Depois de um ano em busca de uma linotipo, máquina inventada em 1884 que, à época, revolucionou a imprensa, o gerente e redator de O Taquaryense, Pedro Harry Dias Flores, encontrou o equipamento à venda por uma gráfica de São Paulo. A linotipo chegou a Taquari na sexta-feira, 9 de abril, sendo colocada no jornal pelo telhado com o auxílio de um caminhão munck.
O serviço foi prestado de forma gratuita pela empresa Chico Florestal. A máquina também foi adquirida com colaboração da cooperativa Certaja, empresa OIW e deputado federal Pedro Westphalen, que destinaram valores para pagamento de parte da máquina e do transporte. “Em breve, vamos lançar uma vaquinha virtual para juntarmos os recursos necessários para o restante dos gastos”, informou Pedro Harry. O Taquaryense precisa arrecadar mais R$ 10 mil para custeio de peças, assistência técnica e instalação da máquina.
Com a linotipo, o centenário jornal terá maior agilidade no processo de montagem. “Hoje, o João (responsável pela montagem de O Taquaryense) faz o trabalho manualmente. Ele compõe os textos juntando as letras e espaçando as palavras com a mão, linha por linha. Com a linotipo, o processo muda. Ela tem um teclado na frente, semelhante ao de uma máquina de escrever. À medida que o João for digitando os textos, a máquina irá formando as linhas, em chumbo. Essas linhas poderão ser derretidas na caldeira da máquina após a impressão, que continuará sendo feita na secular rotativa Marinoni”, explicou o gerente do semanário.
O novo equipamento será utilizado para os textos mais extensos da edição, como notícias e artigos. Já os mais curtos, como convites para missa, participações de nascimento e avisos, bem como os títulos de todos os textos, que exigem letras maiores, continuarão sendo montados à mão, tipo a tipo.