Não há previsão de novos policiais militares para Taquari

Há duas semanas, 86 policiais militares concluíram uma formação de nove meses em Lajeado, e cerca de 200, em Montenegro. Entretanto, conforme o major Rogério Armando Bueno Hoffmann Filho, comandante em Taquari, nenhum deles virá para a cidade. Cerca de dois mil soldados foram formados em todo o Estado.

Conforme o major, aproximadamente 40 policiais vão atuar no Vale, preenchendo alguns critérios definidos pela Secretaria Estadual de Segurança Pública. “As cidades pequenas do Vale têm que ter, no mínimo, cinco policiais. Não nos enquadramos em nenhum critério. Ver eles formados é uma alegria, mas como comandante, não receber ninguém, nós esperávamos alguma coisa, poderia não ser muitos, mas nós esperávamos”. Hoffmann Filho foi instrutor de tiro nos cursos de Lajeado e Montenegro.
O efetivo de policias militares em Taquari estaria defasado em 50%. “Se viesse o dobro de pessoas que já temos, mesmo assim teria vaga para mais, de acordo com a lei. Mas é a realidade do Estado todo a falta de policiais”, ressalta o major. O comandante salienta que o crime está aumentando em todos os lugares. “Nós precisamos de ajuda, só a Brigada não dá conta. É a mesma coisa que um mercado que trabalha com metade dos funcionários. Vai fazer o seu melhor, mas não vai atender 100% da demanda”. Para Hoffmann Filho, o Município está colaborando com a segurança pública, desenvolvendo o projeto de videomonitoramento, que vai implantar, inicialmente, 15 câmaras de segurança em lugares estratégicos. “Isso é uma coisa que deu resultado em Estrela, vimos o antes e o depois”. Conforme dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública, depois da instalação das câmeras, reduziu em 84% o roubo ao comércio em Estrela.

Major foi instrutor de tiro

O major Rogério Armando Bueno Hoffmann Filho é instrutor de tiro desde 2011 e trabalha com a formação de policiais. “Dei aula para quatro turmas, é desgastante, mas compensa. Não tivemos acidentes durante a aula”, conta. Conforme o major, a aula de tiro é uma das que têm mais carga horária. “Acertar o tiro é a última coisa, realmente é difícil. Na maioria das vezes, você pega pessoas que não sabiam nada sobre armas, não exigia nada de conhecimento, tem que sair do zero e ensinar tudo, para ser quase um especialista. Não é simplesmente usar, mas em que momento usar, como usar, saber que pode usar até um certo ponto, depois a lei não ampara”, explica o instrutor. De acordo com o major, foram disparados quase mil tiros por aluno em nove meses de curso.