O uso da máscara passou a ser uma exigência, desde a segunda-feira, 20, inclusive para os clientes do comércio. “Se tem a lei tem que usar. Chego em casa, lavo, passo o ferro e guardo. A gente sai só quando precisa e coloco a máscara para entrar no comércio”, diz Terezinha Santos da Rosa, 60 anos.
A camareira Laura Santos, 59 anos, usa máscara antes mesmo de ser obrigatório no comércio. “Desde que soube do primeiro caso em Taquari, comecei a usar para ir ao mercado. Também uso no trabalho e no caminho até lá. Sempre achei importante o uso da máscara e os demais cuidados, mas infelizmente têm pessoas achando que é bobagem”.
Com essa necessidade, aumentou a procura pelo artigo e iniciou uma corrida às lojas de venda de tecido em metro. Proprietária de loja na rua 7 de Setembro há sete anos, Juliana Vasconcelos Bastos diz que a procura está contribuindo para melhorar a situação depois dos dias parados e sem venda. “Desde o momento que abrimos (na quarentena), foi grande a procura. Fracionou um pouco a venda, está distribuída para mais pessoas em quantidades menores e variedade, mas aumentou bem. Pessoas que não costumavam vir comprar tecido entraram aqui neste período”, conta.
A professora de português, Lidiane Cardoso Alves, 38 anos, tem conciliado o tempo da quarentena entre preparar as aulas que têm ministrado a distância e costurar máscaras, uma habilidade recém descoberta. Há cerca de seis anos ela ganhou uma máquina da sua mãe, que notou o gosto da filha pela costura. “Daí em diante, nas minhas horas vagas, que não são muitas, invento e reinvento com a máquina”, comenta. Com a possibilidade de confeccionar máscaras de tecido, ela começou a fazer para a família e quando se deu por conta tinham pessoas ligando e fazendo encomendas. Então, não perdeu a oportunidade de investir e ter uma distração nesta época difícil. Passou a anunciar e a procura aumentou. Desde que começou a fazer, foram cerca de 50 metros de tecido utilizados. “Pela manhã atendo meus alunos e preparo minhas aulas que estão sendo enviadas pelo aplicativo e, da tarde até a madrugada, faço as máscaras.” Com a produção, passou a observar os comentários e sugestões dos clientes e pensou em fazer algo que amenizasse o incômodo, que é usar a máscara durante todo o dia, mas que é extremamente necessária. Pesquisou, recebeu sugestões e começou a inovar buscando tornar o uso obrigatório da máscara em algo agradável e elegante. Surgiram a faixa de cabelo e o extensor para segurar a máscara, que tem caído no gosto dos clientes.