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No maior educandário do município, o Instituto Pereira Coruja, milhares de livros da educação infantil ao ensino profissionalizante estão sem ser usados.
A biblioteca, que funcionava em três turnos, hoje é mantida chaveada. Para realizar retirada de livros, é preciso esperar um momento em que um monitor possa acompanhar o aluno na retirada do livro ou catalogar o material. “O prejuízo é imenso. Sem leitura, não existe educação. A nossa biblioteca foi toda reformada antes do início letivo do ano passado, reorganizada, e agora não podemos mais usar esse espaço. Os nossos alunos estão privados da biblioteca e do acervo”, salientou o diretor, André Vanderlei da Silva.
Na Escola de Ensino Médio Barão de Ibicuí, no decorrer do ano letivo, deve ser realizado um mutirão com auxílio do Grêmio Estudantil para catalogar as centenas de livros que o governo enviou, mas que não tem como ser distribuídos para os alunos. “A nossa biblioteca virou um depósito de livros. Livros bons, excelentes, mas a gente não tem como distribuir para os alunos porque eles não estão registrados”, relatou a diretora, Rosângela Rocha.
Na Escola de Ensino Médio Barão de Antonina, os novos livros também não estão catalogados e, para que os alunos possam retirar os antigos que já estão registrados, é preciso que algum funcionário da escola fique com a turma em sala de aula, enquanto a professora organiza o material que pode ser retirado. “É um enorme prejuízo, porque os alunos precisam ler. O governo pede que se façam projetos de incentivo à leitura, mas como vamos fazer? E a biblioteca não são só livros. Temos alunos que não têm computador em casa para pesquisar, digitar e imprimir trabalhos e usavam a biblioteca. Trabalhos em grupos eram feitos na biblioteca, trabalhos com mapas. Nada disso pode ser feito”, informa a diretora, Karen Suzi Machado.
O que diz o governo do estado
O jornal questionou a secretaria estadual de Educação sobre a falta de bibliotecários. Através de sua assessoria de imprensa, a pasta manifestou que “o que acontece é um remanejamento dos professores que atuavam nas bibliotecas para a regência em sala de aula, motivo pelo qual os professores foram efetivados em suas funções no Estado. Na ampla maioria das escolas, há vice-diretores nos turnos de funcionamento das instituições de ensino, monitores que acompanham a movimentação dos alunos, além do próprio professor que pode acompanhar os alunos nas pesquisas à biblioteca. A secretaria da Educação está atenta e sensível à necessidade de reorganizar esses espaços e orienta que as aulas continuem ocorrendo nos ambientes das bibliotecas, proporcionando aos estudantes a rotina da leitura e da contação de histórias”, informou o governo estadual.
