O Fato Taquari Jornal On-Line
Cães sem comida, uma ninhada de filhotes abandonada, cachorros à beira da morte. Essa é a realidade diária de quem tem como missão proteger os animais. Em Taquari, a Organização Não Governamental (ONG) Os Salvadores, além de realizar resgates de animais em perigo, também administra um brechó, realiza rifas e recolhimento de tampas de garrafa e lacre de latas para vender.
O dinheiro é utilizado em prol dos animais, seja para realização de castração, alimentação de animais resgatados e outras despesas. As cerca de 20 pessoas da ONG, de Taquari, Tabaí e Coxilha Velha, trabalham de maneira voluntária, ou seja, ninguém recebe salário ou pagamentos pelas ações. Porém, o presidente de Os Salvadores, Tiago Rodrigues, lamenta a falta de mais voluntários. “Para ser voluntário, é apenas achar uma maneira. Pode passar uma tarde cuidando brechó, juntar tampinhas, vender rifas. Existem várias maneiras de participar”, destaca.
Histórias tristes e lei dura
Em junho deste ano, Os Salvadores resgatou um cão que estava em carne viva (canal audito exposto) no bairro Coqueiros, amarrado embaixo de uma folha de zinco, nos fundos de uma residência. Eles chegaram no local por uma denúncia anônima e o dono alegou que não tinha dinheiro para cuidar do animal. “Nós sentimos que era falta de interesse do dono mesmo”. O rapaz denunciado foi indiciado pela Polícia Civil, e teve uma audiência com o Jecrim (Juizado Especial Criminal) para suspensão condicional do processo. Conforme o acordo da justiça com o acusado, o rapaz tem que comparecer bimestralmente no Cartório a fim de informar e justificar suas atividades, proibição de ausentar-se da comarca onde reside, por mais de 15 dias, sem prévia comunicação ao juízo, e prestação de serviços comunitários por cinco meses. O cão sobreviveu e hoje em dia se chama Guerreiro. “Em homenagem a tudo que ele passou”, conta Rodrigues.
Recentemente, Os Salvadores resgatou duas cadelas no bairro Colônia 20. De acordo com Tiago Rodrigues, a primeira ação é tentar resolver, amigavelmente, com os donos. “Neste caso foi difícil, as cachorras estavam amarradas em uma corda curta, sem abrigo, sem água e sem comida. Quando se tem um animal, tem que tutelar como se fosse uma criança”. Os Salvadores deu um prazo para ver se os donos melhoravam os tratos com os animais, mas nada adiantou. A dona dos cães teve que pagar, em uma conciliação na Justiça, no valor de R$ 954,00. Os animais acabaram indo para uma casa de passagem, até arrumar uma adoção.
Quem quiser fazer uma denúncia para Os Salvadores pode fazê-lo pelo telefone/whatsapp (51) 996969702 ou na página da rede social Os Salvadores .
