As constantes chuvas do mês de outubro e início de novembro deixaram perdas nas lavouras em Taquari. A cultura mais prejudicada foi a do milho, que está sendo replantado nas localidades ribeirinhas. Segundo a secretaria da Agricultura, houve perda de 50% do que havia sido plantado no município.
A pasta também informou que houve prejuízo em outras culturas. “Na próxima semana, a secretaria se reunirá na Prefeitura com representantes da Emater e do IBGE para obter um levantamento completo da situação”, informou a administração municipal.
O jornal também solicitou informações à Emater/Ascar, instituição que acompanha o desenvolvimento agropecuário no Rio Grande do Sul. A unidade de Taquari relatou que também manteve contato com produtores rurais do município que relataram perdas, principalmente, no milho. No entanto, os dados não são contabilizados pela Emater, pois a instituição faz o registro da colheita, o que não tem estimativa de queda tendo em vista que as áreas afetadas pelas cheias serão replantadas, não prejudicando a safra.
Na Beira do Rio, dos 80 hectares plantados de milho pelo produtor rural Paulo Sebastião Lopes das Neves, 52 anos, metade foi perdida. O prejuízo foi de quase R$ 70 mil, levando em consideração sementes, adubos e gastos para o replantio. Segundo ele, a situação não é atípica na agricultura. “A gente já está acostumado. Eu já começo plantando, em agosto, das áreas mais altas para as mais baixas, por causa desse risco”, conta. Mesmo com a perda, o agricultor relata que a água não é inimiga do setor, pelo contrário. “Eu prefiro enchente do que seca. A seca vai mantando a planta, a cada dia ela vai definhando, te pedindo uma coisa que tu não tem para dar. A enchente não. Enchente é água e água é vida. A terra fica até mais produtiva depois da enchente, traz nutrientes para o solo. E esta foi uma enchente aliada, porque não fez buraco, não fez estrago na lavoura”, considera. O agricultor está replantando os 40 hectares afetados pela cheia e pretende concluir o serviço ainda neste mês.