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Um surto de cinomose, doença viral que atinge cães, tem feito dezenas de vítimas fatais ou com sequelas. A integrante da ONG Os Salvadores, Rosângela Maria Jungholt, 61 anos, que atua na causa animal há 15 anos, diz que não tinha visto tantos casos de cinomose.
Ela cuida de cães nas vilas São Francisco e São José e, em um mês, cerca de 15 casos foram registrados. Destes, 10 foram a óbito e outros quatro apresentaram sequelas. Atualmente, há dois cães em tratamento. “Mesmo diagnosticado no início, sempre fica uma sequela”, comenta. Ela diz que também há muitas ocorrências da doença entre cães criados dentro de casa. “Teve uma pessoa que me disse que o cachorro nunca tinha saído de casa e estava com cinomose”, conta. Para evitar a proliferação, ela destaca a importância da vacinação e de cuidados. “Geralmente, quando chego em casa, troco o calçado e lavo as mãos. Tenho álcool em gel no carro. Se pisar num local contaminado, chegar em casa e não trocar o calçado, os cães de casa poderão pegar a doença”, explica, completando “das doenças de cachorro que conheço, a cinomose é a pior e dificilmente o animal sai ileso. É um tratamento longo e caro. Por isso, é importante vacinar”, aponta.
A médica veterinária Fernanda Darley diz que a média de ocorrências está alta. “Em um dia, entre cinco pacientes, quatro eram casos de cinomose”, comenta. Ela diz que no período de mais frio ocorrem mais casos e que o vírus é altamente contagioso, acometendo somente os cães, especialmente animais jovens, idosos e não vacinados porque o estado imunológico é mais instável.
É importante cuidados entre os humanos que podem ser agentes condutores do vírus. A médica ressalta a importância de lavar as mãos quando tocar no animal. “Se ocorrer de tocar no animal do vizinho, chegar em casa e mexer no seu pet, vai acabar levando, seja no sapato ou na roupa”. Ela sugere ainda trocar o calçado ao chegar em casa ou borrifar com desinfetante, como água sanitária.
Para evitar o contágio, é indicada a vacinação, que deve ser feita anualmente por toda a vida. É necessário observar os sintomas como animal apático, quieto, sem apetite, pode apresentar vômito, diarreia, tosse, secreção ocular e nasal. “E, por último, na fase mais avançada, o animal começa a apresentar sintoma neurológico: mioclonias, que são movimentos involuntários dos músculos, descoordenação e com dificuldade para caminhar, pode ocorrer paralisia dos membros. O vírus tem predileção do sistema nervoso central e faz essa migração. O animal começa a convulsionar e acaba entrando em coma”, salienta.
O indicado, além da vacinação, é procurar orientação do veterinário no caso de qualquer alteração observada no Pet. “O diagnóstico é feito no consultório em cinco minutos, através de teste rápido. É muito prático. Não espere o animal ficar no último estágio”, alerta.
