Alguns vereadores criticaram o Legislativo pelo fato, e presidente rebateu apontando outras situações que estão em inconformidade com a legislação

A paralisação nos trabalhos na obra de ampliação do prédio da Câmara de Vereadores foi um dos assuntos abordados na sessão do Legislativo realizada na segunda-feira, 27.

Na sexta-feira, 17, fiscais do Município embargaram a obra devido à ausência do Certificado de Conformidade, que é emitido pelo Corpo de Bombeiros. Como não houve sessão na segunda-feira, 20, o assunto foi tratado no encontro dessa semana.
Leo Mota (PSD) falou da decepção sobre a interdição porque a documentação não estava em dia. “Acho que tem que ser interditado se não está tudo em dia. Se o cidadão comum precisa ter toda toda a documentação; as entidades, CTGs, comércios, se falta uma coisinha, vão lá a lacram as portas. A Câmara deveria dar o exemplo para a comunidade. (…)”. Ele disse ainda que o prédio que está em uso não tem o projeto de prevenção de acidentes do Corpo de Bombeiros, nem o Habite-se. “Estamos totalmente ilegal. Nós, Poder Legislativo, como vamos chegar na população e cobrar alguma coisa? (…) Isto prova o que estamos dizendo há muito tempo: a Câmara de Vereadores não serve pra nada e quem está falando é um vereador. (…) Ficamos aqui deste jeito e fica feio pra nós. Se a gente vai cobrar, é politicagem, é perseguição”.
O vereador Sérgio Cenci (PP) falou da necessidade de dar exemplo à comunidade. “Não é o fulano, são os vereadores. Eu pediria um pouco mais de cuidado”.
Edevaldo Borges (PTB) abordou a legislação. “A lei é um pouco pesada demais. Tem tanta coisa que se compara à Boate Kiss, por exemplo, e hoje para se construir ficou mais difícil construir”
O presidente do Legislativo, Marcos Adriano Lerner (PDT) falou sobre a situação: “É uma pena o que aconteceu, deixa uma marca muito ruim para Fazenda Vilanova”. Ele explicou que faltou um comprovante do Corpo de Bombeiros. “Tenho a tranquilidade de dizer que está tudo em dia, tudo pago, não tem uma guia atrasada. Simplesmente porque não teve um comprovante do Corpo de Bombeiro de Santa Cruz a obra foi embargada, pela falta de um papel pago, um Certificado de Conformidade. Meu assessor, Amarildo, foi até Santa Cruz, até o Corpo de Bombeiros, perdeu a viagem. Chegou, lá o problema era a internet que não conseguiu gerar esta guia. O bom senso está aí para ser usado e exemplo tem que dar. (…) A culpa é do presidente da casa? É porque quem está construindo sou eu, mas tenho coragem de dizer que está tudo certo. Isto me deixa muito tranquilo”.
Marcos Adriano também respondeu às críticas. Dirigindo-se ao vereador Sérgio Cenci (PP), questionou: “Agora quem não deu exemplo aqui nesta casa? Quem inaugurou este prédio? Vocês estão vendo um extintor aqui dentro, uma placa de saída de emergência, a segunda opção de saída? Nada. E quem inaugurou esta obra? José Luiz Cenci. E agora o Município embargou a obra? Me chama bastante a atenção isso”. Como Edevaldo Borges citou como exemplo o caso da Boate Kiss, o presidente acrescentou: “Deus nos livre de acontecer. Isso aqui é isopor. Se pegar fogo, é o mesmo caso da Boate Kiss. Tem extintor? Não tem. Mas foi inaugurado. Por que não foi embargada esta obra? Será culpa do presidente da casa?”

Leo Mota questionou sobre a comissão de licitação

O vereador Leo Mota (PSD), que foi presidente do Legislativo por dois anos (2010 e 2016), disse que tentou iniciar a obra do prédio da Câmara de Vereadores, mas não conseguiu. “Em 2010, estive no Poder Executivo tentando e não tive êxito, não tinha a comissão de licitação, não consegui fazer”. Na gestão de 2016, citou que com as economias no Legislativo, no valor de R$ 90 mil, sugeriu que o Executivo aplicasse o recurso no transporte dos universitários e na compra de um consultório dentário novo e a reforma da sala do dentista. “Eu e o Álvaro (vereador do PRB) não tivemos êxito na construção da Câmara, não conseguimos a licitação. Os presidentes Britinho e o Marcos Adriano Lerner conseguiram. Não sei como conseguiram, a gente não conseguiu. Não sei se é porque um é mais bonito do que o outro, mas que bom que conseguiram”.
Marcos Adriano respondeu a questão: “Quanto à comissão de licitação, vereador Leo, nós só fomos na Prefeitura, marcamos um horário e pedimos ao prefeito se ele emprestava a comissão de licitação para fazermos a segunda etapa do prédio. Não tem jogo de cintura, não tem mais bonito ou mais feio. Simplesmente o diálogo funcionou. É uma coisa muito simples. Tá aqui o prédio sendo construído”.

Vestiários no campo municipal

O vereador Marcos Roberto de Souza, o Codécio (PP), anunciou que serão construídos vestiários provisórios no campo municipal. Ele contou que esteve na sexta-feira no gabinete do prefeito José Luiz Cenci e falou sobre a situação do vereador diante da população, referindo-se à cobrança que sofre por parte da comunidade pelo fato de o time do Águia Azul estar disputando o regional de futebol de campo sem ter um campo em Fazenda Vilanova. O espaço que foi utilizado pelo time no ano passado, o campo municipal, não possui vestiários e os atletas precisam se fardar na rua.
O vereador de situação, Sérgio Cenci (PP), contou que na segunda-feira (27) o prefeito assinou um ofício e encaminhou ao presidente do Águia Azul autorizando a construção dos vestiários provisórios no campo. “Foi uma briga, briga no bom sentido, uma discussão que levou um tempo maior do que se esperava. O Codécio (PP) foi um que batalhou, o próprio Leo (Mota) nos cobrava isso. (…) O prefeito tinha uma opinião e a gente foi tentando, devagar, convencê-lo de que era o momento. É uma vitória dos vereadores e uma conquista para o nosso povo”. O vereador Cenci disse que a obra não tinha sido realizada “não por birra”, citou, mas porque há um projeto de construção de um complexo esportivo em uma área maior onde se possa fazer campo de futebol, arquibancadas, vestiários, pista de atletismo.
Para Leo Mota o momento é de agradecer à Administração. “Essa liberação da construção dos vestiários ali vai trazer benefícios não só para o Águia Azul, mas para os nossos jovens quando fizerem um jogo. Cobrei muito da Administração”.

Projeto de lei aprovados

Durante a sessão foram aprovados dois projetos de lei: o que autoriza o Executivo a suplementar recurso por convênio, no valor de R$ 36.842,34, para atender a Secretaria da Saúde, e o que autoriza o Município a celebrar convênio com o Hospital Bruno Born, de Lajeado, visando à prestação de serviços, por um ano podendo ser prorrogado.

Grupo Aquarela da Vida apresentou-se na Câmara

O Grupo Musical e Cia Aquarela da Vida, de Fazenda Vilanova, apresentou-se na noite da segunda-feira, na Câmara de Vereadores, antes do início da sessão legislativa.
O grupo é formado por alunos da Escola Edgar da Rosa Cardoso e iniciou as atividades em 26 de abril de 2018 com o objetivo de proporcionar alegria e valorização através da música, poemas, monólogos e peças teatrais. OS estudantes estavam acompanhados da diretora da escola, Cláudia Dornelles da Silva, e do professor responsável pelo grupo, Jovani Farias.
No mês passado, eles se apresentaram no Gabinete do Prefeito José Luiz Cenci para mostrar o trabalho realizado.