O grupo Masal, de Santo Antônio da Patrulha, e o Estaleiro Vitória, de Triunfo, são os proprietários do Estaleiro Colorado, instalado em Taquari, no espaço que pertenceu à empresa Navegação Aliança, de Porto Alegre. A área de foi adquirida por cerca de R$ 5 milhões, em agosto do ano passado. Até 2016, era ocupado pela Intecnial, de Erechim, para manutenção de embarcações.
O investimento em Taquari une o grupo Máquinas Agrícolas Santo Antônio da Patrulha (MASAL), que atua na área de produção de guindaste e metalurgia, e o Estaleiro de Construções e Reparos Navais Vitória, de Triunfo, para a manutenção e reparação de embarcações e estruturas flutuantes. O empreendimento, batizado de Estaleiro Colorado, tem programado para agosto o início das atividades a pleno vapor. “A ideia é reativar todo o processo. Existe mão-de-obra de qualidade em Taquari e há uma tradição voltada para a indústria naval. Encaminhamos todos os trâmites burocráticos que precisam e devemos começar a operar no segundo semestre”, diz um dos sócios, Diogo Paz Bier, conhecido no meio político e artístico do Rio Grande do Sul como Mano Changes. “Estamos resolvendo tudo para começar a operar e colocar mais mão de obra”, afirma. Para isso, é necessário que a licença operacional seja homologada pela Fundação de Proteção Ambiental (FEPAM). “Já colhemos todas as informações, fizemos todos os testes. Já existe o Alvará Provisório da prefeitura e a parte de Bombeiros está pronta. Foram feitas as benfeitorias necessárias para as homologações das certificações e a ideia é começar a prestar serviço externo quando estiver tudo pronto”, diz.
A previsão é de gerar até 40 empregos. Atualmente, segundo Mano Changes, há pessoas trabalhando na área em variadas funções. “Estamos garantindo esta mão de obra qualificada. A demanda boa será para os próximos meses. Queremos montar uma equipe e valorizar os moradores de Taquari”, ressalta.
Para garantir a demanda, o estaleiro Colorado está em negociação com a empresa Aliança, de Porto Alegre, para fechar uma parceria. Ele também cogita a possibilidade de ampliar a capacidade do estaleiro, com a construção de mais um carreiro para manutenção das embarcações. “A atividade no estaleiro será de manutenção. A cada cinco anos, os barcos têm que fazer testes para ver o desgaste da chapa, mas poderemos trabalhar com a ampliação dos navios. A Aliança, que era a antiga proprietária, é nossa parceira”.
Não só para colorados
O nome do empreendimento, Estaleiro Colorado, é uma referência ao time do coração das famílias dos empresários tanto do Grupo Masal, presidido por Cláudio Bier, como do Estaleiro Vitória, Sandro Oliveira da Cruz. Mas a paixão pelo futebol, garante Mano Changes, não terá qualquer influência sobre a escolha dos trabalhadores. “É Estaleiro Colorado, mas os gremistas podem trabalhar”, afirma.
Transporte fluvial como alternativa
O empresário destaca que o transporte fluvial é uma alternativa de custo reduzido no mercado. “Hoje um dos grandes problemas da escoação agrícola é o custo de logística. Na região Sul, 20% do Produto Interno Bruto (PIB) está atrelado ao custo de logística, em países como os Estados Unidos não chegam a 8%. Temos uma malha fluvial interessantíssima onde se consegue escoar a produção mais barata. Estamos nos instalando numa hora muito boa. A longo prazo, é bem viável que cada vez se possa estar gerando mais demanda. Quanto mais navios tiver, mais interessante será para o mercado”, avalia.