A cheia histórica do Rio Taquari, a maior dos últimos 64 anos, atingiu o pico máximo no fim da noite da quinta-feira, 9 de julho. O nível das águas chegou a 11 metros e 40 centímetros. Segundo a Prefeitura, foram atendidas 114 famílias, totalizando 456 pessoas atingidas pelas inundações. Durante o final de semana, a maior parte das famílias pôde voltar para a casa, mas uma nova cheia impediu que os moradores das áreas mais próximas ao rio conseguissem retornar.
Ainda no domingo, o nível do rio começou a elevar-se novamente. Na segunda-feira, atingiu o pico de 8 metros e 52 centímetros e inundou novamente a rua Franklin Praia Filho, deixando cinco famílias desabrigadas e nove alojadas na casa de familiares.
A Prefeitura informou que distribuiu mais de cem cestas básicas entre os atingidos pela cheia. Doações de entidades e comunidade também foram encaminhadas aos ribeirinhos. Ainda são necessários donativos, que podem ser encaminhados à Assistência Social do município.
Os prejuízos deixados pela cheia fizeram com quem a administração municipal decretasse situação de emergência. Com a publicação, a Prefeitura pode mobilizar todos os órgãos municipais para atuarem, sob a coordenação da Defesa Civil, nas ações de resposta ao desastre e reabilitação do cenário e reconstrução.
Recuperação de estrada na Beira do Rio deve custar mais de R$ 200 mil
Uma das principais localidades prejudicadas pelas inundações foi a Beira do Rio. Diversos trechos da estrada ficaram comprometidos e, no ponto mais crítico, abriu-se uma fenda de cerca de um metro de profundidade em meio à estrada e boa parte da pista desmoronou.
Segundo o prefeito Maneco, a obra de recuperação da via deve custar mais de R$ 200 mil. Outra opção para diminuir o valor seria o desvio da estrada, no entanto, é preciso utilizar terras particulares para a obra.
O morador do Rincão São José, João Luís Silva, 52 anos, decidiu ir de moto até a região, na tarde da última quarta-feira, para conferir os estragos da cheia e acabou empenhado em um grande buraco que se abriu no acesso a uma propriedade rural, nas proximidades do ponto de desmoronamento. “Eu ia passar por dentro da água, mas daí pensei em ir pela beiradinha e , mesmo assim , acabei caindo naquele buracão. Peguei uma taquara para medir, são uns dois metros”, disse, surpreso com o que via.
Nesta semana, a Prefeitura já trabalhava na desobstrução de trechos da estrada. Segundo o vice-prefeito André Brito, está sendo elaborado projeto para recuperação do ponto de desmoronamento, no entanto, a Prefeitura quer cobrar do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagens (Daer) a realização da obra, já que, segundo a administração municipal, a via é de domínio do Governo do Estado.