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Mulher com a bola no pé

O sonho de se profissionalizar no futebol não é uma exclusividade dos homens. Embora não existam facilidades no país em que a prática já foi até proibida legalmente para elas, cada vez mais as mulheres têm ganhado espaço no esporte. Neste ano, os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo de Futebol Feminino são transmitidos ao vivo, pela primeira vez, no principal canal aberto (gratuito) da televisão brasileira.
Longe das telas, a batalha pelo aumento na visibilidade do futebol feminino é constante. Em Taquari, algumas atletas já tentaram se profissionalizar no esporte, e equipes de futsal vêm ganhando destaque na participação e organização de competições voltadas às mulheres.

Visibilidade em Taquari

A equipe de futsal Xeque Mate, que iniciou em 2017, leva o nome de Taquari a diversos campeonatos amadores no estado e já realizou dois torneios no Ginásio de Esportes José Machado, que reuniram cerca de 200 atletas de diversos municípios. Segundo elas, o trabalho comprometido do grupo, formado por cerca de 20 atletas, tem facilitado a busca de patrocínios para os campeonatos em que participam fora de Taquari e para o que realizam no município. “Não é fácil conseguir patrocínio, mas o pessoal que acreditou no primeiro campeonato e viu que a gente manteve aquela mesma ideia, que estávamos divulgando e que o nosso trabalho era sério, focado, nos deu bastante apoio. Não podemos reclamar dessa parte”, fala uma das participantes do time, Josiane Araújo.
Segundo as meninas, é comum haver campeonatos de futsal pelo estado e elas participam das competições sempre que podem. Também há uma valorização na premiação dos certames. “Antigamente se via um torneio feminino e o primeiro lugar era troféu e medalha. Agora tem premiação em dinheiro, as coisas estão evoluindo neste sentido, a gente vê isto”, cosidera outra jogadora do time, Tainá Cardoso. Elas também citam a habilidade das meninas que participam de competições amadoras. “Às vezes a gente pensa, nossa, o que ela está fazendo aqui”, comenta Josiane. Para elas, isto é reflexo da falta de valorização do futebol feminino, já que muitas atletas não tentam se profissionalizar em função dos baixos salários oferecidos às mulheres no esporte. “Não tem como comparar o salário feminino com o masuclino e aí muitas vezes são gurias que sustentam a família e esse valor que é pago pelo futebol delas não é o suficiente, não compensa sair de casa para ir jogar”, lembra Tainá.
Embora esteja num caminho de evolução o reconhecimento da sociedade junto ao futebol feminino, ainda há muito preconceito com a participação das meninas no esporte. “Ainda tem muita questão de família, pai e mãe que são contra. No nosso grupo temos um caso assim, a família é contra e ela continua vindo, só que chega em casa e tem todo um problema, mas não desiste porque é no futebol que ela encontra uma válvula de escape. Muita gente acha que não é coisa de menina”, fala Josiane. Tainá também lembra das frases que ouvem quando jogam com algum homem no time. “Não chuta forte que ela é menina, não chega nela que é menina. Sempre tem”. Outra participante do Xeque Mate, Vanessa Schüler, lembra da diferença na repercussão entre a copa masculina e feminina. “Até nas empresas, não estão dando a mínima para a copa feminina, e quando é a masculina todo mundo é liberado para olhar o jogo. Acho que deveriam ser direitos iguais. Não é porque é um jogo de futebol feminino que não tem graça de assistir, é igual, tanto um quanto o outro sempre jogaram bem”, acredita Vanessa.
As meninas, que treinam semanalmente, informam que o time Xeque Mate é aberto a quem quiser participar dos treinos.

A desistência da profissionalização

As taquarienses Maria Gabriela Cardoso Dias, 20 anos, e Daiane Saldanha da Silva, 29 anos, tiveram que desistir da profissionalização no esporte quando já trilhavam um caminho muito almejado pelos homens: a conquista de uma vaga em um time da série A do futebol brasileiro. Em 2017, as duas foram selecionadas, entre mais de 700 garotas, para fazer parte da equipe feminina do Sport Club Internacional.

A informação de que o único auxílio que receberiam para fazer parte do time seriam passagens para transporte urbano em Porto Alegre abalou o sonho das taquarienses. “Comecei a repensar se realmente era isto que eu queria para minha vida, se poderia largar tudo para investir no futebol feminino e acabei concluindo que não, porque não é valorizado como deveria ser. Se fosse tão valorizado quanto o masculino, eu não teria dúvidas”, considera Maria Gabriela.
GERAL - Futebol Feminino - Maria GabrielaPara ela, não há nenhuma facilidade para que as meninas sigam carreira no futebol, já que, além do pouco investimento por parte dos grandes clubes, são poucas as cidades que possuem equipes femininas em escolinhas de futebol, por exemplo. Maria Gabriela jogava em Taquari junto com os meninos da Pinheiros Duttra e, assim como outras garotas, participava de campeonatos em que era possível inscrever equipe mista. “Dentro do meu time, os meninos sempre me respeitavam, mas com outros times era bem comum ouvir comparações de que mulher não podia jogar melhor que homem. Diziam: ba, tá perdendo para uma menina. E eu lembro que, na minha última partida pelo Pinheiros, quando eu tinha uns 13, 14 anos, uns meninos gritavam: pega nos peitos dela, marca ela e pega nos peitos dela. E isso é muito ruim, é frustrante, porque a partir desses assédios eu vi que não daria mais para eu fazer aquilo que eu gostava, que era jogar futebol. Porque eu não jogava com meninos porque eu queria, eu não tinha opção, ou jogava com eles, ou não jogava”, conta Maria Gabriela, que hoje joga junto à equipe de futsal de Taquari, Xeque Mate, em campeonatos amadores.
GERAL - Futebol Feminino - DaianeA taquariense Daiane Saldanha também desistiu do Internacional em função da falta de auxílio. “Parei devido ao custo do deslocamento, não tive outra escolha. Foi uma decisão difícil, pois estava largando aquilo que eu mais amava fazer, mas não tinha mais condições financeiras e nem como me deslocar quase todos os dias para Porto Alegre com treinos durante o dia e até à noite”, contou Daiane, que insistiu na busca pela profissionalização no esporte por oito anos.
Atualmente trabalhando como auxiliar de cozinha, a taquariense joga futebol só por descontração e pretende voltar ao curso superior de Educação Física, que a aproximará novamente da profissionalização na área do esporte, desta vez como professora ou personal. Ela acredita que o futebol feminino está em uma nova fase, que pode facilitar a profissionalização de futuras atletas. “A mídia e os clubes se fazendo presentes haverá um grande crescimento, pois chamará atenção de patrocinadores e de telespectadores tanto para o estádio como para a TV. Ficamos na torcida que depois da Copa do Mundo continuem os investimentos e a visibilidade, principalmente nos clubes do Brasil”, espera a taquariense.

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