Alunos inscritos para o primeiro ano do ensino fundamental da Escola Estadual de Ensino Médio Barão de Antonina, no Colônia 20, não conseguiram vaga na instituição. Foram 14 moradores do bairro que ficaram na lista de excedentes das 25 vagas e, diante da não abertura de nova turma, foram remanejados para a Ana Job, no Coqueiros.
Os dois educandários ficam a 3,5 quilômetros de distância. Pais conversaram com O Fato e relataram indignação diante do ocorrido. A encarregada de crediário, Danusa da Silva Ribeiro, 40 anos, busca vaga para a filha de 6 anos. “Fiz a inscrição pelo site dentro do prazo previsto, não coloquei a Ana Job como preferência e querem mandar para lá ou que eu procure uma escola municipal. Um absurdo. Não vou matricular em outra escola, preciso da vaga no meu bairro porque não tenho como levar para outro local”, relata a mãe.
Moradora do Tinguité, Mônica Espíndola Martins, 28 anos, disse que inscreveu a filha de 6 anos em dezembro, antes mesmo de terminarem as aulas da creche, mas também não conseguiu a vaga. “Não vou matricular ela na Ana Job porque não temos nem como levar, ainda mais que tenho filha de quatro meses que nasceu com Síndrome de Down. A Barão de Antonina é a mais próxima da minha casa. Nós, pais, vamos nos reunir e vamos até o fim para ver o que a gente consegue fazer”, disse.
Os familiares também relatam que foi proposta matrícula em instituição municipal, onde teria a possibilidade de transporte para os alunos em ônibus escolares. No entanto, os pais também não estão satisfeitos com a opção, tendo em vista que as crianças têm 6 anos e teriam que atravessar a cidade em deslocamento de cerca de uma hora para poder estudar.
Estado não autoriza abertura de nova turma
A 3ª Coordenadoria Regional de Educação diz que recebeu solicitação da direção da escola para abertura de nova turma, e a encaminhou para a Secretaria Estadual de Educação e Cultura, que negou o pedido. “As vagas são garantidas para todos os alunos da rede pública, o que ocorre é não conseguir a vaga na escola pretendida. O sistema direciona para o educandário que oferta vagas”, relata a coordenadoria, acrescentando que está em tratativa com a Prefeitura de Taquari para atendimento dos alunos, já que a rede municipal possui transporte. A 3ª CRE também citou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a qual estabelece que, gradativamente, os municípios serão os responsáveis por todo o ensino fundamental.
Sobre os critérios de seleção dos alunos para as vagas, a coordenadoria informou que há prioridade para candidatos residentes no zoneamento da escola e a menor idade, salvo candidatos que possuam irmãos na escola pretendida, que frequentam a mesma etapa de ensino da educação básica.
Prefeitura diz que tem vaga na Emílio Schenk
A administração municipal relata que a 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) entrou em contato para tratar da situação. “Há vagas na rede municipal e transporte. Cabe ressaltar que também há uniforme e material escolar gratuitos, além de atendimento especializado, com monitores, atividades extracurriculares e merenda de qualidade. Até a terça-feira, nenhum pai havia procurado a secretaria municipal de Educação”, informou a Prefeitura. As vagas são na escola de ensino fundamental Emílio Schenk.