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A inauguração da reforma do prédio do antigo Idesc/Seminário Seráfico estava prevista para a próxima quinta-feira, 4 de julho, durante o feriado municipal. No entanto, a expectativa não vai se concretizar. De acordo com o diretor responsável pela obra, André Santana, da Elmo Eletro Montagens, empresa vencedora da licitação, serão necessários mais 60 dias para concluir a reforma.
Segundo o diretor, as condições climáticas afetaram o andamento da obra. “O tempo bastante chuvoso atrasou algumas concretagens, porque, depois que chove, tem que esperar dois dias de sol para poder concretar. Além disso, existiram algumas alterações no projeto em função da complexidade da obra”, justificou.
O jornal esteve no local nesta semana e acompanhou o andamento dos trabalhos. Estão prontos dois pavilhões e o segundo andar do prédio, onde ficarão escritórios. A maior parte do trabalho concentra-se na finalização do piso e acabamentos na antiga capela do Seminário Seráfico, onde será uma área de lazer dos funcionários da Zanc, empresa que ocupará o prédio após a conclusão da reforma.
O vice-prefeito André Brito disse que a Administração Municipal espera que a obra seja concluída o quanto antes para que o call center possa se instalar no local e gerar centenas de empregos em Taquari. “Trará um grande benefício não só para as pessoas que trabalharem na Zanc, mas para toda cidade. Mercados serão beneficiados, farmácias, lojas, enfim, é geração de renda na cidade”, salientou.
A obra é financiada pela Prefeitura e tem valor de R$ 6,4 milhões. Com o pagamento parcelado em 48 vezes, a Prefeitura pagaria R$ 7,9 milhões pela reforma, no entanto, de acordo com o vice-prefeito, os pagamentos não estão sendo parcelados e são feitos conforme a metragem da obra. Desta forma, já foram pagos pela prefeitura R$ 4,7 milhões. Ainda faltam cerca de R$ 1,7 milhões. “Não queremos pagar juros”, informou André Brito.
Funcionários da Elmo Eletro Montagens protestaram por atrasos salariais
Embora, segundo informações passadas pelo vice-prefeito André Brito, a Prefeitura esteja pagando a obra praticamente à vista, os funcionários da Elmo Eletro Montagens, que realizam a reforma do Idesc, paralisaram suas atividades na manhã da última quinta-feira. O jornal acompanhou o manifesto dos trabalhadores, que alegam atrasos em seus pagamentos. Segundo eles, não foi pago o vale-refeição de cerca de R$ 230 nem o adiantamento salarial de cerca de R$ 500, que era feito no dia 20 de cada mês. “O pagamento está sendo efetuado com atraso há mais de dois meses. No mês passado, recebemos o vale (adiantamento) no dia 31 e o salário também atrasou”, relatou um dos funcionários. Eles também alegam precárias condições do banheiro dos trabalhadores, já que o que era utilizado por eles teria sido interditado em funções de problemas na fossa e o que sobrou permanece fechado. “Temos que sair a obra toda atrás de alguém para abrir o banheiro”, falou um trabalhador.
No fim da tarde de ontem, o jornal voltou à obra. Oito trabalhadores contaram que assinaram rescisão contratual com a empresa após ser oferecido acordo de demissão com quem estava insatisfeito. Eles continuavam no local, pois não haviam recebido satisfação quanto ao pagamento do adiantamento e vale-refeição atrasados. Outros sete teriam voltado a trabalhar.
O diretor da empresa, André Santana, disse que não há atraso no pagamento do salário e que o adiantamento é algo que a empresa faz a título de benfeitoria para seus funcionários. “Este valor, em função das dificuldades de fluxo de caixa, que ocorreram neste mês, não foi pago. O salário integral vai ser pago normalmente na semana que vem”, relatou. Ainda segundo André Santana, durante a tarde de ontem, a empresa recebeu o pagamento de uma nota de outro cliente e conseguiu fluxo de caixa para pagar o adiantamento dos funcionários que decidiram permanecer trabalhando. Já os que saíram devem receber o salário integral no quinto dia útil do próximo mês e as verbas rescisórias após o cumprimento do aviso prévio.
Em relação à substituição destes servidores, a empresa está avaliando como procederá, podendo contratar outros funcionários ou terceirizar parte da mão-de-obra. Sobre as condições do banheiro, o diretor relatou que a reclamação não chegou até ele e disse que há estrutura de esgoto e saneamento preparada para mais de mil pessoas no local e não acredita que exista problema com fossa.
Além dos funcionários da Elmo Eletro Montagens, há pelo menos outras duas empresas terceirizadas na obra, como a que realiza os serviços elétricos, por exemplos. Estes demais trabalhadores não participaram da paralisação.
O jornal entrou em contato com a Prefeitura buscando saber se a Administração Municipal estava ciente do protesto. Através de sua assessoria de imprensa, a Prefeitura informou que não teve conhecimento da situação. “Nossos pagamentos para a empresa estão rigorosamente em dia”, garantiu, mais uma vez, o vice-prefeito André Brito.
