Produção de nozes é principal atividade em propriedade no Passo do Juncal

Embora com pouca representatividade diante da produção rural da região, baseada em floresta cultivada e criação de gado, a fruticultura tem ganhado espaço como forma de diversificação de culturas na região. No Passo do Juncal, uma propriedade foge da regra. Na família de Mauro Bonaldo, 61 anos, a aposta na produção de nozes, como única cultura da propriedade, surgiu há mais de 50 anos.

As nogueiras, que levam cerca de seis anos para começar a produção, foram plantadas por uma antiga empresa de que pai de Mauro fazia parte. Há 30 anos, a propriedade foi adquirida por completo pela família, e, há uma década, Mauro é o responsável, que tem investido na ampliação do cultivo.
Em 40 hectares do local, são quatro mil pés. Em torno da metade foi plantada nos últimos dez anos e deve aumentar a produção conforme o desenvolvimento da planta, que chega a 15 metros de altura.
O cultivo necessita de atenção, cuidados, investimentos e acompanhamento de um agrônomo com experiência em Nogueira Pecã. “Precisa irrigação, análise de solo, análise foliar. Tudo isso tem que ser muito bem cuidado, se não, elas não produzem. Antes, as árvores daqui não eram tratadas. Hoje, a gente usa adubo orgânico, fungicida, fazemos os tratamentos contra ferrugem. Também temos câmara fria para armazenar, secadores, porque a rancificação dela é fácil se não tiver cuidado. Tem que colher e secar, ter maquinário de acordo; é uma indústria completa”, explicou Mauro.
A colheita ocorre nos meses de março, abril, maio e junho. São utilizados maquinários para balançar as árvores e derrubar as nozes sobre lonas no chão, o que facilita o recolhimento. Em 2020, a propriedade chegou a 60 toneladas da fruta. Foi necessária contratação de 30 safristas para a colheita, além dos três trabalhadores fixos do empreendimento rural.
A estimativa é de aumento da produção nos próximos anos. “Estamos trabalhando intensamente na ideia de exportação e estamos bastante adiantados nisso, esperando algumas decisões do governo para começar a exportar as nossas nozes”, informou.
Hoje, a produção das nozes em Taquari é vendida para todo Brasil, entre mercados, padarias, agroindústrias. O preço de comercialização varia conforme a safra, mas fica em torno de R$ 15 o quilo com casca e R$ 60 sem casca.

Saiba mais

Segundo dados da Emater, do balanço de 2019, Taquari tem 11 mil hectares de produção rural, sendo a maior parte ocupada por floresta cultivada, campo nativo e arroz irrigado. A fruticultura representa 125 hectares, apenas 1% do total. A plantação é de melancia, laranja, nogueira pecã, bergamota, uva, melão, pêssego e morango. Na microrregião, que inclui Tabaí, Paverama e Fazenda Vilanova, são mais 89,25 hectares na fruticultura.