Na quinta semana de medidas que visam ao isolamento social, O Fato conversou com amantes do cinema em busca de dicas de filmes, outra boa forma de entretenimento durante este período em que se deve ficar em casa. Veja as indicações.
A Grande Beleza, Mama Mia e La Casa de Papel
A professora de artes aposentada, que tem se dedicado ao teatro nos últimos anos, Liana Maria Santos Arnt, 74 anos, recomenda três filmes. A Grande Beleza, que, segundo contou, mostra a história de um homem em conflito, caminhando pelas ruas de Roma em cenários belíssimos. Mama Mia é outro filme indicado, que traz cenários da Grécia e músicas do grupo sueco ABBA. “A gente tem vontade de sair dançando e cantando com os personagens, muito gostoso assistir”, disse. A terceira dica de Liana é da série Lá Casa de Papel, que está na quarta temporada e narra a história de um grupo que planeja um assalto à Casa da Moeda da Espanha.
Um Sonho de Liberdade
O jornalista Julian Kober, 30 anos, indica o filme Um Sonho de Liberdade, que conta a história de Andy Dufrane, um banqueiro que é condenado à prisão perpétua por matar a esposa e vai parar no presídio de Shawshank. O filme mostra os melhores e os piores momentos pelos próximos 19 anos, enquanto se adapta à vida no cárcere. “Em tempos de pandemia e quarentena, no qual somos obrigados a nos isolarmos em casa e nos “bombardeam” com notícias ruins, embora reais e necessárias, Um Sonho de Liberdade é um filme sobre a esperança e a importância de acreditar nela, principalmente nos piores momentos da sua vida”, explica o jornalista.
Beleza Oculta
A professora de teatro, atriz e diretora roteirista, Patrícia Sattler, deixa como dica o filme Beleza Oculta, com o ator Will Smith. Segundo ela, o filme se torna ainda mais interessante durante este momento de pandemia. “Por se tratar de um filme de uma sensibilidade ímpar, por fazer refletir sobre nossas questões mais profundas e porque, no final das contas, o que importa mesmo é morte, tempo e amor. Em meio à pandemia, nada mais atual. Hoje, mais do que nunca, penso que as pessoas devam estar querendo encontrar o seu porquê”, relata.
Arábia e O Som ao Redor
O estudante de cinema e audiovisual, Leonardo da Rosa, 23 anos, sugere duas opções. A primeira, o longa-metragem Arábia, de Affonso Uchoa e João Dumas, que está disponível no catálogo da Embaúba Filmes, que pode ser acessado no link https://embaubafilmes.com.br/locacao/ e ser assistido gratuitamente até o final de abril, clicando em alugar e inserindo o código ‘embaúba”. No longa-metragem, o jovem André encontra o diário de um trabalhador, numa vila operária em Ouro Preto, e entra em contato com a comovente trajetória de vida de Cristiano, em meio às mudanças sociais e políticas do Brasil nos últimos dez anos. “Podemos considerar uma das maiores obras do cinema nacional de todos os tempos, uma obra-prima mineira que realiza uma investigação sobre o universo dos trabalhadores. Em um momento como este que estamos vivendo, de aplicativos, da ‘uberização’ do emprego, Arábia é um filme histórico e um marco no cinema nacional. É essencial para discutirmos e olharmos as novas e futuras relações de trabalho”, comenta o estudante de cinema. Outros filmes do catálogo e do mesmo diretor, como A Vizinhança do Tigre, também são indicados.
A outra sugestão de Leonardo é o filme O Som ao Redor, de Kleber Mendonça, disponível na plataforma Netflix, que conta o rumo inesperado que tomou a vida de moradores de uma rua de classe média de Recife, após a contratação de um empresa de segurança, cuja presença traz mais tensão do que alívio. O filme, assim como o longa-metragem Arábia, ganhou diversas premiações. “Como Kleber Mendonça teve um destaque internacional com seu último longa “Bacurau”, vale conferir seu primeiro trabalho de ficção que basicamente traz o Brasil inteiro em um quarteirão. É bom pesquisarmos e ficarmos ligados na cena nacional do cinema e seus nomes em ascensão nacional e internacionalmente”, considera.