O Fato Taquari Jornal On-Line
Diariamente pelas ruas do município, o gari Emerson Ramão da Conceição, 25 anos, encontra brinquedos descartados. Alguns deles em sacolas separadas do restante do lixo. Outros em meio aos resíduos. Há três meses, Batata, como é conhecido, começou a guardar os brinquedos que encontrava pela cidade para presentear crianças no Natal. Com ajuda da esposa, Anna Luiza Silva de Assis, 26 anos, e da irmã, Aline Aparecida Ramão da Conceição, 30 anos, todos foram reciclados e serão entregues em uma festa organizada pelo grupo.
Batata conta que eles e os colegas já costumavam recolher os brinquedos que iriam para o lixo e distribuir a crianças. “A gente vê brinquedos bons no caminhão e é até um pecado porque, volta e meia, a gente está passando com o caminhão e as crianças gritam: o tio, me dá um brinquedo, tem brinquedo hoje? A gente vai juntando e dando para as crianças, porque tem muito brinquedo bom que ainda dá para brincar”, contou o gari.
Neste ano, surgiu a ideia de reformar os brinquedos e entregar às crianças durante o Natal. A esposa, Anna Luiza, e a irmã de Batata, Aline Ramão, limparam todos os objetos e fizeram roupinhas para as bonecas. “Estava tudo sem roupa, então a gente lavou e eu tinha uns retalhos aqui em casa e usamos para fazer as roupinhas. Foi fácil, eu, minha cunhada e minha sobrinha fizemos em uma tarde, levou umas três horas”, relatou Anna Luiza. São cerca de 50 bonecas e ursos recolhidos. O grupo aceita doações de outros brinquedos, principalmente para meninos. “A gente só tem as bonecas até agora, esperamos que a gente consiga alguma coisa para os meninos até amanhã”, acrescentou Anna Luiza.
Os presentes serão entregues durante a festa de Natal que o grupo organiza na sede do Colorado. O evento inicia amanhã, às 8h, com galeto ao meio-dia, distribuição de balas, picolés, algodão-doce e refrigerante, além de brinquedos infláveis. Para o gari, o sentimento de poder transformar em presentes algo que iria para o lixo é gratificante. “A gente faz isso porque quando a gente era pequeno, não tinha oportunidade de ter isso. Há 15 anos, era mais difícil. Quando eu era criança e o Papai Noel passava dando bala, eu era o primeiro a correr para pegar. Eu gostava, por isso que se o cara tem a oportunidade, quer ajudar. Conseguir dar um presente para as crianças, ver eles brincando, não tem preço. O sorriso é que conta”, falou Batata.
Quem quiser contribuir com a festa de Natal, deve entrar em contato com o grupo pelos telefones 9 9862-1642 (Anna Luiza), 9 9630-5003 (Aline Ramão) ou 9 9888-3758 (Batata).
