozinha, por exemplo, era complicado”, lembra Sônia. Assim, uma parcela dos integrantes foram deixando a cooperativa. Mas o setor da costura se manteve.
Nos primeiros anos, como a prefeitura pagava o aluguel, o trabalho tinha um fundo mais social e por isso se conseguiu manter naquele início. “Salários praticamente não tinham. Na costura e no artesanato, tiravam R$ 50 por mês. Não tinham horários muito fixos, era mais para manter a atividade”, conta.
Assim ficaram até 2005, quando mudaram para a rua General Osório e direcionaram a atividade para a costura, mantendo a cooperativa. Naquela época, Sônia e Neci não dependiam da renda da cooperativa e, segundo elas, trabalhavam sem salários. “Eles (os funcionários) tinham salário, a gente não. Mas era muito gostoso trabalhar. Sempre gostei muito dessa parte, valia muito a pena”, conta Sônia.
Mas em 2011, a situação começou a complicar, e Sônia pensou em deixar a cooperativa, porém não havia quem assumisse o trabalho. Foi então que resolveu abrir uma empresa societária e investir cerca de R$ 150 mil. “O que trouxe da cooperativa foram os clientes e a mão de obra, com todos trabalhando, cuidando para manter a qualidade”, destaca Sônia.
Assim, nasceu a Mãos do Vale, com nome inspirado em um evento realizado nos primeiros anos da cooperativa, promovido para divulgar o trabalho da Coopacom. Na época, foi realizado um desfile de moda com o nome Lírios do Vale. “Quando mudamos, escolhemos Mãos do Vale pelo fato de todos estarem colaborando com a empresa. A gente nunca pensou em tirar esse nome”, diz.